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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Crise na Petrobras reduz pela metade o emprego no polo de Rio Grande



A crise na Petrobras causa impacto em Rio Grande, na Região Sul do Rio Grande do Sul. Dono de um extenso polo naval é o município gaúcho com os maiores investimentos da Petrobras no estado. Com a suspensão dos novos contratos com empresas citadas em denúncias de corrupção, o nível de atividade portuária diminui. O número de trabalhadores já caiu de 18 mil, em 2013, para 7 mil.

Grande são investigadas na Operação Lava-Jato. O Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, que representa os trabalhadores, promete mobilizações para que a Petrobras garanta novas obras para o porto gaúcho. "Ou a gente cai na rua agora e faz essa mobilização, ou pegamos a mochila e vamos embora para casa porque acabou tudo", diz o presidente da entidade, Benito Gonçalves.

A baixa no número de empregados causa impacto em diversos setores, entre eles o imobiliário. Antes, faltavam opções de moradia para os trabalhadores que chegavam de fora da cidade, principalmente de outros estados. Atualmente, muitas residências que antes estavam ocupadas estão à venda ou disponíveis para aluguel.

No setor hoteleiro, o valor das diárias caiu 25%. Antes sempre lotados, os hotéis têm agora um ocupação baixa, que em alguns estabelecimentos não passa de 5%. A empresária Patrícia Benevides montou um negócio para fornecer lençóis a hotéis e alojamentos. Segundo ela, as vendas estão em queda. "A demanda caiu vertiginosamente", lamentou.


Os efeitos também são sentidos no comércio. "Estamos vivendo uma redução geral de 10 a 15%. Em alguns segmentos, com 20 a 25%, e excepcionalmente, 50%. Todos na expectativa de uma definição da Petrobras sobre essa situação que nos atinge profundamente", diz o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio Grande, Carlos Pavão Xavier.

Fonte: g1.globo

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O desafio de sair da crise mais forte do que entrou

Governo e Petrobras têm a responsabilidade de superar escândalos e de criar uma nova era. Responsável por mais de 10% do PIB, a Petrobras tem papel vital nos investimentos que o país precisa para crescer
Trabalhadores
Estatal gasta R$ 100 bilhões por ano em aquisição de equipamentos e bens, e sustenta uma cadeia produtiva imensa. Em 2013 investiu, em média, R$ 383 milhões diários em equipamentos e em obras. Na imagem, trabalhadores que construíram a plataforma P-52
A os 62 anos de vida, que se completarão em outubro, a Petrobras convive nos últimos meses com a mais grave crise de sua história. O desenrolar da operação Lava Jato e as denúncias de corrupção no Brasil e no exterior têm atrasado pagamentos a fornecedores, dificultado a assinatura de aditivos contratuais e posto em dúvida metas de produção da maior empresa brasileira, que responde por cerca de 10% do PIB e da taxa de investimentos do país e 5% da arrecadação de impostos. As incertezas se somam à pressão de grupos econômicos para mudar as regras de produção de petróleo no pré-sal – como o regime de partilha e as regras de conteúdo nacional –, o que foi rechaçado pela presidente Dilma Rousseff no seu discurso de posse, em 1º de janeiro, ao se referir a um “cerco especulativo de interesses contrariados”.
O impacto da operação da Polícia Federal (PF) e das investigações em curso nos Estados Unidos e na Europa sobre a empresa ainda é incerto, mas, passada a tempestade, a Petrobras continuará sendo a principal empresa brasileira, com uma promissora carteira de projetos, depois de ter realizado uma das maiores descobertas de petróleo no mundo das últimas três décadas no hemisfério ocidental. O peso da estatal na economia é brutal. Em 2000, o setor de petróleo, em que a Petrobras é a principal força, com mais de 90% dos negócios na área, respondia por 3% do PIB. Hoje responde por 13% e poderia atingir 20% em 2020. A estatal gasta cerca de R$ 100 bilhões por ano em aquisição de equipamentos e bens, de contratos com construtoras a acordos com empresas de alimentação e planos de saúde. Segundo dados do Dieese, somente em 2013 a empresa gastou, em média, R$ 383 milhões diários em compras de equipamentos e em obras.
Hoje a Petrobras está envolvida em uma série de investigações, no Brasil e no exterior, em razão de suspeitas de desvios de recursos da estatal para partidos políticos e suspeitas de superfaturamento de contratos e privilégio para construtoras. A principal autoridade do mercado de capitais dos Estados Unidos está investigando a estatal brasileira, que tem ações negociadas na Bolsa de Nova York. A Justiça da Holanda está também de olho em uma denúncia da empresa SBM, que alugava plataformas para a Petrobras. Por sua vez, no Brasil, o Ministério Público Federal e a PF têm ouvido ex-diretores da empresa e de empreiteiras com contratos com a estatal, para identificar supostos desvios de dinheiro, que alimentava caixa dois usado para partidos políticos e executivos de empresas privadas.
Posse
Dilma: 'Enfrentamos situação com destemor e vamos converter renovação da Petrobras em energia transformadora”

