sexta-feira, 30 de maio de 2014

Atrasos preocupam investidores da área de óleo e gás no estado do Rio Grande do Sul

Não são as repercussões na Petrobras quanto à compra da refinaria de Pasadena ou o fato de ser um ano eleitoral os pontos que assustam os empreendedores do setor nacional de óleo e gás. O que causa mais receios nos operadores desse segmento é o descumprimento de cronogramas dentro dessa cadeia. O coordenador do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás, Naval e Offshore da Fiegrs, Marcus Coester, considera que a maior preocupação são os atrasos no processo produtivo. O dirigente argumenta que isso impacta os resultados da Petrobras e a capacidade de reinvestimento da estatal.
Uma companhia que está enfrentando dificuldades para atender aos cronogramas pré-estabelecidos é a Ecovix, responsável pelo complexo Estaleiro Rio Grande (ERG).
A empresa possui a encomenda de oito cascos para plataformas FPSOs (unidades flutuantes que produzem e armazenam petróleo) e de três navios-sonda. O primeiro desses cascos, o da plataforma P-66, deveria ser encaminhado no dia 28 de junho para Angra dos Reis, onde será feita a parte de integração e complementação. No entanto, a estrutura somente seguirá para o Rio de Janeiro em setembro.
O diretor da Ecovix Alexandre Canhetti informa que não está descartada a possibilidade de que alguns serviços que deveriam ser feitos em Rio Grande sejam concluídos em Angra. Se isso se confirmar, a companhia enviará um grupo de funcionários para completar a tarefa.
Entre os fatores que provocaram o adiamento estão paralisações de trabalhadores e a demora no fornecimento de matérias-primas como, por exemplo, tubulações.
Outro casco que pode sofrer com a demora é o da P-68. Uma alternativa para evitar que isso ocorra é fazer na China parte da plataforma. “Isso ainda está em análise”, admite Canhetti. O executivo argumenta que, se acontecer, a empresa recuperará os prazos originais das outras demandas. O prazo de entrega da P-68 seria o primeiro trimestre do próximo ano. Se o trabalho for dividido com empresas asiáticas, lá será focado o serviço no casco e o Rio Grande do Sul ficaria responsável pela parte de softwares e outros equipamentos.


Assim como a plataforma, a construção do complexo chamado ERG 3 também está aquém do desejado. A estrutura compreende um enorme almoxarifado e servirá para desocupar áreas do ERG 1 e ERG 2 (onde estão localizados o cais e o dique seco do estaleiro). Canhetti comenta que a empresa aguarda a licença do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para iniciar efetivamente as obras.
Apesar dessas dificuldades, ontem, a Ecovix teve uma boa notícia que foi o final da paralisação dos trabalhadores do estaleiro de Rio Grande, iniciada na segunda-feira, devido à reivindicação de ganho salarial.
O executivo comentou durante o Congresso Internacional Navegar, promovido pela Revista Conexão Marítima, em Porto Alegre, que a mão de obra continua sendo um gargalo para as empresas do setor na Metade Sul gaúcha. No entanto, o cenário tem melhorado.
Antigamente, o desafio era conseguir pessoal. Hoje, é atrair o profissional mais qualificado e, de preferência, morador da região. Além de desenvolver a economia local, a estratégia evita o problema do “êxodo” de muitos trabalhadores de origem nordestina, que preferem deixar o Rio Grande do Sul quando o frio do inverno chega. Quanto a empecilhos de infraestrutura, o dirigente cita a interrupção dos voos regulares até Rio Grande, com o aeroporto só recebendo aeronaves esporadicamente.
De acordo com o coordenador do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás, Naval e Offshore da Fiegrs, o Rio Grande do Sul registra atualmente mais de US$ 10 bilhões em encomendas dessa área. Para Coester, é importante que o Estado persista na consolidação dessa indústria.

Estaleiro de São José do Norte tem cerca de 75% das obras feitas
Com a encomenda da integração dos módulos no casco da plataforma de petróleo P-74 garantida, o grupo Estaleiros do Brasil (EBR) segue a construção do seu estaleiro em São José do Norte. O presidente da empresa, Alberto Padilla, informa que aproximadamente 75% das obras do complexo (que iniciaram em setembro de 2013) já foram concluídas.
O executivo enfatiza que, mesmo sem estar totalmente finalizado, o estaleiro já está operando, no que considera a sua primeira fase. O término total do empreendimento deverá ocorrer em janeiro do próximo ano. Hoje, com a implantação do estaleiro e na operação em geral do projeto da P-74 estão sendo gerados 1,32 mil empregos. Em 2015, no pico dos trabalhos na P-74, serão cerca de 3 mil pessoas atuando no local. Segundo Padilla, o cronograma da plataforma deve ser cumprido com a entrega da estrutura para a Petrobras em dezembro de 2015.

Abenav prevê mais de US$ 100 bilhões em negócios até 2020
O momento para a indústria naval e offshore (plataformas e sondas de petróleo) no País continua muito bom, afirma o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça. Até 2020, conforme a instituição, a demanda para a área no Brasil deve chegar a US$ 118 bilhões. No ano passado, o setor gerou cerca de 70 mil postos diretos de trabalho e, para 2016, a expectativa é atingir em torno de 100 mil empregos.
Quanto ao Rio Grande do Sul, o dirigente ressalta que o Estado já é o segundo polo naval brasileiro, atrás somente do Rio de Janeiro, com um enorme potencial para continuar crescendo. O integrante da Abenav acrescenta que para a indústria nacional, olhando para um horizonte mais distante, há um fator muito importante que é o pré-sal, que pode significar o desenvolvimento sustentável do setor no futuro. “A gente não pode olhar o assunto no dia de hoje, principalmente na nossa indústria em que o prazo de maturação dos projetos é muito longo.”
Atualmente, Mendonça admite que a Petrobras vive um momento delicado. Contudo, o dirigente não vê isso como um grande obstáculo para o segmento naval, o que pode causar transtornos é o preço do petróleo cair. Sobre a aquisição de equipamentos com conteúdo nacional por parte dos estaleiros, Mendonça adverte que as empresas não conseguirão ser competitivas, se os fornecedores delas não forem competitivos.
Segundo o dirigente, pelo lado dos estaleiros, não está se percebendo dificuldades para atingir os níveis de conteúdo local contratados, que, muitas vezes, chegam ao índice de 65%. Os empecilhos encontram-se em alguns itens e materiais específicos como, por exemplo, queimadores. Porém, Mendonça reforça que, em algumas situações, a diferença de preços dos fornecedores brasileiros é muito grande em relação aos concorrentes internacionais, o que afeta a competitividade.

Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Jefferson Klein

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Operação Lava-Jato (PETROBRAS)

Área comandada por Paulo Roberto Costa na Petrobras assinou contratos firmados na informalidade.

Navios responsáveis pelo transporte de produtos da estatal eram negociados sem pesquisa de preço ou análise de documentos. Dados constam em relatório elaborado por auditores, diz jornal

Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras (Daniel Castellano/AGP/Folhapress)
Um relatório produzido por um grupo de auditores da Petrobras aponta que acordos milionários foram fechados durante a gestão de Paulo Roberto Costa sem obedecer a requisitos mínimos de controle estabelecidos pela estatal - alguns deles, baseados apenas em autorizações verbais. É o que informa reportagem desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo, com base no relatório da auditoria. O relatório data de 2009 e aponta que o setor de abastecimento da estatal, comandado por Costa até 2012, fechou contratos de frete de maneira informal. O ex-diretor da estatal foi preso na operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Investigado sob suspeita de corrupção, Costa foi liberado da cadeia na semana passada.
O documento mostra que operações feitas em 2008, e totalizando 278 milhões de dólares, não obedeceram aos critérios de controle. As irregularidades envolveram contratações de navios. Segundo a análise feita pelos auditores da Petrobras, os contratos analisados descumpriram "procedimentos previstos no manual de afretamento" e referem-se a irregularidades na contratação de navios, responsáveis pelo transporte de produtos.
Em VEJA desta semana: Operação Lava-Jato: os nobres clientes do doleiro
Entre as falhas apontadas, há falta de autorização por escrito para iniciar processos de frete, autorização prévia para tomada de preços com aval de gerente e contratações informais que levaram até 390 dias para serem registradas no sistema. Alguns contratos sequer apontam registro de informações de histórico de negociação no sistema de conferência de compras da Petrobras e da empresa prestadora de serviço. Com a falta de registro e informações não detalhadas, auditores relatam que há impedimento para analisar como os negócios foram firmados e, portanto, dificuldades de apuração de irregularidades.
O relatório indica ainda a necessidade de rever o manual de afretamento, a contratação de terceirizados para o serviço. "Descontroles dessa magnitude podem ser resultado de falta de comando, falhas de comunicação, pressa. É uma situação inadmissível em uma empresa desse porte, e abre caminho para má fé", afirmou ao jornal Fernando Filardi, pesquisador da área de administração do Ibmec-RJ.
Destino de 18% de todos os investimentos da Petrobras, a área de abastecimento é a segunda mais importante da empresa, atrás apenas de Exploração e Produção, alvo de 70% dos recursos. Além da comercialização de petróleo e derivados - atividade que demanda contratações de navios para movimentação de carga em todo o mundo-, estão sob sua responsabilidade a gestão das 13 refinarias no Brasil e a construção de outras quatro.
O uso de empresas terceirizadas para o transporte de produtos produzidos pela Petrobras foi algo de investigação durante a Operação Lava-Jato. A PF apura um suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro com recursos da petroleira e outras fontes. Entre os investigados da PF estão Costa, que ficou preso por dois meses por suspeita de destruir provas, e o doleiro Alberto Yousseff.
Procurada pela Folha, a Petrobras informou não ter constatado "irregularidades ou prejuízos" nas operações auditadas na diretoria de abastecimento. As falhas e irregularidades constatadas pela auditoria interna da empresa são "explicadas em parte pela dinâmica de mercado à época e pelo aumento das contratações de frete", informou. A Petrobras afirmou também que acatou as sugestões de melhorias em seus processos internos feitas pelo grupo de auditores.
Fonte: VEJA

quinta-feira, 22 de maio de 2014

PF aponta 'organização criminosa' na Petrobras

Ex-diretor de abastecimento da empresa é investigado por esquema de lavagem de dinheiro.

Ex-diretor da Petrobras é investigado por esquemas da estatalMarcos Arcoverde/Estadão Conteúdo
A Polícia Federal investiga a ligação entre a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos EUA, e o esquema de lavagem de dinheiro desbaratado em 17 de março pela Operação Lava-Jato, que envolve suspeitas ligadas à obras na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Os investigadores citam a existência de uma possível "uma organização criminosa" que estaria atuando "no seio" da estatal de petróleo.
Os dois casos têm um personagem em comum: o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que ficou no cargo entre os anos de 2004 e 2012.
A compra de Pasadena, iniciada em 2006 com a aquisição de 50% da refinaria de uma empresa belga, a Astra Oil, é cercada de polêmica em razão do preço pago pela Petrobrás. Após o negócio ser fechado, a estatal brasileira indicou um integrante para representá-la no conselho de proprietários. Esse representante era Paulo Roberto Costa.
Após um litígio envolvendo questões contratuais, a Petrobras acabou desembolsando mais de R$ 1,2 bilhão pela compra de 100% da refinaria. A Polícia Federal suspeita que as operações envolvendo a unidade tenham sido usadas para pagamento de propinas e "abastecimento de grupos" que atuavam na estatal.
Ofício
É em um ofício enviado em 22 de abril ao juiz federal Sérgio Fernando Moro, do Paraná, que o delegado Caio Costa Duarte, da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros em Brasília, cita a existência de "uma organização criminosa no seio" da estatal, que atuaria desviando recursos, e pede o compartilhamento de provas da Operação Lava-Jato.
Segundo o ofício, o "empréstimo" das provas e do material apreendido na Lava-Jato seria de "grande valia" para a condução do inquérito sobre Pasadena.
"A citada refinaria teria sido comprada por valores vultosos, em dissonância com o mercado internacional, o que reforça a possibilidade de desvio de parte dos recursos para pagamento de propinas e abastecimento de grupos criminosos envolvidos no ramo petroleiro", descreve o delegado. "Acrescentando-se a isto, apura-se possível existência de uma organização criminosa no seio da empresa Petrobrás que atuaria desviando recursos com consequente remessa de valores ao exterior e retorno do numerário via empresas offshore", completa o policial.
O documento da PF foi lido hoje na Câmara pelo líder do Solidariedade, Fernando Francischini (PR). "O delegado chefe das investigação Pasadena pediu cópia da operação dizendo que descobriu que o ex-diretor da Petrobras era conselheiro da refinaria e da trading na época da aquisição. E que todo o cruzamento dos dados mostra que o Paulo Roberto estava trazendo dinheiro de fora, via off shore, via Alberto Youssef", afirmou o deputado paranaense.
Celeridade
No ofício, o delegado sustenta que o compartilhamento das provas traria economia processual e celeridade da investigação. "Em linha gerais, adentrando no mérito do procedimento persecutório, a partir da compra de uma refinaria no Estado do Texas/EUA (Pasadena), por parte da Sociedade de Economia Mista Petrobras, possíveis valores teriam sido enviados ou mantidos no exterior sem a respectiva declaração aos órgãos competentes", diz ele.
A Operação Lava-Jato foi deflagrada em março deste ano para desarticular organizações criminosas que tinham como finalidade a lavagem de dinheiro em diversos estados da Federação. De acordo com as informações fornecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF/MF), integrantes do esquema teria movimentado até R$ 10 bilhões.
Abreu e Lima
Uma das suspeitas da Polícia Federal é que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás atuou como elo entre o doleiro e a estatal.
Costa teria atuado, por exemplo, em contratos de obras da Petrobrás tocadas pelo consórcio liderado pela empreiteira Camargo Correa na refinaria Abreu e Lima, em construção no Estado de Pernambuco.
O ex-diretor da Petrobrás nega ter participado de ilegalidades envolvendo a estatal.
Procurada na noite de hoje, a Petrobras informou que não tinha conhecimento da nova linha de investigação da PF. 
Fonte: R7

