sábado, 31 de janeiro de 2015

Petrobras interrompe construção de refinarias após gastar R$ 2,7 bilhões


Refinarias seriam construídas no Ceará e no Maranhão, perto das capitais.
Juntas, elas deveriam produzir 900 mil barris por dia.


O Bom Dia Brasil foi para a estrada para mostrar por que a Petrobras decidiu interromper a construção de duas refinarias no Nordeste que estavam previstas no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. A empresa gastou bilhões de reais para não chegar a lugar nenhum.
As refinarias seriam construídas no Ceará e no Maranhão, bem perto das capitais. A equipe do Bom Dia Brasil percorreu nos dois estados 120 quilômetros. Juntas, elas deveriam produzir 900 mil barris por dia. Um investimento seria no total de R$ 40 bilhões em cada uma. A Petrobras chegou a gastar R$ 2,7 bilhões nas obras que já foram feitas até agora.
As refinarias foram anunciadas como projetos estratégicos e defendidas pelo então presidente Lula. Mas, segundo especialistas ouvidos pelo Bom Dia Brasil, o negócio era tão ruim, que a estatal preferiu perder o dinheiro que já tinha sido gasto. O motivo? Era preciso investir muito em infraestrutura e a localização dos projetos não era estratégica.
Não foi só a Petrobras que saiu perdendo. O prejuízo também foi grande para quem mora nas regiões do Maranhão e do Ceará onde as refinarias seriam construídas.
O anúncio da instalação da refinaria da Petrobras em 2010 movimentou a tranquila Bacabeira, a 60 quilômetros de São Luís. “Os empresários que fizeram grandes investimentos contando com uma coisa e a coisa foi outra”, diz o técnico administrativo Henrique Calver.
A promessa era a criação de 25 mil empregos diretos e indiretos. E quando as obras pararam, muita gente que veio de longe atrás de uma vaga ficou de braços cruzados, sem saber o que fazer.
O eletricista Adriano Ribeiro se mudou com a família inteira de Manaus para trabalhar na refinaria. Hoje, todos estão desempregados, vivendo de bicos. “Agora está todo mundo procurando emprego na cidade, muitos estão indo embora e está desse jeito”, conta.
Alguns empresários pretendiam investir alto na região, com a chegada da refinaria. Uma grande rede de hotéis projetou um resort, moderno, com 150 apartamentos, mas, com a paralisação das obras da refinaria, o hotel de seis andares se transformou em uma obra abandonada no meio do mato. Um retrato da decepção de quem esperava lucrar com o crescimento da economia local.
Outros empreendimentos também foram construídos, com a previsão de um comércio mais aquecido. Mas dona Iracilda segue, como antes, na cadeira de balanço, à espera de clientes. “Muita expectativa e na hora não aconteceu nada”, diz.
A maioria dos desiludidos com a promessa de emprego já foi embora, mas os forasteiros ainda são muitos em Bacabeira. Alguns até arrumaram emprego provisório, enquanto alimentavam a esperança de trabalhar na refinaria. “Muita gente veio para tentar realizar a vida aqui. É um sonho e esse sonho nunca vai ser realizado”, diz um morador.

Os portões agora cercam um grande terreno sem qualquer utilidade. Localizada estrategicamente no Complexo Portuário do Pecem, a refinaria era uma das maiores promessas de desenvolvimento para o Ceará.

A comerciante Raimunda Andrade construiu uma pousada e ampliou um restaurante, pensando nos milhares de trabalhadores que viriam para a região. “Imaginei, vou jogar tudo aqui, mas depois vou recuperar tudo e vou ser feliz. E agora eu estou aqui sem saber o que fazer, que direção tomar”, conta.
Algumas perdas são impossíveis de calcular. Por volta de 80 famílias que moravam no terreno da refinaria tiveram as casas desapropriadas e foram distribuídas para assentamentos e vilas. Hoje estão ainda mais inconformadas por terem de ceder espaço para uma refinaria que nem vai sair do papel.

As indústrias do estado também não escondem a frustração. “Eu acho que essa situação que nós estamos vivendo no Ceará, com a desistência da Petrobras em construir esse grande monumento industrial é uma grande decepção”, afirma O presidente da Federação das Indústrias do Ceará, Beto Studart.

O governo do Ceará já disse que vai pedir indenização e que não desistiu da refinaria.“É claro que a própria resolução do balanço da Petrobras diz isso que todos os prejuízos do estado serão ressarcidos, mas não é isso que nós queremos, queremos é que a refinaria venha para o estado do Ceará”, diz o governador do Ceará, Camilo Santana.

A Petrobras informou que os projetos foram encerrados porque os resultados econômicos não demonstraram atratividade. A estatal também declarou que adotará todas as providências necessárias para reavaliar os compromissos assumidos com os governos estaduais e municipais.
No entendimento do Ministério de Minas e Energia, o cancelamento dos projetos está associado ao momento delicado por que passa a Petrobras.
Fonte: G1

Dilma precisa explicar o que sabia sobre Petrobras, diz FT

Publicação diz que tempo para Dilma defender presidente e diretores da Petrobras já passou.