Impactos

Os desdobramentos da Lava Jato são desconhecidos, assim como o uso que os órgãos judiciais farão da Lei Anticorrupção, que faz sua estreia no Brasil nesse caso. A lei, sancionada em 2013 por Dilma, traz uma novidade: a responsabilização da pessoa jurídica pelos atos ilícitos. Anteriormente, a legislação tinha foco maior sobre as pessoas corrompidas, e não sobre instituições corruptoras. Essa responsabilidade é objetiva em relação à pessoa jurídica: se forem comprovadas irregularidades ou uma vantagem a uma empresa, ela estará sujeita a penalidades, o que cria um novo marco na relação entre empresas e governos.
As sanções podem ir de 0,1% a 20% do faturamento bruto anual. Na esfera judicial, além de multas, a empresa pode sofrer arresto de bens, perder incentivos fiscais ou até ter suas atividades suspensas. A aplicação da lei poderá ter impacto sobre o caixa da estatal e suas fornecedoras – e por tabela atingir indiretamente outros empreendimentos de infraestrutura que têm participação das empresas envolvidas.
Com essas investigações em curso, a estatal anunciou a criação de uma diretoria de governança com intuito de reforçar controles internos e evitar novos casos de corrupção – o diretor de Governança, Risco e Conformidade, João Adalberto Elek Junior, foi eleito pelo Conselho de Administração em 13 de janeiro. Um dos problemas que o caso trouxe foi o fato de a Petrobras ter entrado em 2015 sem ter publicado o balanço do terceiro trimestre de 2014, por falta de uma estimativa do quanto foi desviado do caixa da empresa. Mesmo os números prometidos para janeiro, não auditados, criam incertezas, e a situação contábil ainda dará margem para deixar o mercado financeiro mais duro com a Petrobras.
Em 28 de janeiro, após o fechamento da edição impressa, a Petrobras divulgou seu balanço do trimestre julho-setembro/2014 com lucro líquido de R$ 3 bilhões – resultado ainda não auditado. Posteriormente, depoimentos da presidente da companhia, Graça Foster, a respeito do impacto que irregularidades em contratos investigados possam causar à contabilidade, arranharam ainda mais a situação da empresa (leia análise de Luis Nassif no site GGN).
A criação do cargo que passou a ser ocupado por Elek Junior provocou protesto da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Em nota, a entidade afirma que “o combate à corrupção se faz com mudanças estruturais na gestão, que rompam com o modelo autoritário que se perpetua na Petrobras desde o regime militar”. Para a federação, “terceiriza” para o mercado a indicação de seu gestor. “É na força do corpo técnico e da massa de trabalhadores que fazem a Petrobras crescer a cada dia que a empresa deveria buscar a inspiração para enfrentar os atuais problemas, e não no mercado”, diz a nota.
Sem números ainda devidamente auditados, é impossível a estatal emitir títulos de dívida no Brasil ou no exterior para financiar seu bilionário plano de investimentos. O impasse, enquanto perdurar, pode afetar a capacidade de investimentos da estatal – e da cadeia de fornecedores ao seu redor. No fim de junho, a Petrobras tinha em caixa R$ 66,4 bilhões. Os recursos poderiam cobrir os R$ 23 bilhões em dívidas que vencem até meados do próximo ano e bancar os investimentos de dois trimestres (a estatal investe cerca de R$ 20 bilhões a cada três meses).
Não há ainda previsão de quando será lançado o balanço auditado – em nota de 14 de janeiro, a empresa afirma que está empenhada em divulgar as demonstrações contábeis auditadas do terceiro trimestre “o mais breve possível”. “A Petrobras é auditada pela Price (PricewaterhouseCoopers), será que ela vai auditar os números da estatal, sendo que a Price é uma empresa americana e a Petrobras está sendo investigada nos Estados Unidos? Sem balanço, ela terá de reduzir os investimentos”, diz um fornecedor da estatal.
Plataforma
Petrobras responde por 10% dos investimentos do Brasil. Cerca de 5 mil funcionários terceirizados em obras de construtoras já estão ameaçados de perder o emprego

