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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Falta de empregos no setor naval gera protesto em Rio Grande, no RS

Desempregados se reuniram para pedir solução para impasse de projetos.Construção de plataformas da Petrobras foi paralisada após Lava Jato.


Trabalhadores que perderam empregos devido à paralisação de projetos no polo naval de Rio Grande, no Sul do Rio Grande do Sul, realizaram um protesto nesta terça-feira (5) no município. Um grupo se reuniu na Câmara de Vereadores para pedir uma solução para o impasse envolvendo a construção de duas plataformas para a Petrobras: a P-75 e P-77.

Michele Domingues trabalhou como soldadora durante quatro anos. Ela está desempregada há sete meses. ”Como é que tu vai explicar para o teu filho que hoje ele tem leite, mas talvez amanhã não tenha?”, questiona.

Falta de oportunidades no setor naval gera protesto em Rio Grande, no Sul do RS (Foto: Reprodução/RBS TV)
Michele está desempregada há sete meses
(Foto: Reprodução/RBS TV)


Em novembro de 2013, a Petrobras e o estaleiro QGI assinaram um contrato para construir as plataformas em Rio Grande. Com as investigações da operação Lava Jato, o projeto chegou a ser cancelado.

Em julho de 2015, uma comitiva de trabalhadores foi de Rio Grande até a sede da Petrobras no Rio de Janeiro e voltou com a garantia da obra, que geraria dois mil empregos diretos. Porém, um ano depois, a indefinição continua.

Em 2013, os três estaleiros do porto de Rio Grande chegaram a empregar mais de 20 mil pessoas. Atualmente, o número não chega a sete mil. A Petrobras e o estaleiro QGI não se manifestaram sobre a obra das plataformas.

Falta de oportunidades no setor naval gera protesto em Rio Grande, no Sul do RS (Foto: Reprodução/RBS TV)
Construção de plataformas está emperrada (Foto: Reprodução/RBS TV)

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/bom-dia-rio-grande/videos/t/edicoes/v/falta-de-oportunidades-no-setor-naval-gera-protesto-em-rio-grande-no-sul-do-rs/5144403/

FONTE: G1

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O desafio de sair da crise mais forte do que entrou

Governo e Petrobras têm a responsabilidade de superar escândalos e de criar uma nova era. Responsável por mais de 10% do PIB, a Petrobras tem papel vital nos investimentos que o país precisa para crescer
Trabalhadores
Estatal gasta R$ 100 bilhões por ano em aquisição de equipamentos e bens, e sustenta uma cadeia produtiva imensa. Em 2013 investiu, em média, R$ 383 milhões diários em equipamentos e em obras. Na imagem, trabalhadores que construíram a plataforma P-52
A os 62 anos de vida, que se completarão em outubro, a Petrobras convive nos últimos meses com a mais grave crise de sua história. O desenrolar da operação Lava Jato e as denúncias de corrupção no Brasil e no exterior têm atrasado pagamentos a fornecedores, dificultado a assinatura de aditivos contratuais e posto em dúvida metas de produção da maior empresa brasileira, que responde por cerca de 10% do PIB e da taxa de investimentos do país e 5% da arrecadação de impostos. As incertezas se somam à pressão de grupos econômicos para mudar as regras de produção de petróleo no pré-sal – como o regime de partilha e as regras de conteúdo nacional –, o que foi rechaçado pela presidente Dilma Rousseff no seu discurso de posse, em 1º de janeiro, ao se referir a um “cerco especulativo de interesses contrariados”.
O impacto da operação da Polícia Federal (PF) e das investigações em curso nos Estados Unidos e na Europa sobre a empresa ainda é incerto, mas, passada a tempestade, a Petrobras continuará sendo a principal empresa brasileira, com uma promissora carteira de projetos, depois de ter realizado uma das maiores descobertas de petróleo no mundo das últimas três décadas no hemisfério ocidental. O peso da estatal na economia é brutal. Em 2000, o setor de petróleo, em que a Petrobras é a principal força, com mais de 90% dos negócios na área, respondia por 3% do PIB. Hoje responde por 13% e poderia atingir 20% em 2020. A estatal gasta cerca de R$ 100 bilhões por ano em aquisição de equipamentos e bens, de contratos com construtoras a acordos com empresas de alimentação e planos de saúde. Segundo dados do Dieese, somente em 2013 a empresa gastou, em média, R$ 383 milhões diários em compras de equipamentos e em obras.
Hoje a Petrobras está envolvida em uma série de investigações, no Brasil e no exterior, em razão de suspeitas de desvios de recursos da estatal para partidos políticos e suspeitas de superfaturamento de contratos e privilégio para construtoras. A principal autoridade do mercado de capitais dos Estados Unidos está investigando a estatal brasileira, que tem ações negociadas na Bolsa de Nova York. A Justiça da Holanda está também de olho em uma denúncia da empresa SBM, que alugava plataformas para a Petrobras. Por sua vez, no Brasil, o Ministério Público Federal e a PF têm ouvido ex-diretores da empresa e de empreiteiras com contratos com a estatal, para identificar supostos desvios de dinheiro, que alimentava caixa dois usado para partidos políticos e executivos de empresas privadas.
Posse
Dilma: 'Enfrentamos situação com destemor e vamos converter renovação da Petrobras em energia transformadora”