Financial Times diz que Dilma tem que ser mais firme com a corrupção na Petrobras Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters


Em artigo publicado neste sábado, o jornal britânico Financial Times afirma que a presidente Dilma Rousseff precisa explicar o que sabia sobre a corrupção na Petrobras e que já passou o tempo de ser indulgente com os diretores da empresa.
"Embora ela não tenha sido acusada diretamente de envolvimento, como conselheira durante grande parte do tempo em questão, ela (Dilma) precisa explicar o que sabia e quando soube", afirma o editorial.
"A Lava-Jato deve pedir a cabeça da presidente e dos diretores. Dilma Rousseff está defendendo eles. O tempo para esta indulgência já passou", completa.
Nesta semana, as ações da empresa despencaram após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014 com dois meses de atraso e sem descontar as perdas causadas por desvios de corrupção. Na sexta-feira, elas atingiram seu menor valor em 11 anos.
O texto do diário britânico também diz que Dilma precisa apoiar a investigação e traça um paralelo entre o escândalo na Petrobras e o mensalão. O mensalão "levou a condenações de políticos sêniores - algo inédito no Brasil. Com a Petrobras, no entanto, a resposta precisa ser mais rápida e mais firme".
O artigo afirma também que, apesar de o dinheiro, supostamente, não ter sido usado por políticos para enriquecimento pessoal, a escala de desvios aumentou com o PT - e atribui à corrupção ao "desejo de poder" do partido. O dinheiro desviado, segundo as investigações, teria sido usado em campanhas da sigla e de partidos aliados.
O jornal diz que as consequências da desvalorização da Petrobras vão além da empresa. "Tem importância sistêmica para a economia brasileira e ameaça derrubar o governo. A Petrobras é muito grande para fracassar. Mas também é muito corrupta para seguir desta maneira."

sábado, 24 de janeiro de 2015

Corrupção na Petrobras pagava apoio a governo, diz executivo

Projeto Cacimbas, da Engevix
Projeto Cacimbas, da Engevix: os advogados do empreiteiro afirmam ainda que o esquema foi montado pelo PT como instrumento para se manter no poder
A defesa do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, uma das empreiteiras que são alvo da Operação Lava Jato, afirmou em documento entregue à Justiça Federal que superfaturamentos em contratos da Petrobras foram usados para bancar o "custo alto das campanhas eleitorais" e para que o governo federal pagasse parlamentares em troca de apoio no Congresso Nacional.
Os advogados do empreiteiro afirmam ainda que o esquema foi montado pelo PT como instrumento para se manter no poder.
O executivo está preso desde 14 de novembro do ano passado, junto com outros dez empreiteiros. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Para os investigadores, a Engevix integrava um "clube" de empreiteiras que atuava como cartel. As afirmações sobre o uso de contratos superfaturados da Petrobras para objetivos políticos constam de um documento de 85 páginas entregue à Justiça como resposta à acusação.
O documento dos advogados do vice da Engevix explicita algo que já vinha sendo dito nos bastidores pelos empreiteiros. Ele traduz a estratégia jurídica desse grupo: evitar que a Petrobras seja tratada como vítima de corruptores, no caso, os empresários, e tentar unir as duas frentes de investigação da operação - uma delas, a que inclui ex-diretores da estatal, doleiros e empreiteiros, é comandada pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná; a outra parte, a que inclui os políticos com foro privilegiado, está sob a guarda do Supremo Tribunal Federal.
Ao dizer que a corrupção na Petrobras está intrinsecamente ligada a atividades do governo e de parlamentares, os empreiteiros tentam mostrar que o caso é indissociável, a fim de que tudo seja julgado diretamente pelo STF.
"Faz mais de 12 anos que um partido político passou a ocupar o poder no Brasil. No plano de manutenção desse partido no governo, tornou-se necessário compor com políticos de outros partidos, o que significou distribuir cargos na administração pública, em especial, em empresas públicas e em sociedades de economia mista", diz o documento da defesa do vice da Engevix, que é coordenada pelo criminalista Antônio Sérgio de Moraes Pitombo.
"O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos", prossegue o texto.
"Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias. Nessa combinação de interesses escusos, surgem personagens como Paulo Roberto Costa, que, sabidamente, passou a exigir porcentuais de todos os empresários que atendiam a companhia", afirma a defesa.
O documento tenta deixar explícito que os empresários eram alvos de achaques dos dirigentes da Petrobras, em especial de Paulo Roberto Costa, que dirigiu a área de Abastecimento da estatal entre 2004 e 2012.
"O que ele (Costa) fazia era ameaçar, um a um, aos empresários, com o poder econômico da Petrobras", diz o texto.
"Prometia causar prejuízos no curso de contratos. Dizia que levaria à falência quem contrastasse seu poder, sinônimo da simbiose do poder econômico da mega empresa com o poder político do governo."
'Contingência'
A defesa sustenta que a "exigência de Paulo Roberto Costa" foi a "força criadora do elemento coletivo". "Quem detinha contratos vigentes com a Petrobras sofreu achaque. Ainda que se admita, a título de argumentação, que teriam praticado crimes similares, é ínsito aos acontecimentos entender que a exigência de Paulo Roberto Costa - e demais brokers do projeto político de manutenção dos partidos na base do governo - colocou os empresários, todos, na mesma situação, não por vontade, não por intenção, mas por contingência dos fatos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: EXAME.com
      