Contra crise política, Exército dá golpe de Estado na Tailândia

Militares assumem o poder após facções rivais não chegarem a acordo para fim de crise política.


BANGCOC  - Dois dias depois de declarar estado de sítio na Tailândia, o Exército do país assumiu o controle do governo por meio de um golpe de Estado. Segundo o comandante dos militares, general Prayuth Chan-ocha, o objetivo do golpe é restabelecer a ordem e promover reformas. O país vive desde novembro uma crise política com protestos de rua entre facções rivais.
Militares ergueram postos de controle em Bangcoc  - Sakchai Lalit / AP
Sakchai Lalit / AP
Militares ergueram postos de controle em Bangcoc
Prayuth fez o anúncio em uma transmissão na TV após ter mantido um encontro com todas as facções políticas rivais com o objetivo de encontrar uma solução para protestos antigovernamentais que já duravam seis meses. Ele disse que a tomada do governo não afetaria as relações internacionais.A Constituição do país foi suspensa. Vários membros do governo foram presos. Um toque de recolher foi decretado no fim da noite.
O Exército enviou tropas e veículos para remover os manifestantes de locais de protestos, disse um oficial militar. "Nós vamos enviar tropas e veículos para ajudar os manifestantes a deixar todos os locais de protesto", disse à Reuters o general Teerachai Nakwanit, primeiro comandante regional do Exército.
A Constituição atual tinha sido redigida pelos militares em 2007, um ano após o golpe de Estado contra Thaksin Shinawatra, irmão da primeira-ministra Yingluck Shinawatra.
O Exército assumiu o papel de mediador após declarar na terça-feira lei marcial em todo o país para prevenir uma explosão de violência após meses de protestos antigovernamentais. Os "camisas vermelhas", seguidores de Thaksin, ameaçaram intensificar os protestos em Bangcoc se o exército tomasse o poder e o governo interino caísse.
Os militares já tramaram 19 golpes de Estado no país, 12 deles bem sucedidos, desde o fim da monarquia absolutista em 1932.  / EFE e  REUTERS
Fonte: ESTADÃO

segunda-feira, 19 de maio de 2014

China já pode explorar águas profundas sozinha

 

A China passou anos trabalhando com empresas que dominam a tecnologia para explorar petróleo e gás natural em águas profundas, ou mesmo comprando essas empresas, e aperfeiçoando habilidades que o país agora está empregando por conta própria, nas águas disputadas perto do Vietnã.
O país também investiu pesadamente para desenvolver equipamentos sofisticados para uso em alto-mar. A joia da coroa chinesa nesta tecnologia é a plataforma de petróleo que está no centro do impasse entre a China e o Vietnã, um exemplo que ilustra que agora a China pode seguir sozinha - explorando reservas de petróleo e gás muito abaixo da superfície, sem precisar depender significativamente de parceiros estrangeiros.
O fato de que ela não necessita mais de assistência estrangeira amplia o espectro do futuro do conflito marítimo, não apenas com o Vietnã, mas com a Malásia, Brunei e Filipinas. Esses países também reivindicam a soberania de parte das águas que a China alega serem suas.
A plataforma construída pelos chineses estreou há dois anos, quando a Cnooc Ltd. a colocou em operação num campo marítimo de exploração de gás na costa de Hong Kong.
Em parte devido ao conhecimento adquirido com o projeto, a Cnooc agora pode realizar suas próprias pesquisas sísmicas para encontrar depósitos ricos em hidrocarbonetos, perfurar poços para confirmar sua presença e viabilidade econômica e instalar a tubulação submarina necessária para a extração do petróleo e do gás.
No passado, a China ofereceu às companhias estrangeiras o direito de exploração no Mar da China Meridional porque o país não possuía os equipamentos e o conhecimento técnico para realizar a operação, mas insistiu que, se os projetos avançassem para a exploração comercial, a Cnooc - a principal companhia chinesa de exploração de petróleo no mar - teria uma participação majoritária.
O caminho que leva a estas novas habilidades tem sido tortuoso: alguns dos blocos de exploração que a Cnooc ofereceu aos seus parceiros internacionais em 2012 ficam dentro do que o Vietnã afirma ser sua zona econômica exclusiva, segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
Antes disso, em 2011, uma companhia de petróleo vietnamita acusou barcos chineses de pesca de terem cortado os cabos de um navio que fazia pesquisas sísmicas no Mar da China Meridional. A China nega a acusação.
No campo de gás de Liwan, a 325 quilômetros de Hong Kong, poços foram perfurados a 1.500 metros de profundidade. A plataforma da Cnooc para águas profundas, entretanto, é projetada para operar em locais com até o dobro desta profundidade e perfurar até 10 quilômetros dentro do leito do mar, resistindo aos tufões que assolam o Mar da China Meridional durante meses todos os anos.
A primeira embarcação feita na China para instalar tubos em águas profundas também foi usada em Liwan. Construída pela chinesa Rongsheng Heavy Industries, a embarcação de 204 metros de comprimento e 39 metros de largura é capaz de operar em profundidades de 3.000 metros e pode instalar até cinco quilômetros de dutos submarinos por dia.
Os dutos do campo de Liwan transportam gás de águas profundas e rasas até uma gigantesca plataforma de processamento no mar que contém aço suficiente para construir quatro torres Eiffel.
Além de trabalhar em águas chinesas e ao largo do Vietnã, a Cnooc também investiu em projetos na costa do Brasil, África Ocidental e nas águas turbulentas do Atlântico Norte.
A Cnooc trabalhou de perto com a empresa Husky Energy - sediada no Canadá, mas cujos donos são de Hong Kong - no projeto Liwan, para o qual as empresas tecnicamente mais avançadas do mundo em exploração em águas profundas também foram contratadas, como a Seadrill e a Saipem. A Cnooc possui 51% do projeto em Liwan.
Outros equipamentos desenvolvidos na China incluem sua primeira embarcação para pesquisa sísmica em águas profundas, que começou a operar em 2011. Construída pela unidade da Cnooc conhecida como China Oilfield Services Ltd, ela pode rebocar 12 longos cabos capazes de conduzir pesquisas submarinas tridimensionais.
A Cnooc também ganhou experiência adicional em perfuração no mar com a compra, por US$ 15,1 bilhões, da canadense Nexen, em 2012. Além dos grandes campos de petróleo localizados na zona britânica do Mar do Norte que eram da Nexen, a aquisição também deu à Cnooc acesso à tecnologia de águas profundas usadas pela empresa no Golfo do México.
De acordo com a petrolífera chinesa, mais de 30% das reservas de petróleo e gás da China - incluindo depósitos não confirmados - podem estar no Mar da China Meridional. O Departamento de Energia dos Estados Unidos estima que pode haver 5,4 trilhões de metros cúbicos de gás e 11 bilhões de barris de petróleo no Mar da China Meridional.