Efeito dominó

A ausência de balanço tem peso sobre os cerca de 85 mil funcionários da Petrobras. A companhia e suas subsidiárias calculam o adiantamento da participação nos lucros ou resultados (PLR) tomando como base a comparação entre os resultados dos três primeiros trimestres do ano-base e do mesmo período do ano anterior. O pagamento da PLR, bem como do seu adiantamento, foi formalizado no acordo que a FUP e seus sindicatos assinaram em fevereiro de 2014. O recebimento do adiantamento de 40% a ser pago em janeiro ficou ameaçado.
Sindicatos estão com medo do impacto das investigações no emprego. Em janeiro, representantes do Sindipetro da Bahia organizaram uma manifestação contra corruptos e corruptores, em defesa da dignidade dos petroleiros, da Petrobras e do pré-sal. Para o coordenador geral do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, não se podem confundir interesses do capital, a ação de um punhado de corruptos e corruptores presos na operação Lava Jato, com a categoria, nem com a capacidade técnica da estatal.
Um exemplo dos possíveis impactos sobre o emprego está no futuro da indústria naval, que previa receber US$ 100 bilhões em investimentos entre 2012 e 2020 com os planos da Petrobras de dobrar sua produção até o início da próxima década. A indústria naval foi, na década de 1980, a segunda maior do mundo, nos anos 1990 estava reduzida a pó e agora se encontra entre as cinco maiores do planeta. De 2.500 mil empregos no início dos anos 2000, o setor emprega hoje mais de 80 mil pessoas e poderia duplicar esse número. Agora, o futuro repousa sobre como ficará a situação da Petrobras.
O ambiente empresarial está em estado de alerta. “Ninguém na empresa está assinando aditivos contratuais e grandes contratos estão parados, o que cria um temor grande, porque a Petrobras responde por 10% dos investimentos do Brasil e por cerca de mais de 10% do PIB, é muita coisa”, diz o vice-presidente de uma das cinco maiores empreiteiras do Brasil. Cerca de 5 mil funcionários terceirizados em obras de construtoras para a estatal já estão ameaçados de perder o emprego até este fevereiro. Nas estimativas de algumas consultorias, um corte de 10% no plano de negócios da petroleira pode tirar de 0,1 a 0,5 ponto percentual do PIB.
Essas ameaças fazem as grandes construtoras, que têm na estatal um importante cliente, pressionar governo e sindicatos para mostrar o impacto que essa investigação poderá ter sobre a economia. Essas empressas deixaram há muitos anos de ser responsáveis apenas por obras de construção pesada. A Camargo Corrêa é uma das acionistas da CCR, concessionária de rodovias e da Linha 4 do Metrô de São Paulo. A Odebrecht é principal acionista da Braskem, que também tem no seu controle a Petrobras. A Andrade Gutierrez detém presença relevante na Cemig e na Oi. Hoje, as construtoras acreditam que a Justiça e a Corregedoria Geral da União (CGU) vão saber “separar os fatos”, segundo um executivo de uma grande empreiteira.
Nas entrelinhas, isso significa que caso uma construtora tenha atuado de forma incorreta, quem pagará a multa e sofrerá proibição de participar de uma nova obra será a construtora e não o grupo econômico de que ela participa. “Esse é o nosso entendimento. Se não for feito assim, as coisas não vão parar de pé e o programa de concessões do governo poderá ficar paralisado”, frisa um advogado que acompanha a questão. A construtora Camargo Corrêa, por exemplo, pagaria a penalidade e não a CCR ou a CPFL, a companhia de energia que serve parte do estado de São Paulo, em que o grupo econômico detém participação relevante, sendo controlador de ambas.
Navio sergio buarque de holanda
PESO - Em 2000, o setor de petróleo respondia por 3% do PIB. Hoje responde por 13% e poderia atingir 20% em 2020