As empresas prejudicadas pela crise da Petrobras até agora

P-36, plataforma de petróleo da Petrobras, inclinada e afundando após explosões, localizada em Campos de Roncador, na Bacia de Campos
Petrobras: 12.000 funcionários de fornecedoras da estatal demitidos em dois meses
Enquanto a Petrobras e as empresas envolvidas na Operação Lava Jato aguardam a investigação da Justiça, outra sentença (custosa para toda a economia brasileira de imediato) está sendo dada pelo mercado.
Com executivos na cadeia e projetos parados, as fornecedoras da Petrobras já começaram a sentir o baque do escândalo.
Obras paradas, processos adiados, demissões, crédito escasso e menos investimento é o cenário que se desenha para elas.
Até agora, 23 empreiteiras foram indiciadas por envolvimento na operação, deflagrada no ano passado, e que investiga corrupção na Petrobras.
De acordo com reportagem da Revista EXAME, mais de 6.000 empresas são fornecedoras da estatal, muitas delas com o risco de sofrerem um reflexo da crise.
Veja, a seguir, alguns negócios e empresas já prejudicados pelas investigações de corrupção.
Demissões em massa
Responsáveis por grandes obras de infraestrutura, as 23 empreiteiras investigadas pela Justiça empregam, juntas, 350.000 pessoas.
Mas, com obras paradas, funcionários já começaram a perder o emprego. A estimativa dos balanços das centrais sindicais é que mais de 12.000 funcionários tenham sido demitidos em todo o país em menos de dois meses.
O número deve aumentar com o tempo e o desenrolar das investigações.
Tomé Engenharia
Os aditivos de obras já contratadas pela Petrobrás que não foram pagos prejudicaram os negócios da Tomé Engenharia, cujos maiores contratos tinham sido assinados com a estatal.
A empresa, tradicional do setor de óleo e gás, anunciou na semana passada que irá fechar as portas.
Sem receber os valores de aditivos contratuais com a estatal, e sem conseguir crédito no mercado, a Tomé alega não conseguir sustentar seu negócio.
Alumini Engenharia 
Depois de não pagar os funcionários que trabalham nas obras das refinarias Abreu e Lima e ter suas contas bloqueadas na Justiça, a Alumini Engenharia, empresa do grupo Alusa, pediu recuperação judicial.
O pedido foi protocolado na quinta-feira, dia 16, na 2 ª Vara de Falências em São Paulo, no bairro da Vila Olímpia.
Em comunicado, a empresa afirmou que“a decisão foi tomada após várias tentativas infrutíferas da empresa de receber seus créditos referentes a serviços prestados à Petrobras”.
Galvão Engenharia
A empresa também teria de paralisar uma obra e demitir 3.500 pessoas depois de a Petrobras rescindir o contrato feito em parceria com a chinesa Sinopec para a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.
A construtora teria de receber cerca de 900 milhões de reais em aditivos da estatal, segundo informações do PetroNotícias, boletim especializado no setor de petróleo.
OAS
Empresas cujos negócios são mais dependentes do governo correm mais risco de serem prejudicadas pela crise. É o caso da OAS, que tem 30% de sua receita proveniente de contratos com o setor público – e atualmente, uma dívida estimada em 8 bilhões de reais.
Vender ativos e reduzir despesas estão no plano da construtora desde o início do ano.
A agência Fitch rebaixou duas vezes, em uma semana, a nota de crédito da companhia e a preocupação é de a empresa também entrar com pedido de recuperação judicial em breve.
"Estamos hoje em negociação com todos os nossos credores e apresentaremos um plano aos mesmos nas próximas semanas", disse a empresa à EXAME.com.
UTC
Além de ter seus contratos prejudicados no país, a UTC teve cancelado um contrato para a construção de uma plataforma de petróleo de 250 milhões de dólares pela Pemex, a petroleira estatal do México. As informações são da coluna de Lauro Jardim.

No início do mês, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, escreveu uma carta, obtida e divulgada pela Revista Veja, em que afirma que esquema de corrupção instalado na Petrobras era na essência político.