Impactos

Os desdobramentos da Lava Jato são desconhecidos, assim como o uso que os órgãos judiciais farão da Lei Anticorrupção, que faz sua estreia no Brasil nesse caso. A lei, sancionada em 2013 por Dilma, traz uma novidade: a responsabilização da pessoa jurídica pelos atos ilícitos. Anteriormente, a legislação tinha foco maior sobre as pessoas corrompidas, e não sobre instituições corruptoras. Essa responsabilidade é objetiva em relação à pessoa jurídica: se forem comprovadas irregularidades ou uma vantagem a uma empresa, ela estará sujeita a penalidades, o que cria um novo marco na relação entre empresas e governos.
As sanções podem ir de 0,1% a 20% do faturamento bruto anual. Na esfera judicial, além de multas, a empresa pode sofrer arresto de bens, perder incentivos fiscais ou até ter suas atividades suspensas. A aplicação da lei poderá ter impacto sobre o caixa da estatal e suas fornecedoras – e por tabela atingir indiretamente outros empreendimentos de infraestrutura que têm participação das empresas envolvidas.
Com essas investigações em curso, a estatal anunciou a criação de uma diretoria de governança com intuito de reforçar controles internos e evitar novos casos de corrupção – o diretor de Governança, Risco e Conformidade, João Adalberto Elek Junior, foi eleito pelo Conselho de Administração em 13 de janeiro. Um dos problemas que o caso trouxe foi o fato de a Petrobras ter entrado em 2015 sem ter publicado o balanço do terceiro trimestre de 2014, por falta de uma estimativa do quanto foi desviado do caixa da empresa. Mesmo os números prometidos para janeiro, não auditados, criam incertezas, e a situação contábil ainda dará margem para deixar o mercado financeiro mais duro com a Petrobras.
Em 28 de janeiro, após o fechamento da edição impressa, a Petrobras divulgou seu balanço do trimestre julho-setembro/2014 com lucro líquido de R$ 3 bilhões – resultado ainda não auditado. Posteriormente, depoimentos da presidente da companhia, Graça Foster, a respeito do impacto que irregularidades em contratos investigados possam causar à contabilidade, arranharam ainda mais a situação da empresa (leia análise de Luis Nassif no site GGN).
A criação do cargo que passou a ser ocupado por Elek Junior provocou protesto da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Em nota, a entidade afirma que “o combate à corrupção se faz com mudanças estruturais na gestão, que rompam com o modelo autoritário que se perpetua na Petrobras desde o regime militar”. Para a federação, “terceiriza” para o mercado a indicação de seu gestor. “É na força do corpo técnico e da massa de trabalhadores que fazem a Petrobras crescer a cada dia que a empresa deveria buscar a inspiração para enfrentar os atuais problemas, e não no mercado”, diz a nota.
Sem números ainda devidamente auditados, é impossível a estatal emitir títulos de dívida no Brasil ou no exterior para financiar seu bilionário plano de investimentos. O impasse, enquanto perdurar, pode afetar a capacidade de investimentos da estatal – e da cadeia de fornecedores ao seu redor. No fim de junho, a Petrobras tinha em caixa R$ 66,4 bilhões. Os recursos poderiam cobrir os R$ 23 bilhões em dívidas que vencem até meados do próximo ano e bancar os investimentos de dois trimestres (a estatal investe cerca de R$ 20 bilhões a cada três meses).
Não há ainda previsão de quando será lançado o balanço auditado – em nota de 14 de janeiro, a empresa afirma que está empenhada em divulgar as demonstrações contábeis auditadas do terceiro trimestre “o mais breve possível”. “A Petrobras é auditada pela Price (PricewaterhouseCoopers), será que ela vai auditar os números da estatal, sendo que a Price é uma empresa americana e a Petrobras está sendo investigada nos Estados Unidos? Sem balanço, ela terá de reduzir os investimentos”, diz um fornecedor da estatal.
Plataforma
Petrobras responde por 10% dos investimentos do Brasil. Cerca de 5 mil funcionários terceirizados em obras de construtoras já estão ameaçados de perder o emprego

Efeito dominó

A ausência de balanço tem peso sobre os cerca de 85 mil funcionários da Petrobras. A companhia e suas subsidiárias calculam o adiantamento da participação nos lucros ou resultados (PLR) tomando como base a comparação entre os resultados dos três primeiros trimestres do ano-base e do mesmo período do ano anterior. O pagamento da PLR, bem como do seu adiantamento, foi formalizado no acordo que a FUP e seus sindicatos assinaram em fevereiro de 2014. O recebimento do adiantamento de 40% a ser pago em janeiro ficou ameaçado.
Sindicatos estão com medo do impacto das investigações no emprego. Em janeiro, representantes do Sindipetro da Bahia organizaram uma manifestação contra corruptos e corruptores, em defesa da dignidade dos petroleiros, da Petrobras e do pré-sal. Para o coordenador geral do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, não se podem confundir interesses do capital, a ação de um punhado de corruptos e corruptores presos na operação Lava Jato, com a categoria, nem com a capacidade técnica da estatal.
Um exemplo dos possíveis impactos sobre o emprego está no futuro da indústria naval, que previa receber US$ 100 bilhões em investimentos entre 2012 e 2020 com os planos da Petrobras de dobrar sua produção até o início da próxima década. A indústria naval foi, na década de 1980, a segunda maior do mundo, nos anos 1990 estava reduzida a pó e agora se encontra entre as cinco maiores do planeta. De 2.500 mil empregos no início dos anos 2000, o setor emprega hoje mais de 80 mil pessoas e poderia duplicar esse número. Agora, o futuro repousa sobre como ficará a situação da Petrobras.
O ambiente empresarial está em estado de alerta. “Ninguém na empresa está assinando aditivos contratuais e grandes contratos estão parados, o que cria um temor grande, porque a Petrobras responde por 10% dos investimentos do Brasil e por cerca de mais de 10% do PIB, é muita coisa”, diz o vice-presidente de uma das cinco maiores empreiteiras do Brasil. Cerca de 5 mil funcionários terceirizados em obras de construtoras para a estatal já estão ameaçados de perder o emprego até este fevereiro. Nas estimativas de algumas consultorias, um corte de 10% no plano de negócios da petroleira pode tirar de 0,1 a 0,5 ponto percentual do PIB.
Essas ameaças fazem as grandes construtoras, que têm na estatal um importante cliente, pressionar governo e sindicatos para mostrar o impacto que essa investigação poderá ter sobre a economia. Essas empressas deixaram há muitos anos de ser responsáveis apenas por obras de construção pesada. A Camargo Corrêa é uma das acionistas da CCR, concessionária de rodovias e da Linha 4 do Metrô de São Paulo. A Odebrecht é principal acionista da Braskem, que também tem no seu controle a Petrobras. A Andrade Gutierrez detém presença relevante na Cemig e na Oi. Hoje, as construtoras acreditam que a Justiça e a Corregedoria Geral da União (CGU) vão saber “separar os fatos”, segundo um executivo de uma grande empreiteira.
Nas entrelinhas, isso significa que caso uma construtora tenha atuado de forma incorreta, quem pagará a multa e sofrerá proibição de participar de uma nova obra será a construtora e não o grupo econômico de que ela participa. “Esse é o nosso entendimento. Se não for feito assim, as coisas não vão parar de pé e o programa de concessões do governo poderá ficar paralisado”, frisa um advogado que acompanha a questão. A construtora Camargo Corrêa, por exemplo, pagaria a penalidade e não a CCR ou a CPFL, a companhia de energia que serve parte do estado de São Paulo, em que o grupo econômico detém participação relevante, sendo controlador de ambas.
Navio sergio buarque de holanda
PESO - Em 2000, o setor de petróleo respondia por 3% do PIB. Hoje responde por 13% e poderia atingir 20% em 2020