Outro patamar

Apesar das incertezas de curto prazo, o horizonte de médio e longo prazo da Petrobras é positivo. A descoberta da camada pré-sal, em 2006, mudou o patamar de operação da estatal, que prevê chegar ao início da próxima década com uma produção de 4 milhões de barris por dia, o dobro do que extrai hoje – em 2014, a produção total de petróleo e gás no Brasil cresceu 6%. Ou seja, a estatal, que levou 60 anos para chegar à marca de 2 milhões de barris por dia, pretende dobrar esse patamar em apenas sete anos.
O avanço se dará com o pré-sal, que responde por 22% da produção atual da empresa, mas que em 2018 chegará a 52% do total. Serão 19 novas unidades de produção instaladas no pré-sal da Bacia de Santos até o final daquele ano. Com esses projetos, a expectativa da Petrobras é de que a produção de petróleo exclusivamente nas áreas do pré-sal, em 2017, ultrapasse a barreira de 1 milhão de barris por dia. Entre 2014 e 2018, a estatal prevê investir US$ 220 bilhões, o maior programa de investimento de uma petroleira no mundo.
“Nossas reservas descobertas têm o grande diferencial de estarem próximas ao maior mercado consumidor de energia do país, o que resulta em alta competitividade. Em quatro anos, com base em 2010, nossa produção no pré-sal cresceu dez vezes”, destaca a presidente da estatal, Graça Foster.
Publicado recentemente, relatório da companhia de petróleo e gás BP aponta crescimento da participação do Brasil no cenário energético mundial até 2035. O pré-sal se converterá em uma das principais províncias petrolíferas do planeta, o que fará o Brasil se tornar um exportador de energia e o maior produtor do setor na América do Sul. Devido a essa riqueza descoberta no Brasil, o governo alterou as regras de exploração e produção de petróleo na camada pré-sal, em 2010, fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi criado o regime de partilha na exploração da camada pré-sal, em que a União tem parte das receitas asseguradas, e a obrigatoriedade de a Petrobras deter pelo menos 30% dos campos a serem concedidos na área. Há também regras de conteúdo nacional de compra de equipamentos fabricados no Brasil. Com a crise da Petrobras, parte da mídia e grupos econômicos têm criticado essas ideias.
“A Petrobras precisará de foco e de uma política mais flexível. Obrigar a empresa a ter 30% de participação nos campos do pré-sal traz muita pressão. Ela tem capacidade técnica muito grande e um grande conhecimento em águas ultraprofundas, o que é um trunfo para o pré-sal. Ela poderá superar os obstáculos”, diz o economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), que atuou na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) lançou um documento no fim do ano em que observa que “os ataques sofridos pela Petrobras neste momento têm relação direta com o potencial do pré-sal”. Grupos econômicos e parte da mídia têm defendido abertura para outras empresas participarem da exploração do pré-sal sem a presença da Petrobras. “Embora o modelo adotado pelo governo não tenha atendido a todas as propostas feitas pelas entidades sindicais, contribuiu para garantir a soberania nacional em relação a esta produção, por meio do sistema de partilha e da criação da Petrosal. É preciso, portanto, enfrentar com vigor qualquer intenção entreguista que queira se aproveitar deste momento delicado pelo qual passa a Petrobras”, destaca o documento.