Fonte: EXAME.com

Obra de até US$ 2 bilhões em Pasadena ficaria com UTC e Odebrecht, diz Costa

Paulo Roberto Costa detalhou atuação do lobista Fernando Soares
A obra de reforma da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que custaria de US$ 1 a 2 bilhões e não chegou a ser feita, já tinha duas empreiteiras definidas: a UTC e a Odebrecht. A informação faz parte de dois termos da colaboração premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que deu também detalhes da atuação do lobista Fernando Soares na diretoria internacional da Petrobras, que foi ocupada por Nestor Cerveró e cuja propina era destinada a políticos do PMDB. 


Costa afirmou que a obra destinada às duas empreiteiras seria coordenada pela diretoria de Engenharia e Serviços, que era comandada por Renato Souza Duque, indicado pelo ex-ministro José Dirceu. Incluído como investigado na Operação Lava-Jato, Dirceu recebeu da UTC transferências no valor de R$ 1,3 milhão, em 2012, e de R$ 939 mil, em 2013, a título de serviços de consultoria, assessoria e auditoria. Os depósitos foram feitos na empresa dele, a JD Assessoria e Consultoria. Outras duas empreiteiras investigadas na Lava-Jato, a Galvão Engenharia e a OAS, também contrataram serviços do ex-ministro.
Segundo o ex-diretor, que admitiu ter recebido de Soares US$ 1,5 milhão para não "causar problemas" na reunião destinada a analisar a compra da refinaria texana, foram executivos das duas empreiteiras que comentaram com ele sobre o acerto de contratação. Um deles é Ricardo Pessoa, da UTC, que está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e é acusado de ser o responsável pela operação do cartel de empreiteiras que atuava na Petrobras, agendando e comunicando reuniões entre as empresas. Márcio Faria e Rogério Araújo teriam sido os interlocutores da Odebrecht.
No depoimento, Costa disse que a associação com a Astra Oil era um mau negócio para a Petrobras, pois a refinaria de Pasadena só processava petróleo leve, o oposto da necessidade da Petrobras, que exporta petróleo pesado e cujo interesse seria refinar este tipo de produto lá fora. Além disso, acrescentou, a refinaria era velha e a Astra era apenas uma pequena trading sem qualquer experiência em refino. A associação com a estatal brasileira foi proposta a Cerveró por um ex-funcionário da área comercial da Petrobras chamado Alberto Feilhaber, que passou a trabalhar como representante da Astra. 
No depoimento, ele diz ainda que foram incluídos no contrato com a Astra duas cláusulas que não foram apresentadas na reunião de diretoria da Petrobras e na reunião com o Conselho de Administração. Uma delas, chamada de 'cláusula marlim", previa que a Petrobras garantiria à Astra um retorno mínimo de 6% mesmo que a quantidade de refino não fosse suficiente para garantir o lucro esperado pela sócia. Como o petróleo exportado pela Petrobras não era adequado à refinaria do Texas, a quantidade de refino não seria atingida. A segunda cláusula foi a "put option", que significa que se uma parte quiser sair do negócio a outra é obrigada a comprar, mas Costa considerou este item normal em grandes negócios.

Fonte: Jornal do Comércio (Agência O Globo)

Estaleiro EBR mantém obra em São José do Norte com dificuldades


O impacto da Operação Lava Jato (que investiga a corrupção na Petrobras e em contratos firmados pela estatal) no setor da construção naval também pode ser sentido na Metade Sul gaúcha. Apesar de a companhia Estaleiros do Brasil (EBR) seguir com a implantação do seu estaleiro no município de São José do Norte, a empresa está aportando recursos próprios no empreendimento devido à suspensão de repasses provenientes do Fundo da Marinha Mercante. Outra questão pendente é a possibilidade de atrasar a finalização da integração dos módulos no casco da plataforma de petróleo P-74, que será feita no complexo.

O vice-prefeito de São José do Norte, Francisco Elifalete Xavier, comenta que a comunidade está vivendo uma mistura de otimismo com receio. O dirigente revela que, recentemente, conversou com o presidente da EBR, Alberto Padilla, e o executivo confirmou que havia uma grande dificuldade para a liberação de recursos oriundos do Fundo da Marinha Mercante. Conforme Xavier, esse repasse atualmente está suspenso. Hoje, o empreendimento está andando com recursos próprios, o que causa uma preocupação”, frisa o vice-prefeito. O dirigente também enfatiza que essa prática tem um limite e se a situação perdurar por mais de 90 dias ficará mais complicada.

Xavier ressalta que não há previsão de dispensa de funcionários. No entanto, o aumento do número de trabalhadores que deveria ocorrer no começo deste ano não acontecerá. O vice-prefeito descarta a possibilidade de um retrocesso, com o encerramento das atividades, mas teme o retardo das ações e o reflexo na geração dos empregos. O dirigente ainda comenta que, até o momento, já teriam sido aplicados cerca de R$ 300 milhões no empreendimento.

Procurada pela reportagem do Jornal do Comércio, a assessoria da EBR informou que, por enquanto, a companhia não está se pronunciando para a imprensa. O grupo Toyo Setal (controlador da EBR) firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal quanto ao esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato. Antes da EBR impor esse período de silêncio, em maio de 2014, o presidente da empresa afirmou que aproximadamente 75% das obras do estaleiro (que iniciaram em setembro de 2013) já haviam sido concluídas. O término do empreendimento estava previsto para este mês de janeiro.