Outro patamar

Apesar das incertezas de curto prazo, o horizonte de médio e longo prazo da Petrobras é positivo. A descoberta da camada pré-sal, em 2006, mudou o patamar de operação da estatal, que prevê chegar ao início da próxima década com uma produção de 4 milhões de barris por dia, o dobro do que extrai hoje – em 2014, a produção total de petróleo e gás no Brasil cresceu 6%. Ou seja, a estatal, que levou 60 anos para chegar à marca de 2 milhões de barris por dia, pretende dobrar esse patamar em apenas sete anos.
O avanço se dará com o pré-sal, que responde por 22% da produção atual da empresa, mas que em 2018 chegará a 52% do total. Serão 19 novas unidades de produção instaladas no pré-sal da Bacia de Santos até o final daquele ano. Com esses projetos, a expectativa da Petrobras é de que a produção de petróleo exclusivamente nas áreas do pré-sal, em 2017, ultrapasse a barreira de 1 milhão de barris por dia. Entre 2014 e 2018, a estatal prevê investir US$ 220 bilhões, o maior programa de investimento de uma petroleira no mundo.
“Nossas reservas descobertas têm o grande diferencial de estarem próximas ao maior mercado consumidor de energia do país, o que resulta em alta competitividade. Em quatro anos, com base em 2010, nossa produção no pré-sal cresceu dez vezes”, destaca a presidente da estatal, Graça Foster.
Publicado recentemente, relatório da companhia de petróleo e gás BP aponta crescimento da participação do Brasil no cenário energético mundial até 2035. O pré-sal se converterá em uma das principais províncias petrolíferas do planeta, o que fará o Brasil se tornar um exportador de energia e o maior produtor do setor na América do Sul. Devido a essa riqueza descoberta no Brasil, o governo alterou as regras de exploração e produção de petróleo na camada pré-sal, em 2010, fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi criado o regime de partilha na exploração da camada pré-sal, em que a União tem parte das receitas asseguradas, e a obrigatoriedade de a Petrobras deter pelo menos 30% dos campos a serem concedidos na área. Há também regras de conteúdo nacional de compra de equipamentos fabricados no Brasil. Com a crise da Petrobras, parte da mídia e grupos econômicos têm criticado essas ideias.
“A Petrobras precisará de foco e de uma política mais flexível. Obrigar a empresa a ter 30% de participação nos campos do pré-sal traz muita pressão. Ela tem capacidade técnica muito grande e um grande conhecimento em águas ultraprofundas, o que é um trunfo para o pré-sal. Ela poderá superar os obstáculos”, diz o economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), que atuou na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) lançou um documento no fim do ano em que observa que “os ataques sofridos pela Petrobras neste momento têm relação direta com o potencial do pré-sal”. Grupos econômicos e parte da mídia têm defendido abertura para outras empresas participarem da exploração do pré-sal sem a presença da Petrobras. “Embora o modelo adotado pelo governo não tenha atendido a todas as propostas feitas pelas entidades sindicais, contribuiu para garantir a soberania nacional em relação a esta produção, por meio do sistema de partilha e da criação da Petrosal. É preciso, portanto, enfrentar com vigor qualquer intenção entreguista que queira se aproveitar deste momento delicado pelo qual passa a Petrobras”, destaca o documento.

Oportunidades

Um ciclo de investimentos, turbinado pela exploração do pré-sal, poderá ser usado para a economia brasileira evitar a desindustrialização, na avaliação do diretor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Fernando Sarti. Entre 1990 e 2009, os investimentos responderam por cerca de 20% do PIB nacional, enquanto na China estiveram acima de 40%.
“Nós temos oportunidades e haverá demanda, mas ela ficará com indústrias daqui ou de fora?”, questiona Sarti. “A questão não é apenas de câmbio, e a competição ficará mais acirrada porque a China e países desenvolvidos, como Alemanha e Estados Unidos, buscarão mercados para seus bens neste mundo em crise. O que precisa ser feito é usar essa demanda de forma estratégica, o que pode contribuir para o adensamento de cadeias produtivas geradoras de mais riqueza aqui”, analisa.
Para o diretor, criar inovação e riqueza no Brasil depende de um papel mais ativo do Estado. Por meio de política industrial, o governo pode aumentar as oportunidades em setores competitivos com soluções diferenciadas criadas por empresas brasileiras ou multinacionais com negócios no Brasil. “Isso abre perspectiva de capacitação de fornecedores locais e de criação ou maior inserção em cadeias de valor. A empresa líder do setor é a Petrobras, com dimensão de mais longo prazo e condições de participar de uma política industrial mais ativa. A política de ­conte­ú­­do nacional é um trunfo.”
O escândalo em torno dos contratos da companhia com empreiteiras, a despeito do oportunismo político com que é tratado por parte da oposição e de setores da imprensa, poderá significar uma nova era para a estatal. O assunto ocupou espaço importante no ato de diplomação da presidenta Dilma, em 18 de dezembro. Na ocasião, Dilma ressaltou que o governo trabalha para recuperar o prestígio da empresa.
“Alguns funcionários da Petrobras, empresa que tem sido – e que vai continuar sendo – o nosso ícone de eficiência, brasilidade e superação, foram atingidos no processo de combate à corrupção”, afirmou a presidenta. “Estamos enfrentando essa situação com destemor e vamos converter a renovação da Petrobras em energia transformadora do nosso país”, disse ela. “A realidade atual só faz reforçar nossa determinação de implantar, na Petrobras, a mais eficiente estrutura de governança e controle que uma empresa estatal já teve no Brasil. Temos de apurar com rigor tudo de errado que foi feito. Temos, principalmente, de criar mecanismos que evitem que fatos como estes possam novamente se repetir.”
Plataforma 2
Em 1997, a empresa valia R$ 25 bilhões e faturava R$ 26 bilhões/ano. Hoje, vale R$ 200bilhões e receita supera R$ 300 bilhões
O uso político da estatal ocorre há décadas, assim como seu rumo depende do humor das políticas econômicas vigentes. Em agosto de 1997, quando o governo Fernando Henrique Cardoso avançava nas privatizações, foram modificadas as regras do setor de petróleo, estabelecidas em 1953 por Getúlio Vargas.

O monopólio da estatal no segmento foi quebrado. Iniciaram-se estudos para a venda da estatal em leilão de privatização, o que não avançou. Em 2001, sob o comando de Henri Phillipe Reichstul, a empresa iniciou um projeto de ajuste de promoção da marca. Foram sugeridas três ideias: manter Petrobras no Brasil e no exterior; manter a marca aqui e usar Petrobrax no exterior; e alterar no Brasil e lá fora para Petrobrax. O projeto foi pressionado por uma enxurrada de críticas e a ideia, abortada.