Fonte: Valor Econômico/Simon Hall | The Wall Street Journal, de Hong Kong

Estaleiro na Bahia a um passo de começar fabricação de sondas


Projeto estrutural, reconhecido e divulgado durante a 7ª edição do evento Destaques, da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), que optou pelo emprego de peças pré-fabricadas, em vez de componentes metálicos, na construção da principal estrutura do estaleiro, ajudou na programação para cumprimento do prazo e na possibilidade de se obter outras vantagens, sobretudo quanto à durabilidade.
A Enseada Indústria Naval, empresa formada pela Odebrecht, OAS, UTC e KHI (Kawasaki Heavy Industries Ltd), com sede no município baiano de Maragogipe, informa que os investimentos no Estaleiro da Bahia são da ordem de R$ 2,6 bilhões. Segundo ela, trata-se do maior aporte de capital privado realizado na Bahia, na última década. A área ocupada pela unidade é de 1,6 milhão de m².

A empresa tem como cliente em Maragogipe e a Sete Brasil, uma companhia de investimentos especializada em gestão de portfólio de ativos voltados para o segmento de petróleo e gás na área off hore no Brasil. Um dos seus objetivos é construir seis sondas de perfuração do pré-sal para a Petrobras. O estaleiro, quando em plena atividade, deverá processar 36 mil t de aço/ano trabalhando em regime de turno único. Isso lhe permitirá, segundo a empresa, “ampla margem de produção, para fabricação, até simultânea, de diferentes tipos de embarcações, como sondas e os chamados FPSOs - unidades flutuantes de armazenamento e transferência de petróleo”.

Atualmente, no estaleiro, é a seguinte a situação das obras, iniciadas há um ano e nove meses: encontra-se concluída a construção do primeiro cais, que tem capacidade para atracação de embarcações com até 210 m de comprimento e área total de 5,2 mil m² e as diversas equipes estão terminando a obra da oficina de corte e tratamento de chapas de aço. No conjunto, 60% das obras são consideradas prontas.

O projeto estrutural
O engenheiro George Maranhão, que tem escritório em Natal (RN), homenageado por conta do projeto estrutural do estaleiro no evento da Abece, por indicação da empresa T&A, diz que as empresas Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki já dispunham de um projeto que previa o emprego de componentes metálicos para a construção da estrutura principal. “Contudo”, afirma ele, “decidimos apresentar projeto com uma solução pré-fabricada. Vimos que esta tecnologia revelava algumas vantagens em relação àquelas do projeto inicialmente apresentado. Além de durabilidade maior, entendíamos que a nossa opção se mostrava também altamente competitiva do ponto de vista financeiro. E esta competitividade, se dava na escolha do sistema estrutural em treliça (pilares e vigas de cobertura)”.


Fase da instalação dos pilares e vigas pré-fabricados e da montagem, com a utilização de guindastes

Outras vantagens que ele relaciona, para justificar a escolha da pré-fabricação, são as seguintes: elevada relação rigidez/peso das peças; as peças poderiam ser fabricadas em partes, de modo a se obter redução do peso próprio para facilitar o transporte e, posteriormente, a montagem. Além disso, os espaços entre os banzos e diagonais poderiam ser usados para a passagem das instalações diversas.



No conjunto, tudo seria facilitado. Os pilares treliçados, com mais de 35 m, seriam divididos em três partes para posterior ligação. E treliças com vãos superiores a 40 m também poderiam ser divididas em três partes. A conexão se faria, depois, por meio de protensão aderente superior — uma solução que, caso não seja inédita, seguramente é apontada como incomum no Brasil, nas palavras do engenheiro. Ele informa que realizou pesquisas e encontrou citações de obras realizadas de modo semelhante na Europa, depois da Guerra Mundial.

Quanto à durabilidade, George Maranhão dá uma explicação adicional. Diz que a pré-fabricação leva a uma estrutura mais durável, porque torna possível a adoção de maior critério ao longo de todo o processo de execução das peças e permite todos os cuidados inerentes ao sistema, recorrendo-se ao emprego de concretos da ordem de 80 MPa de resistência, embora o projeto previsse resistência de 50 MPa.

Pré-fabricação e montagem
A empresa T&A, que vem operando em diversas obras, sobretudo no Nordeste, foi a empresa contratada para a pré-fabricação e montagem da estrutura principal, que tem 67.465 m² de área construída. O projeto estrutural previu a pré-fabricação de pilares treliçados de concreto armado e treliças de cobertura com pós-tensão, além das vigas de seção “l” protendidas para apoio das pontes rolantes.

No processo de construção da estrutura, os pilares são montados sequenciadamente no canteiro. A decisão, para a confecção das peças maiores em partes, a serem montadas in loco, facilitou o planejamento da logística. O transporte foi feito utilizando-se carretas especiais. Guindastes com capacidade para até 220 t e plataformas elevatórias de até 40 m foram utilizados nas operações para descarregar, carregar e posicionar as peças na montagem da estrutura.