Para 2015, no pico dos trabalhos na P-74, a estimativa era de que cerca de 3 mil pessoas estariam trabalhando na unidade. Padilla disse ainda que o cronograma previsto para a plataforma deveria ser cumprido com a entrega da P-74 para a Petrobras no próximo mês de dezembro.

Atualmente, a EBR está desenvolvendo as obras do próprio estaleiro e adiantando os trabalhos que são possíveis da P-74, antes da chegada do casco da estrutura que está sendo preparado no Rio de Janeiro. No momento, estão atuando no complexo em torno de 700 trabalhadores. De acordo com dados do site da EBR, a companhia está investindo R$ 500 milhões nas primeiras etapas de construção de seu estaleiro localizado no Rio Grande do Sul. A unidade terá capacidade de processar 110 mil toneladas de aço por ano e cais com 820 metros lineares para executar serviços de integração em duas plataformas FPSOs (unidades flutuantes que produzem e armazenam petróleo) simultaneamente.

Transporte dos funcionários de Rio Grande a São José do Norte é feito com auxílio de lanchas

Um dos pleitos da prefeitura e de trabalhadores de São José do Norte é que a EBR aproveite o máximo possível de mão de obra da região. Na semana passada, metalúrgicos fizeram uma manifestação para sensibilizar a empresa sobre isso. O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte (Stimmmerg), Sadi Machado, adianta que uma reunião foi marcada para amanhã para discutir o assunto. Porém, o sindicalista enfatiza que uma reivindicação cobrada já foi atendida: o transporte de funcionários entre Rio Grande e São José do Norte através de uma lancha exclusiva. O veículo deverá ser disponibilizado até o final do mês.
Apesar da Operação Lava Jato, Machado informa que o dia a dia de trabalho permanece normal. Porém, há um clima de insegurança. O sindicalista detalha que a EBR, aparentemente, não demitiu, ao contrário do que houve no estaleiro da Ecovix, em Rio Grande, que desmobilizou em torno de 2 mil trabalhadores. O vice-presidente do sindicato diz que atualmente são cerca de 6 mil funcionários atuando na Ecovix e há rumores de que a companhia planeja enxugar o quadro para atingir o patamar de 4,5 mil pessoas. “Será um impacto enorme se isso ocorrer.” 

O dirigente acredita que parte da mão de obra, se houver demissões em Rio Grande, pode ser assumida pela EBR.

O vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) na região Sul, Eduardo Krause, não crê em fechamentos de unidades de construção naval em Rio Grande. “O que estou visualizando é uma diminuição em um período, como acontece com qualquer pessoa física ou jurídica que fica combalida”, compara. Para o dirigente, a situação é passageira. Krause, que esteve na semana passada visitando o estaleiro da EBR, constatou que o complexo está operando normalmente. No entanto, admite que a empresa sofrerá dificuldades. “Todos eles (estaleiros) fizeram operações, absolutamente legais, no Fundo da Marinha Mercante, que foram aprovadas, publicadas no Diário Oficial da União e o repasse não está vindo”, comenta.
Krause vê esse contexto com naturalidade, devido à Operação Lava Jato, e classifica como um obstáculo temporário. “É algo de uma órbita que não é a da indústria, é uma questão, vamos chamar de criminal, que o Judiciário está examinando, que não vai impedir de o País andar para frente”, argumenta. O dirigente ainda acrescenta que as maiores reservas nacionais de petróleo e de gás estão localizadas, justamente, no mar e, portanto, terão que ser tomadas medidas para prospectar esses recursos, como é o caso da construção já prevista de navios e plataformas.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