Oportunidades

Um ciclo de investimentos, turbinado pela exploração do pré-sal, poderá ser usado para a economia brasileira evitar a desindustrialização, na avaliação do diretor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Fernando Sarti. Entre 1990 e 2009, os investimentos responderam por cerca de 20% do PIB nacional, enquanto na China estiveram acima de 40%.
“Nós temos oportunidades e haverá demanda, mas ela ficará com indústrias daqui ou de fora?”, questiona Sarti. “A questão não é apenas de câmbio, e a competição ficará mais acirrada porque a China e países desenvolvidos, como Alemanha e Estados Unidos, buscarão mercados para seus bens neste mundo em crise. O que precisa ser feito é usar essa demanda de forma estratégica, o que pode contribuir para o adensamento de cadeias produtivas geradoras de mais riqueza aqui”, analisa.
Para o diretor, criar inovação e riqueza no Brasil depende de um papel mais ativo do Estado. Por meio de política industrial, o governo pode aumentar as oportunidades em setores competitivos com soluções diferenciadas criadas por empresas brasileiras ou multinacionais com negócios no Brasil. “Isso abre perspectiva de capacitação de fornecedores locais e de criação ou maior inserção em cadeias de valor. A empresa líder do setor é a Petrobras, com dimensão de mais longo prazo e condições de participar de uma política industrial mais ativa. A política de ­conte­ú­­do nacional é um trunfo.”
O escândalo em torno dos contratos da companhia com empreiteiras, a despeito do oportunismo político com que é tratado por parte da oposição e de setores da imprensa, poderá significar uma nova era para a estatal. O assunto ocupou espaço importante no ato de diplomação da presidenta Dilma, em 18 de dezembro. Na ocasião, Dilma ressaltou que o governo trabalha para recuperar o prestígio da empresa.
“Alguns funcionários da Petrobras, empresa que tem sido – e que vai continuar sendo – o nosso ícone de eficiência, brasilidade e superação, foram atingidos no processo de combate à corrupção”, afirmou a presidenta. “Estamos enfrentando essa situação com destemor e vamos converter a renovação da Petrobras em energia transformadora do nosso país”, disse ela. “A realidade atual só faz reforçar nossa determinação de implantar, na Petrobras, a mais eficiente estrutura de governança e controle que uma empresa estatal já teve no Brasil. Temos de apurar com rigor tudo de errado que foi feito. Temos, principalmente, de criar mecanismos que evitem que fatos como estes possam novamente se repetir.”
Plataforma 2
Em 1997, a empresa valia R$ 25 bilhões e faturava R$ 26 bilhões/ano. Hoje, vale R$ 200bilhões e receita supera R$ 300 bilhões
O uso político da estatal ocorre há décadas, assim como seu rumo depende do humor das políticas econômicas vigentes. Em agosto de 1997, quando o governo Fernando Henrique Cardoso avançava nas privatizações, foram modificadas as regras do setor de petróleo, estabelecidas em 1953 por Getúlio Vargas.

O monopólio da estatal no segmento foi quebrado. Iniciaram-se estudos para a venda da estatal em leilão de privatização, o que não avançou. Em 2001, sob o comando de Henri Phillipe Reichstul, a empresa iniciou um projeto de ajuste de promoção da marca. Foram sugeridas três ideias: manter Petrobras no Brasil e no exterior; manter a marca aqui e usar Petrobrax no exterior; e alterar no Brasil e lá fora para Petrobrax. O projeto foi pressionado por uma enxurrada de críticas e a ideia, abortada.

Em 1997, a empresa valia R$ 25 bilhões e faturava R$ 26 bilhões/ano. Hoje, vale R$ 200 bilhões e sua receita supera R$ 300 bilhões. A produção, que estava em pouco mais de um milhão de barris/dia, hoje supera 2,2 milhões. E é alvo de ataques dos mercados de capitais e de energia – sobretudo dos Estados Unidos e aliados árabes, que já forçam a queda do preço do óleo para prejudicar Rússia e Venezuela –, por conta da influência do potencial produtivo do pré-sal no mercado global.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Petrobras interrompe construção de refinarias após gastar R$ 2,7 bilhões


Refinarias seriam construídas no Ceará e no Maranhão, perto das capitais.
Juntas, elas deveriam produzir 900 mil barris por dia.