Em 1997, a empresa valia R$ 25 bilhões e faturava R$ 26 bilhões/ano. Hoje, vale R$ 200 bilhões e sua receita supera R$ 300 bilhões. A produção, que estava em pouco mais de um milhão de barris/dia, hoje supera 2,2 milhões. E é alvo de ataques dos mercados de capitais e de energia – sobretudo dos Estados Unidos e aliados árabes, que já forçam a queda do preço do óleo para prejudicar Rússia e Venezuela –, por conta da influência do potencial produtivo do pré-sal no mercado global.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Petrobras interrompe construção de refinarias após gastar R$ 2,7 bilhões


Refinarias seriam construídas no Ceará e no Maranhão, perto das capitais.
Juntas, elas deveriam produzir 900 mil barris por dia.


O Bom Dia Brasil foi para a estrada para mostrar por que a Petrobras decidiu interromper a construção de duas refinarias no Nordeste que estavam previstas no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. A empresa gastou bilhões de reais para não chegar a lugar nenhum.
As refinarias seriam construídas no Ceará e no Maranhão, bem perto das capitais. A equipe do Bom Dia Brasil percorreu nos dois estados 120 quilômetros. Juntas, elas deveriam produzir 900 mil barris por dia. Um investimento seria no total de R$ 40 bilhões em cada uma. A Petrobras chegou a gastar R$ 2,7 bilhões nas obras que já foram feitas até agora.
As refinarias foram anunciadas como projetos estratégicos e defendidas pelo então presidente Lula. Mas, segundo especialistas ouvidos pelo Bom Dia Brasil, o negócio era tão ruim, que a estatal preferiu perder o dinheiro que já tinha sido gasto. O motivo? Era preciso investir muito em infraestrutura e a localização dos projetos não era estratégica.
Não foi só a Petrobras que saiu perdendo. O prejuízo também foi grande para quem mora nas regiões do Maranhão e do Ceará onde as refinarias seriam construídas.
O anúncio da instalação da refinaria da Petrobras em 2010 movimentou a tranquila Bacabeira, a 60 quilômetros de São Luís. “Os empresários que fizeram grandes investimentos contando com uma coisa e a coisa foi outra”, diz o técnico administrativo Henrique Calver.
A promessa era a criação de 25 mil empregos diretos e indiretos. E quando as obras pararam, muita gente que veio de longe atrás de uma vaga ficou de braços cruzados, sem saber o que fazer.
O eletricista Adriano Ribeiro se mudou com a família inteira de Manaus para trabalhar na refinaria. Hoje, todos estão desempregados, vivendo de bicos. “Agora está todo mundo procurando emprego na cidade, muitos estão indo embora e está desse jeito”, conta.
Alguns empresários pretendiam investir alto na região, com a chegada da refinaria. Uma grande rede de hotéis projetou um resort, moderno, com 150 apartamentos, mas, com a paralisação das obras da refinaria, o hotel de seis andares se transformou em uma obra abandonada no meio do mato. Um retrato da decepção de quem esperava lucrar com o crescimento da economia local.
Outros empreendimentos também foram construídos, com a previsão de um comércio mais aquecido. Mas dona Iracilda segue, como antes, na cadeira de balanço, à espera de clientes. “Muita expectativa e na hora não aconteceu nada”, diz.
A maioria dos desiludidos com a promessa de emprego já foi embora, mas os forasteiros ainda são muitos em Bacabeira. Alguns até arrumaram emprego provisório, enquanto alimentavam a esperança de trabalhar na refinaria. “Muita gente veio para tentar realizar a vida aqui. É um sonho e esse sonho nunca vai ser realizado”, diz um morador.

Os portões agora cercam um grande terreno sem qualquer utilidade. Localizada estrategicamente no Complexo Portuário do Pecem, a refinaria era uma das maiores promessas de desenvolvimento para o Ceará.

A comerciante Raimunda Andrade construiu uma pousada e ampliou um restaurante, pensando nos milhares de trabalhadores que viriam para a região. “Imaginei, vou jogar tudo aqui, mas depois vou recuperar tudo e vou ser feliz. E agora eu estou aqui sem saber o que fazer, que direção tomar”, conta.
Algumas perdas são impossíveis de calcular. Por volta de 80 famílias que moravam no terreno da refinaria tiveram as casas desapropriadas e foram distribuídas para assentamentos e vilas. Hoje estão ainda mais inconformadas por terem de ceder espaço para uma refinaria que nem vai sair do papel.

As indústrias do estado também não escondem a frustração. “Eu acho que essa situação que nós estamos vivendo no Ceará, com a desistência da Petrobras em construir esse grande monumento industrial é uma grande decepção”, afirma O presidente da Federação das Indústrias do Ceará, Beto Studart.

O governo do Ceará já disse que vai pedir indenização e que não desistiu da refinaria.“É claro que a própria resolução do balanço da Petrobras diz isso que todos os prejuízos do estado serão ressarcidos, mas não é isso que nós queremos, queremos é que a refinaria venha para o estado do Ceará”, diz o governador do Ceará, Camilo Santana.

A Petrobras informou que os projetos foram encerrados porque os resultados econômicos não demonstraram atratividade. A estatal também declarou que adotará todas as providências necessárias para reavaliar os compromissos assumidos com os governos estaduais e municipais.
No entendimento do Ministério de Minas e Energia, o cancelamento dos projetos está associado ao momento delicado por que passa a Petrobras.
Fonte: G1

Dilma precisa explicar o que sabia sobre Petrobras, diz FT

Publicação diz que tempo para Dilma defender presidente e diretores da Petrobras já passou.