PETROBRÁS REABRE LICITAÇÃO DE MÓDULOS DOS REPLICANTES E CONVIDA APENAS EMPRESAS ESTRANGEIRAS

A consequência mais negativa para a indústria brasileira de todos os escândalos envolvendo os contratos da Petrobrás começou a se tornar realidade. Poucas semanas depois de excluir 23 grandes empreiteiras de seu cadastro, a estatal reabriu uma licitação importante, a dos módulos para os FPSOs replicantes, convidando apenas empresas estrangeiras. A lista inclui predominantemente companhias de China e Cingapura, como a Keppel Fels, dona do estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis (RJ), mas também traz empresas de outros países, como a Cobra, da Espanha, e a Modec, do Japão. A indicação é que as obras não só serão tocadas por empresas estrangeiras, como também serão feitas fora do País, o que seria uma afronta à política de conteúdo local instituída pelo Governo e um desrespeito às regras da ANP. A Petrobrás foi procurada para esclarecer a questão, mas não se pronunciou até o fechamento da reportagem.
O contrato em questão é na verdade o mesmo que pertencia à Iesa, contando com 24 módulos a serem instalados em seis dos oito FPSOs replicantes (P-66, P-67, P-68, P-69, P-70 e P-71), voltados ao pré-sal. A Iesa vinha fazendo as obras no estaleiro de Charqueadas, no Rio Grande do Sul, mas passou por diversas dificuldades financeiras, até precisar pedir recuperação judicial, o que atrasou os projetos e levou à rescisão do contrato por parte da Petrobrás.
A questão chegou a ser negociada com a Andrade Gutierrez, que aceitou assumir as obras, mas as partes não chegaram a um acordo e a estatal decidiu relicitar os módulos.
Antes do avanço da Operação Lava Jato, a Petrobrás já havia aceitado que os projetos fossem levados para a China, como a Andrade decidira fazer, indo de encontro às regras de conteúdo local, porque a estatal acreditava que isso agilizaria a entrega das unidades. A decisão gerou muitas críticas por parte da indústria, assim como dos trabalhadores, que se viram preteridos. No Brasil, há vários casos de empresas que estão atingindo os prazos e a qualidade na construção de módulos, algumas até antecipando as entregas, o que dificulta a compreensão da posição da estatal.
Com o avanço da Operação Lava Jato, a Petrobrás retomou a ideia de levar as obras para fora do País e agora começa a buscar apenas empresas estrangeiras.
A entrega das propostas deverá ocorrer até o dia 1° de fevereiro e quem vencer terá oito meses para concluir os módulos, a partir da assinatura do contrato. O valor da nova licitação não foi divulgado ainda e tudo indica que não haverá aproveitamento das obras que a Iesa havia iniciado no Sul.
As unidades que receberão os módulos tinham previsão de entrada em operação entre 2016 e 2018, sendo duas (P-66 e P-67) no primeiro ano, três (P-68 e P-69 e P-70) em 2017 e uma (P-71) no último ano. Com todo o imbróglio, os cronogramas serão alterados, mas a companhia ainda não divulga os novos prazos.
Essa é a primeira licitação de peso que a estatal abre após as últimas fases das investigações do Ministério Público e da Polícia Federal, e deve servir de base para sua estratégia nas próximas concorrências. Deve servir também de alerta para a indústria de engenharia e os sindicatos de trabalhadores brasileiros, que perderão projetos, investimentos e oportunidades no País caso esse seja o perfil traçado daqui para frente.
Vale lembrar que em Charqueadas, com o fim do contrato da Iesa, foram demitidos quase mil trabalhadores. Agora, este mesmo contrato, que poderia empregar os mesmos ou outros mil operários brasileiros, com uma gestão mais eficiente de outra empresa e um relacionamento mais desenvolvido com a Petrobrás, será dado a companhias estrangeiras, sem nenhuma obrigação de utilização de mão de obra nacional ou qualquer aproveitamento da indústria local.
A necessidade de agilizar a tirada de óleo dos campos é alardeada pela Petrobrás como a principal razão e para isso parece que a empresa decidiu mesmo abdicar do compromisso de fortalecimento da indústria brasileira. É um mau sinal. Para o setor privado e para o setor público.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Punições e dívidas de empreiteiras podem provocar crise no sistema financeiro do País

As empresas de engenharia estão comendo o pão que o diabo amassou. Com seus nomes manchados pela crise, elas estão sendo punidas duplamente pela Petrobrás.Além das 23 grandes empresas suspensas preliminarmente e impedidas de fazer novos negócios com a estatal, um número ainda maior está sendo punido por não receber bilhões de reais em aditivos represados pela companhia. A Petrobrás, por sua vez, usa um sofisma: “se os aditivos não estão aprovados, não há dívida. Na verdade, como se sabe, todos os aditivos estão amontoados na gaveta do diretor de engenharia, que não os aprova. Ou porque não tem tempo para resolver tudo a tempo e a hora ou porque está orientado a não resolver.

As consequências serão extremamente danosas não só para as empresas de engenharia, que já estão vivendo graves dificuldades financeiras e arrastando pequenos e médios fornecedores para o fundo do poço. Serão piores para muitos bancos estatais e privados que têm mais de R$ 130 bilhões alavancados com estas companhias. A quebra dessas empresas vai arrastar o sistema financeiro para uma séria crise.