O Bom Dia Brasil foi para a estrada para mostrar por que a Petrobras decidiu interromper a construção de duas refinarias no Nordeste que estavam previstas no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. A empresa gastou bilhões de reais para não chegar a lugar nenhum.
As refinarias seriam construídas no Ceará e no Maranhão, bem perto das capitais. A equipe do Bom Dia Brasil percorreu nos dois estados 120 quilômetros. Juntas, elas deveriam produzir 900 mil barris por dia. Um investimento seria no total de R$ 40 bilhões em cada uma. A Petrobras chegou a gastar R$ 2,7 bilhões nas obras que já foram feitas até agora.
As refinarias foram anunciadas como projetos estratégicos e defendidas pelo então presidente Lula. Mas, segundo especialistas ouvidos pelo Bom Dia Brasil, o negócio era tão ruim, que a estatal preferiu perder o dinheiro que já tinha sido gasto. O motivo? Era preciso investir muito em infraestrutura e a localização dos projetos não era estratégica.
Não foi só a Petrobras que saiu perdendo. O prejuízo também foi grande para quem mora nas regiões do Maranhão e do Ceará onde as refinarias seriam construídas.
O anúncio da instalação da refinaria da Petrobras em 2010 movimentou a tranquila Bacabeira, a 60 quilômetros de São Luís. “Os empresários que fizeram grandes investimentos contando com uma coisa e a coisa foi outra”, diz o técnico administrativo Henrique Calver.
A promessa era a criação de 25 mil empregos diretos e indiretos. E quando as obras pararam, muita gente que veio de longe atrás de uma vaga ficou de braços cruzados, sem saber o que fazer.
O eletricista Adriano Ribeiro se mudou com a família inteira de Manaus para trabalhar na refinaria. Hoje, todos estão desempregados, vivendo de bicos. “Agora está todo mundo procurando emprego na cidade, muitos estão indo embora e está desse jeito”, conta.
Alguns empresários pretendiam investir alto na região, com a chegada da refinaria. Uma grande rede de hotéis projetou um resort, moderno, com 150 apartamentos, mas, com a paralisação das obras da refinaria, o hotel de seis andares se transformou em uma obra abandonada no meio do mato. Um retrato da decepção de quem esperava lucrar com o crescimento da economia local.
Outros empreendimentos também foram construídos, com a previsão de um comércio mais aquecido. Mas dona Iracilda segue, como antes, na cadeira de balanço, à espera de clientes. “Muita expectativa e na hora não aconteceu nada”, diz.
A maioria dos desiludidos com a promessa de emprego já foi embora, mas os forasteiros ainda são muitos em Bacabeira. Alguns até arrumaram emprego provisório, enquanto alimentavam a esperança de trabalhar na refinaria. “Muita gente veio para tentar realizar a vida aqui. É um sonho e esse sonho nunca vai ser realizado”, diz um morador.

Os portões agora cercam um grande terreno sem qualquer utilidade. Localizada estrategicamente no Complexo Portuário do Pecem, a refinaria era uma das maiores promessas de desenvolvimento para o Ceará.

A comerciante Raimunda Andrade construiu uma pousada e ampliou um restaurante, pensando nos milhares de trabalhadores que viriam para a região. “Imaginei, vou jogar tudo aqui, mas depois vou recuperar tudo e vou ser feliz. E agora eu estou aqui sem saber o que fazer, que direção tomar”, conta.
Algumas perdas são impossíveis de calcular. Por volta de 80 famílias que moravam no terreno da refinaria tiveram as casas desapropriadas e foram distribuídas para assentamentos e vilas. Hoje estão ainda mais inconformadas por terem de ceder espaço para uma refinaria que nem vai sair do papel.

As indústrias do estado também não escondem a frustração. “Eu acho que essa situação que nós estamos vivendo no Ceará, com a desistência da Petrobras em construir esse grande monumento industrial é uma grande decepção”, afirma O presidente da Federação das Indústrias do Ceará, Beto Studart.

O governo do Ceará já disse que vai pedir indenização e que não desistiu da refinaria.“É claro que a própria resolução do balanço da Petrobras diz isso que todos os prejuízos do estado serão ressarcidos, mas não é isso que nós queremos, queremos é que a refinaria venha para o estado do Ceará”, diz o governador do Ceará, Camilo Santana.

A Petrobras informou que os projetos foram encerrados porque os resultados econômicos não demonstraram atratividade. A estatal também declarou que adotará todas as providências necessárias para reavaliar os compromissos assumidos com os governos estaduais e municipais.
No entendimento do Ministério de Minas e Energia, o cancelamento dos projetos está associado ao momento delicado por que passa a Petrobras.
Fonte: G1

sábado, 24 de janeiro de 2015

Estaleiro EBR mantém obra em São José do Norte com dificuldades


O impacto da Operação Lava Jato (que investiga a corrupção na Petrobras e em contratos firmados pela estatal) no setor da construção naval também pode ser sentido na Metade Sul gaúcha. Apesar de a companhia Estaleiros do Brasil (EBR) seguir com a implantação do seu estaleiro no município de São José do Norte, a empresa está aportando recursos próprios no empreendimento devido à suspensão de repasses provenientes do Fundo da Marinha Mercante. Outra questão pendente é a possibilidade de atrasar a finalização da integração dos módulos no casco da plataforma de petróleo P-74, que será feita no complexo.