Financial Times diz que Dilma tem que ser mais firme com a corrupção na Petrobras Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters


Em artigo publicado neste sábado, o jornal britânico Financial Times afirma que a presidente Dilma Rousseff precisa explicar o que sabia sobre a corrupção na Petrobras e que já passou o tempo de ser indulgente com os diretores da empresa.
"Embora ela não tenha sido acusada diretamente de envolvimento, como conselheira durante grande parte do tempo em questão, ela (Dilma) precisa explicar o que sabia e quando soube", afirma o editorial.
"A Lava-Jato deve pedir a cabeça da presidente e dos diretores. Dilma Rousseff está defendendo eles. O tempo para esta indulgência já passou", completa.
Nesta semana, as ações da empresa despencaram após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014 com dois meses de atraso e sem descontar as perdas causadas por desvios de corrupção. Na sexta-feira, elas atingiram seu menor valor em 11 anos.
O texto do diário britânico também diz que Dilma precisa apoiar a investigação e traça um paralelo entre o escândalo na Petrobras e o mensalão. O mensalão "levou a condenações de políticos sêniores - algo inédito no Brasil. Com a Petrobras, no entanto, a resposta precisa ser mais rápida e mais firme".
O artigo afirma também que, apesar de o dinheiro, supostamente, não ter sido usado por políticos para enriquecimento pessoal, a escala de desvios aumentou com o PT - e atribui à corrupção ao "desejo de poder" do partido. O dinheiro desviado, segundo as investigações, teria sido usado em campanhas da sigla e de partidos aliados.
O jornal diz que as consequências da desvalorização da Petrobras vão além da empresa. "Tem importância sistêmica para a economia brasileira e ameaça derrubar o governo. A Petrobras é muito grande para fracassar. Mas também é muito corrupta para seguir desta maneira."

sábado, 18 de outubro de 2014

Dilma admite desvio da Petrobras e fará o possível para ressarcir

É a primeira vez que a presidente, candidata à reeleição, admite desvio de dinheiro público da empresa estatal.


Petrobras

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou na tarde deste sábado (18) que houve desvio de recursos na Petrobras e que pretende fazer o possível para ressarcir os danos causados aos cofres públicos.
"Eu farei todo o meu possível para ressarcir o país. Se houve desvio de dinheiro público, nós queremos ele de volta. [...] Houve [desvio], viu!", disse Dilma.
A declaração foi feita durante coletiva no Palácio do Planalto, quando a presidente foi questionada sobre quais medidas administrativas poderia tomar em relação às denúncias de corrupção envolvendo a estatal. Dilma não detalhou que tipo de desvio houve tampouco o montante.
Tanto o doleiro Alberto Yousseff quanto o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa revelaram em depoimentos à Justiça Federal e ao Ministério Público Federal, com quem firmaram um acordo de delação premiada, que contratos da Petrobras eram superfaturados para pagar propina a partidos, políticos e financiar a campanha eleitoral de 2010.
Dilma deixou claro que é preciso esperar a conclusão da ação judicial para saber exatamente quanto deverá ser ressarcido. "Daqui para frente, a não ser que eu seja informada pelo Ministério Público ou pelo juiz, eu não tenho medida nenhuma a tomar. Não é o presidente quem processa. Eu tomarei todas as medidas para ressarcir tudo e todos. Mas ninguém sabe hoje ainda o que deve ser ressarcido. A chamada delação premiada onde tem os dados mais importantes não foi entregue a nós. Até eu pedi. Pedi tanto para o Ministério Público quanto ao ministro do Supremo, que disseram ser sigiloso", disse.
Os dois delatores apontaram beneficiários do esquema tanto na base de apoio à Dilma (PT, PMDB e PP), quanto no PSDB, partido de seu principal adversário na corrida presidencial, Aécio Neves.
"Eu não acho que alguém no Brasil tenha a primazia da bandeira da ética. Até o retrospecto do PSDB não lhe dá essa condição. Acho que não dá a partido nenhum. Todos os integrantes de partido, qualquer um, que tenham cometido crime, delito, malfeito têm de pagar por isso", disse Dilma.
A presidente criticou ainda os vazamentos seletivos em relação às revelações dos delatores do esquema. "Eu não vou aqui comemorar nada. Só acho que o pau que bate em Chico, bate em Francisco. Essa é uma lei".
Processo
Neste sábado, Dilma disse também que se sentiu desrespeitada pelo adversário Aécio Neves (PSDB) quando ele a chamou de "leviana".
"Quando começa a discussão, o candidato adversário não gosta muito. Ele parte para algumas atitudes um tanto quanto desrespeitosas. Foram desrespeitosas comigo, foram desrespeitosas com a Luciana Genro. Ele pode inclusive querer processar, mas quem deveria processa-lo somos nós", disse a presidente, durante coletiva no Palácio do Planalto.
Dilma se referia à decisão da campanha do tucano de processá-la por injúria e difamação por conta de uma inserção que circulou neste sábado. No vídeo, a campanha de Dilma diz que Aécio tem mostrado dificuldade em respeitar as mulheres e mostra imagens de dois debates nos quais o candidato chamou de leviana Luciana e Dilma. "Você acha que um candidato a presidente pode agir dessa maneira?", diz o locutor na inserção.
Dilma reclamou da postura do concorrente. "A nós duas ele chamou de leviana, coisa que não se faz. Não é uma fala correta para mulheres. Eu lamento muito. Eu tenho que discutir, eu não tenho só propostas genéricas", afirmou. "Você, chamada de leviana, se sentiria o que?", completou, ao ser questionada se sentiu desrespeitada.
Crítica
A presidente também criticou a política de desenvolvimento da indústria naval proposta por Aécio Neves. Ela disse que o adversário ao mesmo tempo que promete reforçar o setor diz, em seu programa de governo, que pretende racionalizar as exigências da política de conteúdo local, que visa produzir equipamentos, bens e serviços para o setor.
Dilma disse que até 2018 a Petrobras deverá investir US$ 100 bilhões na indústria naval e que um dos principais orgulhos da gestão dela como ministra no governo Lula (2003-2010) e como presidente foi ter ajudado a "ressuscitar" o setor. Para Dilma, o que Aécio propõe é "estarrecedor".
Fonte: O tempo / Folha Press

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Porto da Capital receberá estaleiro (RS)