A IESA, a OAS e a Engevix são as que estão nas piores situações. A IESA já está em recuperação judicial e com pouquíssimas chances de sobreviver pelo volume das dívidas. A pá de cal foi a decisão da Petrobrás em suspendê-la por prazo indeterminado. A OAS e a Engevix, também suspensas, têm outras atividades de engenharia que não são ligadas apenas ao mercado de petróleo e gás. Mas suas operações estão comprometidas pelo não recebimento das dívidas não pagas pela Petrobrás.
A OAS está demitindo, vendendo ativos, às voltas com compromissos financeiros internacionais não cumpridos e sendo obrigada praticamente a deixar os investimentos aeroportuários de Guarulhos por conta desses problemas. O mesmo problema é enfrentado pela UTC com o aeroporto de Viracopos, em Campinas. A Engevix está estudando a venda seus investimentos em aeroportos, hidrelétricas e estaleiro.
A crise parece não ter fim. De um lado, um posicionamento de cautela das empresas diante de tanta confusão. De outro, a apreensão em relação ao futuro dos projetos da indústria no País. Enquanto isso, a maioria das companhias vão seguindo o conselho do velho marinheiro inspirado na canção de Paulinho da Viola: “…durante o nevoeiro, leve o barco devagar”. A dificuldade está na falta de esperança de encontrar um porto seguro.
À boca pequena, o mercado só vê esperanças na substituição da presidente da Petrobrás e de toda sua diretoria. A própria Graça Foster sabe que ela fará melhor se sair do que se ficar e já admitiu ter pedido para sair, mas a presidente Dilma Rousseff só admitiu, até agora, mudar o Conselho de Administração da Estatal.
Nem todas 23 empresas punidas receberam a comunicação oficial de que estão proibidas de assinarem contratos com a Petrobrás. Uma comissão de funcionários da própria Petrobrás é que está responsável por fazer as análises e estabelecer o prazo de punição para essas companhias. Seja qual for, ela terá efeito para todas as empresas dos grupos econômicos.
A estatal informa que ainda está fazendo os comunicados. Algumas das empresas punidas ainda fazem obras para a Petrobrás. No mercado, comenta-se que se a Petrobrás realmente acredita que essas empresas são inidôneas, por que mantém seus contratos em andamento? Por que a estatal não se preocupou em manter a coerência de sua decisão?
Neste momento, há algumas obras paradas esperando soluções imediatas, como o término da obra do SNOX, da Refinaria Abreu e Lima, que estava sob a responsabilidade da Alumini. A empresa parou o trabalho e reclama na justiça o recebimento de R$ 1,2 bilhão. Um imbróglio difícil de resolver. Sem o SNOX, nada de diesel zero de enxofre, base da busca por combustíveis não poluentes.
Vejam as obras que precisam ter prosseguimento e que estão paradas:
1- Montagem de 24 módulos dos FPSOs replicantes que estavam a cargo da IESA. Com a suspensão das empresas, onde eles serão feitos e quem ficará responsável? O contrato será relicitado. O caminho mais óbvio é entregar essas montagens para quem está sendo eficiente;
2- SNOX, o filtro, o coração da Refinaria Abreu e Lima, que é capaz de produzir o diesel sem enxofre, uma das principais razões para se construir a RNEST;
3- UFN III – Unidade de Fertilizantes Nitrogenados de Três Lagoas. Obra que estava a cargo do consórcio da Galvão Engenharia e de uma empresa Chinesa, a Sinopec, que não foi incluída na lista das empresas suspensas;
4- A Interligação da tancagem do Comperj, que estava a cargo do Consórcio Jaraguá-Egesa;
5- A construção e montagem do Flare, da Torre de Resfriamento e do prédio administrativo do Comperj, que estava a cargo da Fidens;
6- Complemento da Unidade de Coque da RNEST, também sob a responsabilidade da Fidens;
São muitos problemas para serem resolvidos. Sem uma equipe de confiança da Petrobrás, capaz de honrar os compromissos assumidos, sem perseguir as empresas escolhidas para executar as suas obras, não há solução à vista. É preciso bom senso e calma para se resolverem os problemas. E o que está se vendo neste momento é que estes dois preceitos não estão existindo. Pressionados pela comissão que investiga internamente o problema, ninguém tem e nem quer ter autonomia para nada. Enquanto a estatal não souber o que ela quer exatamente, a crise só vai piorar com o tempo.
Fonte: Petronoticias

Os estádios da Copa que mais sugaram dinheiro público

Torcedor com a camisa de Garrincha acompanha a estreia do Brasil na Copa do Mundo em jogo contra a Croácia, na Arena CorinthiansAs obras nos estádios da Copa do Mundo não atraíram o interesse de investidores privados como o governo federal imaginava.


Apenas 611,6 milhões de reais (ou 7,2% do total) destinados aos empreendimentos vieram da iniciativa privada. É o que mostra a última atualização da Matriz de Responsabilidades do evento, publicada em 24 de dezembro. 
No total, 8,3 bilhões de reais foram despejados nas construções e reformas das arenas que foram palco dos 64 jogos do mundial. 
Os governos estaduais e municipais das cidades-sede foram os responsáveis pela maior parte dos investimentos. Juntos, eles desembolsaram R$ 3,9 bilhões com os estádios. Os outros R$ 3,8 bilhões foram custeados com financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 
Apenas 3 estádios tiveram investimentos privados. 
O estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF), é o exemplo mais contundente disso. A arena mais cara do Mundial recebeu recursos apenas do poder público local - por meio da Terracap (agência imobiliária pública controlada pelo Distrito Federal e pela União).
Estádio Mané Garrincha, em Brasília
O custo de todas as obras relacionadas com o Mundial superou  os 27 bilhões de reais. Apenas 15% deste montante foi pago pela iniciativa privada. 
Seleção brasileira de futebol em jogo da Copa do Mundo 2014
Fonte: EXAME.com

Em crise, Engevix estuda venda de aeroportos, hidrelétricas e estaleiro

Assim como outros investigados pela Operação Lava-Jato, o grupo Engevix (ou Jackson Empreendimentos) enfrenta fortes dificuldades para obter crédito no mercado para suas operações. Em meio à pior crise de sua história, a companhia prepara a venda de parte de seu portfólio para levantar caixa.

