domingo, 13 de junho de 2010

Pesquisa inédita no Brasil monitora torcedores vítimas de infartos e de outros males cardíacos em época de Copa do Mundo

Daqui a dois dias, quando a seleção entrar em campo, milhões de corações brasileiros estarão prontos para vibrar com cada jogada — ou, pelo menos, xingar o juiz, reclamar da escalação e protestar contra faltas mal cobradas. Esses mesmos corações ficarão ansiosos antes de cada partida, se encantarão com gols exuberantes e, quem sabe, ficarão orgulhosos quando o Brasil erguer a taça. Mas toda essa emoção reunida e acumulada nos 90 minutos de cada jogo pode ser uma verdadeira bomba para o coração do torcedor. Literalmente. O perigo é tanto que a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) decidiu fazer uma pesquisa inédita no Brasil para levantar a ocorrência de problemas cardíacos durante o mundial de futebol.

O estudo será feito em 17 hospitais de oito cidades, entre elas, Brasília. Os médicos farão o acompanhamento de atendimentos em prontos-socorros — no dia anterior a cada jogo da seleção, no dia da partida e dois dias depois. Um dos instrumentos de trabalho dos pesquisadores é o questionário online com perguntas sobre as circunstâncias do mal-estar — se a pessoa bebeu, fumou, em qual momento exato do jogo os sintomas apareceram. Os especialistas também registrarão a idade do paciente, a pressão arterial, o resultado do eletrocardiograma e os fatores de risco. A ideia é fazer uma relação entre a ocorrência desses problemas e traçar estratégias de prevenção para a Copa de 2014.


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“Vamos verificar a quantidade de infartos, arritmias e derrames cerebrais. O estresse é o gatilho que desencadeia esses processos no organismo. Já foi verificado que isso acontece durante tragédias, queremos apurar se com o esporte também é assim”, detalha o cardiologista Nabil Ghorayeb, coordenador da pesquisa. É claro que nem todo torcedor emocionado vai sofrer um ataque cardíaco, mas não custa se precaver. “Cada um reage de um jeito. Tem gente que libera mais adrenalina. Mas se a pessoa tiver parentes com problemas cardíacos, o melhor é evitar as fortes emoções”, aconselha o cardiologista Vicente da Motta, do Instituto do Coração de Taguatinga. A expectativa dos responsáveis pela pesquisa é atender cerca de 5 mil pessoas até o fim do mundial de futebol.

Defesa perigosa
A adrenalina é o hormônio que desencadeia esses problemas. A substância é liberada pelas glândulas suprarrenais e pelo cérebro, quando o organismo está sob forte tensão, como uma forma de defesa. O problema é que o excesso de adrenalina aumenta a pressão e pode provocar o entupimento de veias e artérias. O cirurgião Reinaldo Oliveira Silva, 60 anos, sabe o que isso significa. Filho de hipertenso, ele sofreu um infarto em 2004 enquanto jogava uma partida de futebol. Hoje ele toma remédios para controlar a pressão arterial e faz dieta.

Em dia de jogo do Vasco, Reinaldo sente na pele os efeitos da ansiedade. “O nervosismo aumenta à medida que chega o dia da partida. Mesmo sabendo que o time não está lá essas coisas, fico ansioso, sinto os pés frios. Com a seleção brasileira isso é ainda pior”, diz o cirurgião. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que 315 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil vítimas de problemas cardíacos. É a principal causa de morte no país, ficando à frente do câncer. E para quem acha que o futebol não é capaz de balançar o coração, o cardiologista Nabil Ghorayeb lembra que, durante a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, uma pesquisa semelhante à que será feita no Brasil registrou 4.279 infartos naquele país.


Fonte: Carolina Vicentin - informesaude

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