sexta-feira, 16 de maio de 2014

China e Coréia atrasaram entregas à Petrobras

 
 

Há uma campanha orquestrada contra a fabricação de navios e plataformas no Brasil. Há um mês, um grande jornal noticiou críticas ao conteúdo local em reunião com a presidente da Petrobras, Graça Foster, mas não houve provas de que a dirigente tenha ameaçado acabar com a construção no país. A todo momento se fala em atrasos e sobre custo, mas a realidade é outra.
O Monitor Mercantil teve acesso a um quadro que mostra atrasos enormes em sondas importadas da Ásia. Esse quadro é parcial e reflete apenas uma parte dos atrasos. Em 2011, o país deveria receber 16 sondas com “conteúdo zero” – 100% feitas no exterior – e chegaram ao país apenas dez unidades. O atraso total foi de 542 dias. Para 2012, foram computados diversos atrasos, tendo à frente a Schain Amazônia, feita na China, com demora de quase três anos: 864 dias. Como vice-campeã, aparece a ODN Delba III, confeccionada nos Emirados Árabes Unidos, com 683 dias de atraso. Os demais atrasos incluem 380, 344, 215, 189 e 138 dias para unidades da Coréia do Sul e outros atrasos da China. No total, foram 13 unidades com atraso, sendo o menor deles de 81 dias.
No Brasil, parte da culpa cabe à chamada fase de reaprendizado. Em 2002, os estaleiros estavam à míngua, com engenheiros atuando em todo tipo de trabalho, até como vendedores de eletrodomésticos. Em 2003, foi reintroduzida a política de conteúdo local e, ao mesmo tempo, as bases foram reabertas, tendo de tirar a poeira das máquinas, comprar tecnologia fora e se readequar. Outros estaleiros começaram do zero e, alguns, em áreas pioneiras, como o Atlântico Sul, de Pernambuco. Houve atrasos, mas, enquanto isso, eram pagos salários em real a brasileiros.
Alguns analistas argumentam que do custo do conteúdo local teria de ser abatida a redução do seguro-desemprego, a queda dos gastos do INSS – com gente que estava encostada, alegando doença – fora a insatisfação social e pessoal inerente a bons profissionais que encaravam o desemprego. O conteúdo local fez o milagre de reabrir velhos fantasmas, como o estaleiro Inhaúma, da antiga Ishikawajima, no Rio, que, após construir os dois maiores navios do Hemisfério Sul, estava entregue às traças. É claro que há um custo – em tempo e dinheiro – para retirar uma instalação que estava literalmente no fundo do mar. O conteúdo local é flexível e, em alguns casos, tem sido ajustado, para permitir importação de equipamentos feitos com mais eficiência no exterior. Mas os benefícios da construção no Brasil são enormes, com mais de 80 mil metalúrgicos empregados diretamente e estimativa de geração de 300 mil postos de trabalho na indústria subsidiária.
Para o pré-sal, os investimentos no setor, graças ao conteúdo local, podem superar US$ 200 bilhões, uma quantia fantástica. O que será melhor para o país? Importá-los, pagando dólares e euros, e ainda arcando com atrasos, ou retê-los no Brasil? A crescente entrada de novos estaleiros, muitos com capital estrangeiro, é uma esforço para se evitar que encomendas internas sejam restritas a poucos fornecedores e a disputa amplie a concorrência. Hoje, a construção naval tem bases do Extremo Sul ao Norte e Nordeste, beneficiando de modo quase igualitário a todo o país. Uma prova da maturidade do setor está na instalação, no Brasil, de centros de alta tecnologia de empresas estrangeiras que, ao lado do Cenpes, da Petrobras, comprovam que a política de conteúdo local gera empregos para metalúrgicos, oportunidades para indústrias paralelas, reduz o salário-desemprego e ajuda a investir em alta tecnologia. Tudo isso com sotaque bem brasileiro.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta

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