Conforme apurou o Valor, o grupo atualmente estuda diferentes possibilidades de vendas, localizadas em três dos quatro principais braços de atuação. Mas a intenção é se desfazer de apenas alguns dos ativos analisados. Com R$ 3,3 bilhões de faturamento (ao fim de 2013, dado mais recente disponível), a holding estuda até sair totalmente de uma de suas subsidiárias - a de energia.

Entre as oportunidades estudadas, está a venda da participação no estaleiro Ecovix (R$ 1,8 bilhão em faturamento ao fim de 2013). Essa companhia tem dois contratos com a Petrobras e com a Sete Brasil para a construção de três sondas de perfuração e oito cascos para plataformas do pré-sal. O estaleiro fica em Rio Grande (RS). A previsão, até há alguns meses, era que todas as unidades para a petroleira entrassem em operação até 2017. Procurado, o grupo não confirmou as informações.

Em 2013, um grupo de cinco empresas japonesas lideradas pela Mitsubishi Heavy Industries (MHI) comprou 30% da Ecovix por cerca de US$ 300 milhões, o que daria inicialmente à participação da Engevix um valor de US$ 700 milhões - valor que pode mudar conforme avaliação financeira de compradores eventualmente interessados.

Outra opção estudada pelo grupo é a venda da Desenvix, de energia (R$ 211 milhões em receita ao fim de 2013). Seus atuais acionistas são a Engevix (com 40,65%, por meio de um fundo), a norueguesa Statkraft (40,65%) e o fundo de pensão Funcef (18,7%). Neste caso, a compradora pode ser a própria Statkraft - que já teria manifestado interesse na fatia antes mesmo de a Operação Lava-Jato surgir. Maior geradora de energia renovável da Noruega, a companhia possui 391 usinas com capacidade total de 17,6 mil MW em mais de 20 países.

Quando entrou no negócio, em março de 2012, a Statkraft investiu R$ 725 milhões (valor da época). Com base nesse montante e na correção monetária, a Engevix poderia arrecadar cerca de R$ 850 milhões caso decida vender toda a participação na Desenvix. Mas o grupo também avalia vender, em vez de toda a fatia na empresa, apenas algumas de suas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).


Além de Desenvix e Ecovix, o grupo estuda a venda de ativos da Infravix (não foi divulgado o faturamento ao fim de 2013), conforme o Valor já noticiou. Essa companhia tem 51% da Inframérica, controladora dos aeroportos de Brasília (DF) e São Gonçalo do Amarante (RN). O mercado acompanha com interesse o assunto, sobretudo em relação ao terminal da capital federal. Já o empreendimento nordestino ainda é visto com pouco potencial de crescimento, o que pode limitar grandes propostas. Além dos aeroportos, a Infravix tem participação na ViaBahia, concessionária de rodovias.


O único braço principal que não é alvo de estudos para venda é a Engevix Engenharia, companhia criada há 50 anos para atuar principalmente em projetos. Depois transformada em construtora, a empresa foi responsável por alavancar os demais negócios.

Desde 1997, são donos do grupo o trio de engenheiros José Antunes Sobrinho, Cristiano Kok e Gerson de Mello Almada (Jackson, inclusive, é uma junção dos nomes dos três). Almada está preso pela Polícia Federal. Kok sofreu condução coercitiva (quando o alvo deve acompanhar os agentes para depoimento). A sede da empresa, em Barueri (região metropolitana de São Paulo), passou por ação de busca e apreensão.

Outros grupos investigados na Lava-Jato também encontram dificuldades na obtenção de crédito no mercado. Conforme o Valor adiantou em dezembro, a OAS estuda a vender diferentes ativos em seu portfólio, como a fatia de 25% na Invepar - que controla o aeroporto de Guarulhos. As declarações foram dadas a credores por Fábio Yonamine, presidente da OAS Investimentos.

Fonte: Valor Econômico/Fábio Pupo | De São Paulo

De olho nos acontecimentos...

De olho nos acontecimentos...

Galo Até Morrer!!!

Galo Até Morrer!!!
Super Galo

Minha Princesinha

Minha Princesinha

Galerinha do Barulho rsrsrs...

Galerinha do Barulho rsrsrs...
Filhotes, Filhos

Minha vida

Minha vida
Família

EU E MINHA TURMINHA LINDA

EU E MINHA TURMINHA LINDA
FAMÍLIA