Ficha Técnica - Estaleiro do Paraguaçu
Local: Foz do rio Paraguaçu no município de Maragogipe (BA)
Empresa contratante: Enseada Indústria Naval
Cliente: Sete Brasil
Área total do empreendimento: 1,6 milhão de m²
Pré-fabricação e montagem: T&A
Cálculo estrutural: Escritório George Maranhão Engenharia Estrutural
Obs. No evento da Abece foram homenageados, por conta do projeto estrutural, George Maranhão, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e Francisco Haroldo Gadelha Júnior, formado pela Universidade Federal do Ceará, que em 1997 assumiu a direção comercial da T&A Pré-Fabricados.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

China e Coréia atrasaram entregas à Petrobras

 
 

Há uma campanha orquestrada contra a fabricação de navios e plataformas no Brasil. Há um mês, um grande jornal noticiou críticas ao conteúdo local em reunião com a presidente da Petrobras, Graça Foster, mas não houve provas de que a dirigente tenha ameaçado acabar com a construção no país. A todo momento se fala em atrasos e sobre custo, mas a realidade é outra.
O Monitor Mercantil teve acesso a um quadro que mostra atrasos enormes em sondas importadas da Ásia. Esse quadro é parcial e reflete apenas uma parte dos atrasos. Em 2011, o país deveria receber 16 sondas com “conteúdo zero” – 100% feitas no exterior – e chegaram ao país apenas dez unidades. O atraso total foi de 542 dias. Para 2012, foram computados diversos atrasos, tendo à frente a Schain Amazônia, feita na China, com demora de quase três anos: 864 dias. Como vice-campeã, aparece a ODN Delba III, confeccionada nos Emirados Árabes Unidos, com 683 dias de atraso. Os demais atrasos incluem 380, 344, 215, 189 e 138 dias para unidades da Coréia do Sul e outros atrasos da China. No total, foram 13 unidades com atraso, sendo o menor deles de 81 dias.
No Brasil, parte da culpa cabe à chamada fase de reaprendizado. Em 2002, os estaleiros estavam à míngua, com engenheiros atuando em todo tipo de trabalho, até como vendedores de eletrodomésticos. Em 2003, foi reintroduzida a política de conteúdo local e, ao mesmo tempo, as bases foram reabertas, tendo de tirar a poeira das máquinas, comprar tecnologia fora e se readequar. Outros estaleiros começaram do zero e, alguns, em áreas pioneiras, como o Atlântico Sul, de Pernambuco. Houve atrasos, mas, enquanto isso, eram pagos salários em real a brasileiros.
Alguns analistas argumentam que do custo do conteúdo local teria de ser abatida a redução do seguro-desemprego, a queda dos gastos do INSS – com gente que estava encostada, alegando doença – fora a insatisfação social e pessoal inerente a bons profissionais que encaravam o desemprego. O conteúdo local fez o milagre de reabrir velhos fantasmas, como o estaleiro Inhaúma, da antiga Ishikawajima, no Rio, que, após construir os dois maiores navios do Hemisfério Sul, estava entregue às traças. É claro que há um custo – em tempo e dinheiro – para retirar uma instalação que estava literalmente no fundo do mar. O conteúdo local é flexível e, em alguns casos, tem sido ajustado, para permitir importação de equipamentos feitos com mais eficiência no exterior. Mas os benefícios da construção no Brasil são enormes, com mais de 80 mil metalúrgicos empregados diretamente e estimativa de geração de 300 mil postos de trabalho na indústria subsidiária.
Para o pré-sal, os investimentos no setor, graças ao conteúdo local, podem superar US$ 200 bilhões, uma quantia fantástica. O que será melhor para o país? Importá-los, pagando dólares e euros, e ainda arcando com atrasos, ou retê-los no Brasil? A crescente entrada de novos estaleiros, muitos com capital estrangeiro, é uma esforço para se evitar que encomendas internas sejam restritas a poucos fornecedores e a disputa amplie a concorrência. Hoje, a construção naval tem bases do Extremo Sul ao Norte e Nordeste, beneficiando de modo quase igualitário a todo o país. Uma prova da maturidade do setor está na instalação, no Brasil, de centros de alta tecnologia de empresas estrangeiras que, ao lado do Cenpes, da Petrobras, comprovam que a política de conteúdo local gera empregos para metalúrgicos, oportunidades para indústrias paralelas, reduz o salário-desemprego e ajuda a investir em alta tecnologia. Tudo isso com sotaque bem brasileiro.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta

sábado, 10 de maio de 2014

Dilma diz ser o foco da CPI da Petrobrás, mas garante que não teme investigação.



BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff disse em jantar com jornalistas no Palácio da Alvorada nesta terça-feira que não teme a instalação da CPI para investigar suspeitas de irregularidades envolvendo a Petrobrás. Mas afirmou que o objetivo da oposição ao insistir na apuração no Congresso é atingi-la. "O interesse todo nesta história sou eu (....) Eu representava o poder controlador", disse.
Dilma reiterou que considera que a inflação está sob controle, mas reconheceu que "não está tudo bem" em relação aos preços. Ela também negou que ocorrerá um "tarifaço" em 2015.
A presidente também criticou o governo de São Paulo, do tucano Geraldo Alckmin, pelos problemas que o Estado está enfrentando com falta de água. Ela sugeriu que os investimentos necessários não foram feitos. "Qualquer tentativa de repartir responsabilidade com o governo federal pela (falta de) água em São Paulo é má-fé."
CPI da Petrobrás. "Não temo nada de CPI. Não devo nada e, portanto, não tenho temor nenhum. Este é um governo de absoluta transparência (...) Não tenho dúvida de que tem um componente político nisso aí (instalação da CPI). Sempre é muito contraditório o tratamento que se dá no Brasil às investigações sobre qualquer coisa. São investigações que só atingem o governo federal (...) O interesse todo nesta história sou eu (...) Eu representava o poder controlador (...) Não me arrependo (de ter feito a nota ao Estado dizendo que não teria aprovado a compra de Pasadena se conhecesse os termos do contrato). Não falei nada que todos não soubessem e tudo isso está nas atas. Portanto, é uma tolice meridiana dizer que todas as cláusulas (Put Option) são iguais. Não são. Cada contrato tem sua cláusula específica. Casamentos têm regras diferentes para o caso de um do casal querer sair. É tolice dizer que todos são iguais. Não estou aqui para julgar nem o Cerveró (Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobrás) nem o (José Sergio) Gabrielli (ex-presidente da estatal). Até onde eu sei, pode ter havido um equívoco, mas não sei se houve má-fé. Eu não teria aprovado com as cláusulas (Put Option e Marlim)."
Inflação. "Não está tudo bem não. Só estou dizendo que a inflação está sob controle, mas não está tudo bem. Mas o efeito inflação não explica o mal-estar. Tem uma coisa que explica este mau humor, que é a comparação entre a taxa de crescimento de bens e de serviços. Nunca vi campanha eleitoral sem mau humor... Inflação é nociva em qualquer grau. Mas deflação é um horror, é um pavor. O maior problema da inflação é a indexação. De outubro a fevereiro falaram em tempestade perfeita e falaram que vai explodir tudo em 2015. É absurda esta história. É ridícula. O Brasil não vai explodir em 2015. O Brasil vai é bombar porque temos economia forte, estável, altamente atraente a investimentos. Não vai ter aumento de imposto. A média da taxa de inflação dos três primeiros anos do governo Fernando Henrique foi de 12%, ante cerca de 7% no mesmo período do primeiro mandato de Lula e de 6,97% nos oito anos de gestão Lula. Pega a média dos meus três anos: dá 6,08%. Então, a inflação está completamente sob controle."
Tarifaço. "Não vai ter tarifaço nenhum em 2015 (...) Não existe lei divina que determine que a gasolina brasileira deve flutuar de acordo com o humor do mercado internacional. O preço do petróleo no Brasil não está ligado ao preço internacional e não tem de estar. Dizem que o preço da gasolina está defasado. Gostaria que me mostrassem a conta. Me diz o que está defasado. Está defasado em relação a quê? Petrobrás é um patrimônio muito maior do que seu valor de mercado. Como você mede uma empresa internacional? Se ela perder reserva, se declarar reserva que não possui, aí ela está comprometida estruturalmente. A Petrobrás não só tem reserva, como foi objeto da outorga onerosa quando nós passamos para eles vários blocos de exploração que valorizaram ela, o que torna a Petrobrás o tamanho que é. É o fato de ela ter acesso às reservas do pré-sal. É isso que valoriza a Petrobrás."
Água. "A energia é federal e a água é estadual. Por que não temos um apagão horroroso? Nós botamos muito dinheiro em energia. Agora, não sei se São Paulo investiu direito, nós não temos nada a ver com a operação do Estado, que é o responsável pela água. Compare a situação de São Paulo com a dos nossos companheiros do Ceará, que investiram e combinaram sistema térmico com hídrico e até 2001 era só hídrico. Portanto, qualquer tentativa de repartir o problema da água com o governo federal é má-fé. Água ou energia só segura se investir (...) No caso de São Paulo, é porque não investiram."
'Volta, Lula'. "Não há 'Volta, Lula'. Eu e Lula temos uma relação muito mais forte do que vocês imaginam. Quem viveu junto, intensamente tantos anos, todas as horas e dificuldades, sabe que a relação é positiva e que não é possível uma ruptura. Nunca conversamos sobre isso ('Volta, Lula'). Não fiquei chateada (com a especulação). Tenho certeza de que ele está acima destas questões (...) Eu tenho certeza de que o Lula me apoia neste exato momento (...) Eu e Lula nos conhecemos pelo olhar."
1º de Maio. "Falei sobre isso no Dia do Trabalhador em 2011, 2012, 2013, e não posso falar este ano porque é ano eleitoral? A troco de quê não vou reiterar os meus compromissos com os que são a base do governo? (...) Fui meiguíssima na minha fala. Bolsa Família é visto como eleitoreiro por quem não tem compromisso com os mais pobres e acha que é besteira dar dinheiro pra eles. Não é possível que eu não possa defender o que penso. Eu defendo aumento do Bolsa Família, defendo manutenção da política de elevação do salário mínimo, correção do Imposto de Renda. A oposição pode falar o que quiser e eu não posso falar nada? Tem dinheiro no Orçamento para este reajuste."
Vaias. "Não acho vaia bom. Quem falar que gosta de vaia está mentindo. Mas isso não vai me impedir de continuar trabalhando."
Viagem aos EUA. "Vou em setembro à ONU. Não vou a Washington. Não tem visita de Estado programada. Obama é um líder expressivo. Uma boa pessoa. Temos uma relação boa e, pessoalmente, não tenho problema nenhum com ele. Depois daquele episódio (espionagem) nos falamos uma vez."
2º turno: Aécio ou Campos? Sem preferência (...) Por favor, sem cascas de banana. Tem gente defendendo medidas impopulares. Só tem que ter cuidado para que medida impopular não se transforme em antipopular (falando indiretamente de Aécio). Aí vem uma pessoa e diz que a meta de inflação é 3%. Faz uma meta de inflação de 3% e sabe o que isso significa? Significa desemprego lá pelos 8,2%. Eu quero ver como mantém investimento social e investimento público em logística com esta meta. Não tem como fazer isso (se referindo indiretamente de Eduardo Campos)."
FONTE: ESTADÃO (Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo)


A CPI da Petrobrás

 