Após a desistência da Ecovix e da Irigaray do projeto de instalação uma unidade para fabricação de módulos de plataformas de petróleo em Porto Alegre, anunciada no começo deste mês, não foi necessário esperar muito para que um empreendimento similar preenchesse o espaço deixado. A Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) e a empresa MB Serviços de Manutenção e Reparos Industriais assinam amanhã um acordo de intenções para implantação de um novo estaleiro na Capital.
O diretor de portos da SPH, Paulo Astrana, esclarece que a acomodação da companhia acontecerá em duas áreas: ao lado do Centro de Treinamento (CT) do Grêmio, no Cais Marcílio Dias, e outra próxima à rodoviária, no final do Cais Mauá e começo do Cais Navegantes. A primeira abrangerá 9,8 hectares e a outra 3,6 hectares. Inicialmente, a MB irá ocupar justamente o terreno que seria destinado às empresas Ecovix e Irigaray, ao lado da rodoviária. O espaço será utilizado de forma provisória, pois já está pronto para ser aproveitado. No outro, junto ao complexo gremista, ainda é necessário fazer a terraplenagem e preparar o terreno para a implementação da estrutura. Quando as obras forem concluídas, a MB deverá ficar apenas com essa última área.
Astrana comenta que o início da construção das unidades dependerá de quando será obtida a autorização da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq). O investimento na iniciativa será na ordem de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões, gerando entre 500 empregos diretos e 500 indiretos na operação. A empresa, que tem sede na cidade de Itaboraí, no Rio de Janeiro, pretende deslocar a operação que desenvolve hoje no porto de Itajaí (SC).
De acordo com o diretor de portos da SPH, um dos motivos para a companhia vir para o Estado é a vantagem de ficar mais perto do polo naval de Rio Grande. Além disso, o dirigente cita o incentivo que o governo gaúcho está concedendo para a instalação das empresas na região. O decreto 51.103/14, publicado no Diário Oficial do Estado, estabeleceu o Polo Naval do Guaíba e deve facilitar o desenvolvimento de empreendimentos como esse.
Os módulos fabricados em Porto Alegre pela MB serão transportados pelo modal hidroviário para serem integrados, em outros locais, às plataformas de petróleo. Astrana destaca que a atividade do grupo significará um grande impulso para o porto gaúcho e salienta que o acordo será firmado no dia do aniversário da SPH, que completa 63 anos.
Casco da P-66 sai de Rio Grande no próximo mês
O casco da plataforma de petróleo P-66, encomendada pela Petrobras e que está sendo desenvolvido em Rio Grande, deve deixar a cidade antes do final do próximo mês. A estrutura seguirá para Angra dos Reis, onde será feita a parte de integração e complementação.
Esse é um dos oito cascos para plataformas FPSOs (unidades flutuantes que produzem e armazenam petróleo) que a Ecovix, responsável pelo Estaleiro Rio Grande (ERG), está trabalhando. A P-66 já deveria ter sido encaminhado no dia 28 de junho para o Rio de Janeiro e terá comprimento total de 288 metros. O empreendimento terá capacidade de processamento de 150 mil barris diários de óleo e 6 milhões de metros cúbicos ao dia de gás.
Fonte: portosenavios / Jornal do Commercio (POA)/Jefferson Klein

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Petrobras precisa concentrar todos os esforços no pré-sal

O Conselho Nacional de Política Energética, em sua reunião de 24 de junho passado, recomendou, e o governo federal acatou, contratar diretamente a Petrobras, em regime de partilha, para produzir petróleo e gás natural em quatro áreas do pré-sal. A contratação direta foi usada porque as áreas situam-se no entorno da Cessão Onerosa (CO), onde a estatal já está presente, podendo desenvolver um projeto integrado, com economia logística, ganho de escala e sinergias diversas. As condições gerais do contrato espelharam-se nas da vitoriosa licitação de Libra.
pre-sal
O mercado reagiu mal a essa contratação e as ações da Petrobras caíram 8%. O capital real da empresa se descolou de seu capital fictício. Capital fictício é o termo usado por Marx para designar os títulos que as empresas emitem para representar seu capital real e circulam em um mercado especial, o de ações. A autonomia com que flutuam “reforça a ilusão que são um verdadeiro capital ao lado do capital que representam…” (Marx).
Ocorre que quem negocia com o capital fictício se orienta pelo curto prazo, diferentemente dos que trabalham com o capital real (ou produtivo). Um movimento que não amplie o capital real pode fazer crescer o capital fictício, e outro que o reforce, mas que implique em pagamentos de curto prazo pode, temporariamente, fazer o capital fictício retroagir.
Urge facilitar o acesso da Petrobras a recursos que garantam a celeridade dos seus projetos no pré-sal
As contratações realizadas com a Petrobras, especialmente por ampliarem sua presença no pré-sal, aumentaram bastante seu capital real. Suas ações caíram, porque cresceram suas prestações de curto prazo. Mas essa defasagem não se manteve por muito tempo e, três semanas depois da maior queda, as manchetes já estampavam: “Bovespa fecha no maior nível do ano com a Petrobras”. Contudo, a contratação direta da Petrobras introduziu uma situação nova no setor de petróleo do país.
É que a Petrobras, só com o óleo de Libra e o do entorno da Cessão Onerosa, contratados sob regime de partilha, mais que dobrou os 14 bilhões de barris de petróleo que anteriormente detinha. Se somarmos o volume da CO e o de blocos que estão sob regime de concessão – Lula, Sapinhoá etc. – essa cifra se aproxima dos 40 bilhões de barris de óleo equivalente. Para explorar e desenvolver essas áreas, a petroleira tem que cumprir os contratos assinados com a ANP, que preveem investimentos altos, os quais compõem boa parte do orçamento da estatal, de R$ 220,6 bilhões, até 2018.
No passado, para se concentrar em projetos prioritários, a estatal transferiu, algumas vezes, a operação de campos secundários de seu portfólio para outras empresas, por meio de “cessões de direitos” – onde passava a concessão – ou de contratos de risco – onde continuava como concessionária – em operações sempre supervisionados pela ANP.
Agora, a petroleira já não pode usar deste expediente porque, por lei, a operação única no pré-sal é dela própria, Petrobras. E, contudo, a empresa precisa enormemente concentrar esforços financeiros e técnicos no pré-sal, província petrolífera prioritária brasileira. Daí que a petroleira necessita abrir mão de atividades não fundamentais, ou menores, ou secundárias, dispersas pelo país, para focar seus esforços no que tem a maior importância estratégica.
Essa situação mostra a necessidade de uma política governamental voltada para o fortalecimento de pequenos e médios produtores de petróleo no Brasil, que têm condições e se disponham a revitalizar a produção em campos menores, ou declinantes, operados pela Petrobras, em terra – especialmente no Nordeste – ou em águas rasas de outras bacias.
Os órgãos governamentais, mirando o mandato legal que lhes obriga a “promover o desenvolvimento” (Lei 9.478/97) devem encontrar os caminhos para destravar o progresso para as cerca de sessenta empresas de diversas origens e tamanhos que hoje atuam nas diversas bacias sedimentares brasileiras. Esse segmento precisa se desenvolver e só o fará com acesso a novas áreas de produção. A realização da 13ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios da ANP, aprovada pelo CNPE, deve ser feita sem delongas, principalmente depois dos prejuízos causados ao setor pela ausência de rodadas por cinco anos consecutivos.
Finalmente, deve-se facilitar que as petroleiras de pequeno e médio porte que aqui atuam, brasileiras em sua quase totalidade, assumam, da forma mais adequada, campos de produção não prioritários para a Petrobras, fomentando o desenvolvimento da indústria do petróleo no conjunto do país, e permitindo à estatal trabalhar com foco nas suas prioridades.
Fonte: Eventos Petróleo e Gás (Valor Econômico)