Preocupados com o requerimento de instalação da CPI da Petrobrás, reuniram-se no início do mês de abril o ex-Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, e a atual Presidenta da República, Dilma Roussef, em encontro no qual traçaram “estratégias para inviabilizar a apuração do superfaturamento nos negócios da estatal”. No Senado Federal, essa estratégia se materializou em manobras regimentais por meio das quais a maioria parlamentar naquela Casa Legislativa, com suporte na Mesa Diretora (presidida pelo Senador Renan Calheiros – PMDB/AL) - ambos (a maioria do Senado e o seu Presidente) integrantes da base parlamentar de apoio ao Governo Federal - procurou: a) ampliar o rol de fatos a serem investigados pela CPI, incluindo fatos que não guardam nenhuma relação com o requerimento original (Requerimento n° 302/2014; b) submeter a decisão sobre a instalação da CPI à deliberação da maioria.
Ora, a instauração de Comissões Parlamentares de Inquérito é uma prerrogativa constitucional do Poder Legislativo (e, nele, da minoria parlamentar consistente em pelo menos um terço dos membros da Casa Legislativa) para o bom exercício da sua função típica fiscalizadora. Com efeito, as CPI’s constituem instrumentos importantíssimos para o bom desempenho desse papel, tendo em vista que, criadas regularmente, possuem poderes de investigação “próprios das autoridades judiciais” [Art. 58, § 3° da Constituição Federal: “As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.”. A jurisprudência do STF já se firmou no sentido de que esses “poderes de investigação próprios das autoridades judiciais” são, na verdade, poderes “de instrução”, poderes de “produção de provas” próprios das autoridades judiciais, eis que as autoridades judiciais não possuem poderes de investigação].
Daí decorre que, numa CPI regularmente instaurada, é possível, desde que com a devida fundamentação (a fundamentação dos atos dos agentes públicos é, em regra, elemento do Estado Democrático de Direito), a quebra de sigilos bancário e fiscal, a requisição de documentos e perícias, a tomada de depoimentos de testemunhas com o dever de dizer a verdade, enfim, é viável a adoção de instrumentos aptos a tornar efetiva uma determinada investigação, a fim de que suas conclusões sejam encaminhadas ao Ministério Público para apreciação do cabimento de medidas judiciais cíveis e criminais. Ressalte-se que, no âmbito do Poder Legislativo, nenhuma outra esfera reúne tais poderes (nem as Mesas Diretoras, nem mesmo o Plenário).
E quais são os requisitos constitucionais para a legítima criação de Comissão Parlamentar de Inquérito? São basicamente três: a) requerimento de, no mínimo, 1/3 dos Deputados ou 1/3 dos Senadores; b) que a CPI seja criada para apuração de fato determinado; c) prazo certo de funcionamento, renovável, sempre por prazo determinado (noutras palavras, é uma comissão temporária) [Tendo em vista que a CPI, por dispor dos poderes mencionados, pode vir a adotar medidas eventualmente restritivas de direitos fundamentais, não seria conveniente permitir a sua existência por tempo indeterminado].
No caso da CPI da Petrobrás, os três requisitos foram devidamente cumpridos: mais de um terço dos Senadores subscreveram o requerimento de instalação da CPI, aí incluídos Senadores que integram a base político-parlamentar de apoio ao Governo Federal (assinaram o requerimento 25 Senadores, lista encabeçada pelo Senador Álvaro Dias – PSDB/PR); o requerimento aponta os diversos fatos determinados conexos objeto de investigação, a saber, processo de aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), indícios de pagamento de propina a funcionários da estatal pela companhia holandesa SMB Offshore para obtenção de contratos junto a Petrobrás, denúncias de que plataformas estariam sendo lançadas ao mar faltando uma série de componentes primordiais à segurança do equipamento e dos trabalhadores e indícios de superfaturamento na construção de refinarias; a CPI foi requerida com indicação de prazo certo de funcionamento.
Se é assim, cabe ao Poder Executivo, em cuja órbita político-administrativa se situa a Petrobrás, respeitar a prerrogativa constitucional do Poder Legislativo, inerente ao princípio constitucional da separação de poderes (Arts. 2° e Art. 60, § 4°, inciso III). Mais ainda: respeitar a circunstância de que a CPI é instrumento legítimo da minoria parlamentar, de modo a evitar que as maiorias parlamentares pudessem sufocar toda e qualquer iniciativa investigativa e fiscalizatória dos atos da Administração Pública. É por ser instrumento da minoria parlamentar que a Constituição previu a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito mediante requerimento de, no mínimo, 1/3 dos Deputados ou 1/3 dos Senadores, e não mediante requerimento da maioria absoluta. Nesse sentido, aliás, já decidiu o Supremo Tribunal Federal, reiteradas vezes, como acaba de mais uma vez fazê-lo, por decisão monocrática da Ministra Rosa Weber que, em mandado de segurança impetrado por Senadores, concedeu medida liminar para “determinar que a CPI seja implementada não com o objeto alargado do RQS nº 303, de 2014, e sim com o objeto restrito proposto no RQS nº 302, de 2014, de que signatários os impetrantes”.
O Brasil já teve excelentes Comissões Parlamentares de Inquérito, que produziram investigações efetivas e bons resultados. Destaco as seguintes: a) CPI que apurou corrupção no Governo Collor, em 1992 – seu relatório final serviu de base para o impeachment; b) CPI do Orçamento, em 1993 – seu relatório final serviu para a instauração de processos de cassação de vários Deputados Federais, além de processos criminais, bem como a revisão moralizadora da lei de licitações; c) CPI do Poder Judiciário, em 1999, cujo relatório final redundou em diversas ações criminais em face inclusive de magistrados de alta envergadura; d) CPI do Sistema Financeiro, em 1999, cujo relatório final serviu de base para a propositura de ações penais e ações de improbidade administrativa em face dos que foram apontados como responsáveis pelo vazamento de informações privilegiadas quando da desvalorização cambial do real, em janeiro daquele ano; e) CPI dos Correios, em 2005, cujo relatório parcial serviu de base para a instauração de diversos processos de cassação de mandato de deputados federais, bem como foi a principal fonte de elementos pelos quais o Procurador-Geral da República propôs a mais robusta e conhecida ação penal que tramitou no STF (Ação Penal n° 470), conhecida como ação do “mensalão”.
É bem verdade que, noutras vezes, Comissões Parlamentares de Inquérito realizaram péssimo trabalho, sem qualquer conteúdo, excessivamente politizadas e partidarizadas, tornando-se palco para exibições mediáticas e performáticas de seus membros. Esse é o preço que se paga por viver em democracia. Cabe ao povo acompanhar os trabalhos da CPI e identificar a sua seriedade ou a sua inocuidade. Não cabe, todavia, efetuar juízos apriorísticos negativos sobre toda e qualquer iniciativa de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito.
O argumento de que a criação de uma CPI para investigar denúncias de irregularidades praticadas na gestão da Petrobrás seria uma irresponsabilidade - dado o eventual prejuízo à imagem dessa importantíssima e indispensável estatal brasileira, estratégica à nossa soberania - é tão terrorista quanto inconsistente e inconsequente. É o argumento recorrentemente utilizado pelos gestores públicos, que se pretendem imunes ao sistema de controles recíprocos inerente ao Estado de Direito. O uso desse argumento surpreende ainda mais quando se trata de Presidente da República cujo partido político, o Partido dos Trabalhadores, notabilizou-se, em seus tempos de oposição política na esfera federal, por iniciativas bem sucedidas de requerimentos de criação de Comissões Parlamentares de Inquérito. Surpreende também quando lembramos que o ex-Presidente Lula já foi, inúmeras vezes, vítima de irresponsáveis especulações de mercado, que aterrorizavam a nação com a indução de que o país não suportaria um seu Governo, como se a democracia brasileira não estivesse suficientemente madura para conviver com a alternância no poder.
Argumentos como esses, que são a priori contra toda e qualquer CPI sob a acusação de que se trata de uma medida voltada para obtenção de dividendos político-eleitorais, foram muito utilizados pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que criticava o PT pela propositura de CPI’s que, supostamente, teriam esse viés.
Em 2001, o Governo de FHC (PSDB) conseguiu evitar a criação de uma CPI destinada a investigar denúncias de corrupção. Relembremos o que disse o então Presidente FHC, sobre a iniciativa da então oposição, comandada pelo PT:
Em relação à oposição, disse que a CPI da corrupção tem "conotação política, pré-eleitoral". No governo, diz-se que o principal beneficiado seria o PT, que deve lançar a candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva pela quarta vez. O presidente afirmou que, na democracia, não se pode instituir "um paredão moral de fuzilamento". Afirmou que ainda que a CPI misturaria "alhos com bugalhos" e se transformaria em "bandeira de campanha eleitoral". (Folha de São Paulo, 03/04/2001, caderno Brasil. Assinantes da Folha ou do UOL podem acessar a íntegra da reportagem).

Ou seja, nesse e em tantos outros assuntos, os pólos político-partidários apenas mudaram de lado, a reproduzir no governo o discurso que criticavam quando eram oposição, e vice-versa, relembrando a máxima do Império segunda a qual “nada mais liberal do que um conservador na oposição” e “nada mais conservador do que um liberal no governo”.