Petrobras declara comercialidade de três áreas do pré-sal

De acordo com a estatal, os nomes sugeridos para os novos campos foram Sul de Sapinhoá (Sul de Guará), Sépia (NE de Tupi) e Itapu (Florim)

Logo da Petrobrás
Petrobras: volume contratado para as três áreas é de 1,214 bilhão de barris de óleo equivalente (Ricardo Moraes/Reuters/VEJA)
A Petrobras apresentou nesta quarta-feira à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a declaração de comercialidade das acumulações de petróleo e gás de Sul de Guará, Nordeste de Tupi e Florim, áreas previstas no contrato de cessão onerosa, localizadas no pré-sal da Bacia de Santos. De acordo com a estatal, na proposta encaminhada à ANP os nomes sugeridos para os novos campos foram Sul de Sapinhoá (Sul de Guará), Sépia (NE de Tupi) e Itapu (Florim).
O volume contratado por meio da cessão onerosa para as três áreas, de 1,214 bilhão de barris de óleo equivalente, foi constatado na fase exploratória. Os reservatórios do pré-sal nestes campos são portadores de óleo de boa qualidade (entre 26° e 29° API), segundo comunicado distribuído hoje.
A Petrobras, durante a execução do Plano Exploratório Obrigatório, adquiriu dados sísmicos 3D em todas as áreas, perfurou 3 poços obrigatórios e 2 adicionais, com o objetivo de delimitar e caracterizar os reservatórios das jazidas. Também foram realizados 3 testes de formação e 1 teste de longa duração para avaliar a produtividade dos reservatórios.
Os novos campos de Sépia e Itapu estão localizados entre 185 km e 260 km da costa do Estado do Rio de Janeiro em profundidades de água entre 1.850 metros e 2.250 metros. O Campo Sul de Sapinhoá fica a cerca de 320 km da costa do Estado de São Paulo em profundidade de água entre 2.200 metros e 2.250 metros. "Conforme divulgado no Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 da companhia, as áreas de NE de Tupi (Campo de Sépia) e de Florim (Campo de Itapu) terão início de produção comercial em 2018 e 2020, respectivamente", informa a Petrobras.
A companhia está analisando as alternativas para o desenvolvimento da área de Sul de Guará (Campo de Sul de Sapinhoá) e informará a data de início de produção quando ocorrer a divulgação do Plano de Negócios e Gestão 2015-2019.
Produção — Segundo a Petrobras, as datas mencionadas de entrada em produção desses novos campos estão em revisão e poderão ser alteradas ou confirmadas quando o Plano de Desenvolvimento de cada área for submetido à ANP. "Com a declaração de comercialidade das áreas de Sul de Guará, Nordeste de Tupi e Florim, tem prosseguimento o processo formal de revisão do contrato de cessão onerosa, que será realizado bloco a bloco, levando-se em consideração as premissas técnicas e econômicas de cada área". A expectativa é de que a revisão do contrato da cessão onerosa seja concluída em 2015, diz a empresa.
O processo de revisão está em andamento nas áreas de Franco e Sul de Tupi, cujas declarações de comercialidade foram feitas em dezembro de 2013. A Petrobras lembra, no comunicado, que de todos os blocos da cessão onerosa apenas a área denominada Entorno de Iara ainda não teve sua declaração de comercialidade efetivada, o que deve ocorrer até dezembro de 2014.
Fonte: VEJA (Com Estadão Conteúdo)

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Navio-plataforma da Petrobras e da Galp parte para o pré-sal

A plataforma Cidade Angra dos Reis, já em exploração, é também uma unidade do tipo FPSO.
Com capacidade para produzir 150 mil barris de petróleo por dia, o navio Cidade de Mangaratiba deixou no sábado o estaleiro em Angra dos Reis, rumo ao campo Lula, na bacia de Santos, onde será explorado pela Petrobras, Galp e BG.
Rio de Janeiro - O consórcio Schahin - Modec, que foi contratado para construir e operar o navio-plataforma Cidade de Mangaratiba, deu início no sábado à saída da unidade do estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis. Este navio-plataforma, que será operado por um consórcio participado da Petrobras, da portuguesa Galp Energia e ainda da britânica BG, vai operar no campo Lula, no pré-sal da bacia de Santos, no litoral do Estado do Rio de Janeiro.
Com conteúdo local previsto de 65%, a construção e integração de módulos, no Brasil, envolveu quatro espaços de obras no Rio de Janeiro, localizados em Itaguaí, Ilha do Fundão, Niterói e Angra dos Reis, além de um na Bahia.
Ancorado a 240 quilômetros da costa, em águas com profundidade de 2.200 metros, o navio Cidade de Mangaratiba será conectado a 8 poços produtores e 8 injetores, tendo capacidade para produzir 150 mil barris de óleo e comprimir 8 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, e para armazenar 1,6 milhão de barris de petróleo.
Além disso, a unidade tem capacidade para injetar 240 mil barris de água por dia. A produção de petróleo deverá ser iniciada no quarto trimestre deste ano, informou a Petrobras em comunicado, sobre a entrega desta FPSO.
Uma FPSO (Floating Production Storage Offloading Unit) é uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo. São navios-plataforma com capacidade para separar o petróleo do gás e da água durante o processo de produção, armazená-lo nos tanques de carga para, finalmente, transferi-lo para navios petroleiros, que serão os responsáveis pelo seu transporte. Além disso, o gás produzido será exportado para terra via gasoduto.
A área de Iracema Sul, onde a FPSO Cidade de Mangaratiba ficará ancorada, compõe a concessão BM-S-11, que é operada pela Petrobras (65%) em parceria com a BG E&P Brasil Ltda. (25%) e a Galp - Petrogal Brasil S.A. (10%). Além da Cidade de Mangaratiba, o consórcio já explora outras plataformas do tipo FPSO, como a Cidade Angra dos Reis.
A Petrobras espera que sua produção de petróleo exclusivamente nas áreas do pré-sal do Brasil em 2017 ultrapasse a barreira de um milhão de barris por dia.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

PETROBRAS DIVULGA NOTA SOBRE A PLATAFORMA P-55


A Petrobras, através de comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), divulgou nota de esclarecimento sobre a Plataforma P-55.
A plataforma, que no último dia 16 de março, durante o processo de lançamento  do primeiro de um dos dois oleodutos definitivos de escoamento de petróleo e instalada no campo de Roncador, na Bacia de Campos, teve rompimento em um cabo de aço interligado ao guincho da embarcação de lançamento FDS, da empresa Saipem, com a queda de parte da tubulação no solo marinho.
A companhia destaca que os dutos danificados já foram substituídos por outros disponíveis em estoque e adquiridos para o lançamento do segundo oleoduto da P-55. O lançamento do primeiro oleoduto ocorrerá ainda neste mês.
A companhia informa, ainda, que novos dutos estão em processo de aquisição para reporem aqueles que  estavam destinados ao segundo oleoduto.
Não haverá impacto na instalação do segundo oleoduto, que já estava programada para o segundo semestre de 2014.
O escoamento de petróleo nesta fase atual do projeto é realizado por oleoduto já instalado até a plataforma P-54, como originalmente previsto. Esse duto será substituído quando forem instalados os dois oleodutos definitivos.
É importante destacar que não há impacto na produção do campo de Roncador. A plataforma P-55 entrou em operação em dezembro de 2013 e todos os poços do sistema entrarão em produção ainda em 2014.




segunda-feira, 3 de março de 2014

Produção do pré-sal nas bacias de Campos e Santos bate recorde, informa Petrobrás

Segundo a estatal, desempenho revela alta produtividade e é superior ao de outras áreas de produção marítima no mundo;

A Petrobrás informou que a produção de petróleo nos campos de pré-sal operados nas bacias de Santos e Campos atingiu, no dia 20 de fevereiro, a marca de 407 mil barris de petróleo por dia. Segundo a estatal, esse número representa novo recorde de produção diária.

O recorde foi produzido com 21 poços produtores em dez plataformas. Segundo a Petrobrás, isso é um indicativo de alta produtividade dos campos do pré-sal.

A produção recorde foi alcançada oito anos após a primeira descoberta, ocorrida em 2006. De acordo com comunicado da empresa, em "tempo inferior ao que foi necessário para se chegar ao mesmo patamar em outras importantes áreas de produção marítima no mundo".

A Petrobrás exemplifica, na nota, que, na porção americana do Golfo do México, foram necessários 19 anos depois da primeira descoberta para se alcançar a produção de 400 mil barris de petróleo por dia. Na Bacia de Campos, foram 16 anos e, no Mar do Norte, nove anos. "Diferentemente dessas áreas, na camada do pré-sal toda a produção de petróleo ocorre em águas profundas, o que torna o resultado obtido ainda mais expressivo", afirma a companhia.

A estatal informa ainda que este recorde de produção está associado à entrada em operação do poço 9-SPS-77, ocorrida em 18 de fevereiro. Trata-se do primeiro poço produtor a entrar em operação por meio da primeira Boia de Sustentação de Risers (BSR), instalada no FPSO Cidade de São Paulo, no campo de Sapinhoá. A produção inicial do poço SPS-77 alcançou o patamar de 36 mil barris de petróleo por dia. No dia 7 de fevereiro, foi concluída a instalação da segunda BSR, sendo esta no FPSO Cidade de Paraty.

A Petrobrás comunica também que foi obtido novo recorde no tempo de construção de poços na camada do pré-sal. O poço produtor SPH-5, localizado no campo de Sapinhoá, a uma profundidade d'água de 2.126 metros e com profundidade final de 5.334 metros, foi concluído em 26 de janeiro com duração total de 109 dias.

Fonte: Estadão

terça-feira, 11 de junho de 2013

Leilão do pré-sal deve levantar pelo menos R$ 10 bilhões

Licitações, que seguirão novo modelo de partilha na produção entre petrolíferas e governo, vão ocorrer em outubro.
Capitalização é aguardada para dar prosseguimento aos investimentos no pré-sal
Expectativa é de que grandes petrolíferas participem do leilão, mas que atuem em conjunto (Agência Estado)

O bônus pago pelas concessões de exploração de petróleo do primeiro leilão do pré-sal deverá ser de pelo menos dez bilhões de reais. A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira pelo diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Florival Carvalho, durante evento no Rio de Janeiro. O leilão está previsto para outubro deste ano.

Essa é a estimativa mínima para o valor do bônus, que será estabelecido pelo governo até o final deste mês. De acordo com Carvalho, "vários cenários sobre o bônus estão sendo analisados pelo governo e pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)".

O primeiro leilão do pré-sal ocorrerá pelo novo modelo de partilha da produção, pelo qual as empresas se comprometem a oferecer à União uma participação no volume de petróleo produzido no campo. Vence a disputa o consórcio que oferecer ao governo o maior volume da produção prevista no campo.

Pela nova modalidade, quanto maior o valor pago pelas concessões, menor seria o retorno para o governo na participação da produção. "Se você aumenta o bônus, você diminuiu a partilha de óleo, e vice-versa. O bônus é uma antecipação de receita e o governo é que tem que decidir se quer mais bônus ou partilha", afirmou o presidente da ANP.

Infográfico: O desafio do pré-sal
Leia ainda: 10 questões sobre o pré-sal

A expectativa de Carvalho é de que o leilão seja disputado por empresas de grande porte, mas que devem atuar em consórcios.

Normalmente, os leilões da ANP decidem as empresas que farão a operação e a exploração dos campos de petróleo. No entanto, no novo modelo do pré-sal, já foi decidido que a Petrobras será a operadora dos blocos e terá uma participação mínima de 30% dos ativos, já prevista por lei.

No mês passado, após cinco anos sem fazer nenhum leilão, a ANP realizou a 11ª Rodada de Licitações de blocos de exploração. Na ocasião, a agência arrecadou o valor recorde de 2,8 bilhões de reais.

Na última sexta-feira, a presidente da Petrobras, Graça Foster, declarou que a empresa avalia a possibilidade de entrar na rodada com uma participação acima dos 30% estipulados.

Carvalho considera tal a estratégia da estatal correta. "Acho que a Petrobras deve aumentar a participação e não ficar só nos 30%, até porque os consórcios têm interesse na Petrobras como operadora. A Petrobras quase não entrou na 11ª Rodada e deve estar sendo mais seletiva no que vai querer", afirmou ele.

Leia também: Leilão de campos de petróleo arrecada valor recorde de R$ 2,8 bi
Mesmo com menos apetite, Petrobras é líder em aquisições em leilão da ANP
Câmbio atual não é bom para a Petrobras, diz Graça Foster.

Fonte: Revista Veja (com agência Reuters)

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