FONTE: INFONET

Petrobras inicia produção em poço no pré-sal

Estatal iniciou produção no campo de Lula no caminho para atingir a capacidade plena de 120 mil barris por dia (bpd) no terceiro trimestre.

A Petrobras iniciou nesta sexta-feira a produção em um novo poço do campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, colocando a FPSO Cidade de Paraty no caminho para atingir a capacidade plena de 120 mil barris por dia (bpd) no terceiro trimestre deste ano.

O poço 7-LL-22D-RJS, com potencial de produção de 26 mil bpd, foi conectado à unidade Cidade de Paraty por um sistema pioneiro nesse campo, utilizando uma boia submersa, disse a Petrobras em comunicado na noite de desta sexta-feira.
A FPSO Cidade de Paraty, uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo, entrou em operação em junho de 2013.
Ao longo de longo de 2014 serão interligados mais seis poços à unidade, quatro produtores e dois injetores, todos por meio de boias submersas.
Também nesta sexta-feira, começaram os procedimentos de partida do primeiro poço da plataforma P-62, no campo de Roncador, disse a Petrobras em seu relatório de resultados do primeiro trimestre.
"Temos confiança no alcance da meta de crescimento de produção de 7,5 por cento" em 2014, reafirmou a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, em carta aos acionistas, destacando uma margem de 1 ponto percentual para mais ou para menos nessa estimativa.
A executiva destacou também que a plataforma P-61/TAD, no campo de Papa-Terra e da FPSO Cidade de Ilhabela, no campo de Sapinhoá Norte, entrarão em operação no terceiro trimestre deste ano.
No quarto trimestre, a FPSO Cidade de Mangaratiba começará a produção no campo de Iracema Sul, estimou ela.
Apesar dos esforços da empresa para elevar a produção, os resultados ainda não foram percebidos nos primeiros três meses do ano.
A produção de petróleo no Brasil recuou 2 por cento ante o quarto trimestre de 2013, para 1,922 milhão de bpd, devido à desmobilização da FPSO-Brasil (Roncador), à parada da plataforma P-20, em Marlim, e ao término da participação da Petrobras na parceria com a Shell para produção no Parque das Conchas, com o FPSO-Espírito Santo.
A estatal fechou 2013 com queda de 2,5 por cento no volume de produção de petróleo, com média de 1,93 milhão de bpd, em sua segunda queda anual consecutiva.

Fonte: EXAME.COM

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Confira a lista dos 23 convocados do Brasil para a Copa do Mundo


O técnico Luiz Felipe Scolari divulgou nesta quarta-feira (7), em evento no Rio de Janeiro, os nomes dos 23 jogadores convocados para defender a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014.
O anúncio da lista oficial foi cercado de muita expectativa e contou com a presença de mais de 500 profissionais da imprensa brasileira e mundial.

O técnico Luiz Felipe Scolari concedeu uma rápida entrevista antes do anúncio e pediu o apoio do povo brasileiro.
— A partir da convocação, mesmo que discordem de A, B ou C, que os 23 convocados sejam muito bem recebidos, e que todos juntos, CBF, imprensa e torcedores, sigamos em direção ao que mais desejamos, que é conquistar o campeonato mundial aqui no Brasil.

A principal surpresa ficou por conta do zagueiro Henrique, do Napoli, com quem Luiz Felipe Scolari trabalhou nos tempos de Palmeiras. O jogador também pode atuar como volante.
Os jogadores convocados se apresentarão à comissão técnica no próximo dia 26 de maio, quando darão início aos treinamentos visando à estreia no Mundial, dia 12 de junho, diante da Croácia, no Itaquerão.

Confira aqui as fichas técnicas dos membros da nova família Felipão
Antes da abertura da Copa o time de Felipão ainda fará mais dois amistosos preparatórios, dias 3 e 6 de junho, diante de Panamá e Sérvia, em Goiânia e São Paulo, respectivamente.

Confira abaixo todos os convocados do Brasil para a Copa do Mundo.
Goleiros: Julio César (Toronto-CAN), Jéfferson (Botafogo) e Victor (Atlético-MG)
Laterais: Daniel Alves (Barcelona-ESP), Maicon (Roma-ITA), Marcelo (Real Madrid-ESP) e Maxwell (Paris Saint-Germain-FRA)
Zagueiros: Thiago Silva (Paris Saint-Germain-FRA), Dante (Bayern de Munique-ALE), David Luiz (Chelsea-ING) e Henrique (Napoli-ITA)
Meio-campistas: Luiz Gustavo (Wolfsburg-ALE), Ramires (Chelsea-ING), Paulinho (Tottenham-ING), Fernandinho (Manchester City-ING), Oscar (Chelsea-ING), Willian (Chelsea-ING), Hernanes (Inter de Milão-ITA)

Atacantes: Jô (Atlético-MG), Neymar (Barcelona-ESP), Hulk (Zenit-RUS), Fred (Fluminense) e Bernard (Shakthar Donetsk-UCR).

sábado, 3 de maio de 2014

ANP quer parar leilões do Pré-Sal por dois anos

 
 
Medida, se aprovada pelo CNPE, travaria a pressão das multinacionais petroleiras.

Novo leilão do pré-sal somente no final de 2016. Esta é a recomendação que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) fará ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que decidirá sobre o assunto.

A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, em entrevista à agência de notícias Reuters, disse que é necessário dar ao mercado um tempo, após três leilões no ano passado, que incluíram o campo de Libra, no pré-sal.

Magda afirmou que a indústria de equipamentos precisa desse intervalo para conseguir atender às demandas da exploração de áreas que estão em desenvolvimento. O prazo beneficiaria também a Petrobras, que poderá fazer caixa para novas explorações, e retoma para o governo brasileiro a agenda para o pré-sal, resistindo à pressão das multinacionais, que desejam explorar o petróleo de acordo com seus interesses.

Se depender da ANP, também não haverá este ano leilão para áreas do pós-sal, somente em 2015. Ainda que mantendo o sistema de leilões, as propostas foram bem recebidas pelos setores nacionalistas.

Nesta sexta-feira, a Petrobras divulgou que a produção no Brasil e no exterior somou 2,55 milhões de barris/dia de óleo equivalente em março, alta de 0,63% ante o mês anterior e de 2,6% na comparação com o volume extraído um ano antes.

A entrada de novos poços no pré-sal, cuja extração teve novo recorde, compensou paradas para manutenção registradas em unidades no Brasil, conforme indicou a estatal, que reafirmou a previsão de elevar a produção em 7,5 em 2014.


De olho nos acontecimentos...

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Galo Até Morrer!!!

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Super Galo

Minha Princesinha

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Galerinha do Barulho rsrsrs...

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Filhotes, Filhos

Minha vida

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EU E MINHA TURMINHA LINDA

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