O vice-prefeito de São José do Norte, Francisco Elifalete Xavier, comenta que a comunidade está vivendo uma mistura de otimismo com receio. O dirigente revela que, recentemente, conversou com o presidente da EBR, Alberto Padilla, e o executivo confirmou que havia uma grande dificuldade para a liberação de recursos oriundos do Fundo da Marinha Mercante. Conforme Xavier, esse repasse atualmente está suspenso. Hoje, o empreendimento está andando com recursos próprios, o que causa uma preocupação”, frisa o vice-prefeito. O dirigente também enfatiza que essa prática tem um limite e se a situação perdurar por mais de 90 dias ficará mais complicada.

Xavier ressalta que não há previsão de dispensa de funcionários. No entanto, o aumento do número de trabalhadores que deveria ocorrer no começo deste ano não acontecerá. O vice-prefeito descarta a possibilidade de um retrocesso, com o encerramento das atividades, mas teme o retardo das ações e o reflexo na geração dos empregos. O dirigente ainda comenta que, até o momento, já teriam sido aplicados cerca de R$ 300 milhões no empreendimento.

Procurada pela reportagem do Jornal do Comércio, a assessoria da EBR informou que, por enquanto, a companhia não está se pronunciando para a imprensa. O grupo Toyo Setal (controlador da EBR) firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal quanto ao esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato. Antes da EBR impor esse período de silêncio, em maio de 2014, o presidente da empresa afirmou que aproximadamente 75% das obras do estaleiro (que iniciaram em setembro de 2013) já haviam sido concluídas. O término do empreendimento estava previsto para este mês de janeiro.

Para 2015, no pico dos trabalhos na P-74, a estimativa era de que cerca de 3 mil pessoas estariam trabalhando na unidade. Padilla disse ainda que o cronograma previsto para a plataforma deveria ser cumprido com a entrega da P-74 para a Petrobras no próximo mês de dezembro.

Atualmente, a EBR está desenvolvendo as obras do próprio estaleiro e adiantando os trabalhos que são possíveis da P-74, antes da chegada do casco da estrutura que está sendo preparado no Rio de Janeiro. No momento, estão atuando no complexo em torno de 700 trabalhadores. De acordo com dados do site da EBR, a companhia está investindo R$ 500 milhões nas primeiras etapas de construção de seu estaleiro localizado no Rio Grande do Sul. A unidade terá capacidade de processar 110 mil toneladas de aço por ano e cais com 820 metros lineares para executar serviços de integração em duas plataformas FPSOs (unidades flutuantes que produzem e armazenam petróleo) simultaneamente.

Transporte dos funcionários de Rio Grande a São José do Norte é feito com auxílio de lanchas

Um dos pleitos da prefeitura e de trabalhadores de São José do Norte é que a EBR aproveite o máximo possível de mão de obra da região. Na semana passada, metalúrgicos fizeram uma manifestação para sensibilizar a empresa sobre isso. O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte (Stimmmerg), Sadi Machado, adianta que uma reunião foi marcada para amanhã para discutir o assunto. Porém, o sindicalista enfatiza que uma reivindicação cobrada já foi atendida: o transporte de funcionários entre Rio Grande e São José do Norte através de uma lancha exclusiva. O veículo deverá ser disponibilizado até o final do mês.
Apesar da Operação Lava Jato, Machado informa que o dia a dia de trabalho permanece normal. Porém, há um clima de insegurança. O sindicalista detalha que a EBR, aparentemente, não demitiu, ao contrário do que houve no estaleiro da Ecovix, em Rio Grande, que desmobilizou em torno de 2 mil trabalhadores. O vice-presidente do sindicato diz que atualmente são cerca de 6 mil funcionários atuando na Ecovix e há rumores de que a companhia planeja enxugar o quadro para atingir o patamar de 4,5 mil pessoas. “Será um impacto enorme se isso ocorrer.” 

O dirigente acredita que parte da mão de obra, se houver demissões em Rio Grande, pode ser assumida pela EBR.

O vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) na região Sul, Eduardo Krause, não crê em fechamentos de unidades de construção naval em Rio Grande. “O que estou visualizando é uma diminuição em um período, como acontece com qualquer pessoa física ou jurídica que fica combalida”, compara. Para o dirigente, a situação é passageira. Krause, que esteve na semana passada visitando o estaleiro da EBR, constatou que o complexo está operando normalmente. No entanto, admite que a empresa sofrerá dificuldades. “Todos eles (estaleiros) fizeram operações, absolutamente legais, no Fundo da Marinha Mercante, que foram aprovadas, publicadas no Diário Oficial da União e o repasse não está vindo”, comenta.
Krause vê esse contexto com naturalidade, devido à Operação Lava Jato, e classifica como um obstáculo temporário. “É algo de uma órbita que não é a da indústria, é uma questão, vamos chamar de criminal, que o Judiciário está examinando, que não vai impedir de o País andar para frente”, argumenta. O dirigente ainda acrescenta que as maiores reservas nacionais de petróleo e de gás estão localizadas, justamente, no mar e, portanto, terão que ser tomadas medidas para prospectar esses recursos, como é o caso da construção já prevista de navios e plataformas.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Operação Ouro Negro aponta falhas em plataforma da Bacia de Campos (P55)

Segundo MPT, camarotes da P-55 estão superlotados e água não é tratada.
Petrobras disse não ter recebido um comunicado oficial das irregularidades.


Camarotes superlotados, falta de tratamento de água e trabalhadores sem capacitação ou treinamento para operar máquinas. Essas foram algumas das irregularidades encontradas na plataforma P-55, administrada pela Petrobras, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT). A unidade passou por inspeção de órgãos federais durante a última semana, intitulada de Operação Ouro Negro. 
Além de fiscais do Ministério Público do Trabalho, participaram da operação representantes da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE), Marinha, Anvisa, Ibama, e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Uma denúncia feita por trabalhadores da unidade, formalizada pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF), motivou a ação. 
Segundo a procuradora do trabalho, Flavia Bauler, a plataforma possui número de trabalhadores acima da capacitadade. 
"A P-55 foi projetada para ser uma plataforma compacta e receber poucos trabalhadores. Ela foi projetada para abrigar 90 e atualmente possui 156. O que mais nos preocupou foi ver a falta de espaço para as pessoas que lá trabalham. Camarotes projetados para receber dois, possuem quatro", contou a procuradora que esteve no local nesta semana. 
Um módulo temporário foi instalado na unidade a fim de minimizar a falta de espaço. Mas segundo a procuradora, o que foi pensado para ser temporário se tornou definitivo. 
Plataforma P-55 na Bacia de Campos (Foto: Divulgação/MPT)Corredores para circulação (Foto: Divulgação/MPT)
"Os espaços são reduzidos. A quantidade de pessoas que encontramos lá trabalhando é a média de outras plataformas, porém, essa é muito pequena. A companhia não apresentou um prazo para desocupação das unidades construídas para serem provisórias", explicou.
Trabalhadores flagrados se alimentando em pé ou no chão do refeitório também chamou a atenção dos fiscais. 
"Não tem espaço nos camarotes, no refeitório muito menos. As pessoas se alimentavam em pé, porque já não havia espaço para se acomodar", completou Flavia Bauler. 
Outros graves problemas, segundo a procuradora, foram diagnosticados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), como falta de tratamento de água e trabalhadores sem treinamento, curso ou capacitação.
"A Anvisa não encontrou um dosador de cloro para tratamento da água consumida. Os trabalhadores disseram que não tem tratamento. Apesar da companhia afirmar que a comida é preparada com água mineral, as pessoas tomam banho e fazem sua higiene com uma água que está armazenada e parada há muito tempo, sem um mínino de tratamento. A ANP encontrou profissionais que não apresentaram capacitação, curso ou treinamento para operar maquinário ou a própria plataforma. Esses dois casos também charam muita a nossa atenção", relatou. 
Plataforma P-55 na Bacia de Campos (Foto: Divulgação/MPT)Estrutura da P-55 (Foto: Divulgação/MPT)
Apesar da situação encontrada na P-55, a procuradora disse que não foi encontrado nada grave ao ponto de interditar a plataforma. Porém, segundo ela, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) será confeccionado para que a Petrobras reduza, de imediato, o número de trabalhadores da plataforma sem prejudicar a saúde e os demais trabalhadores que permanecerão na unidade. Um inquérito será instaurado para responsabilizar a empresa estatal.
Em nota, a Petrobras informou que providenciou todas as informações solicitadas durante a fiscalização a bordo e que não houve, até o momento, registro ou comunicado oficial de irregularidades.
Plataforma P-55 na Bacia de Campos (Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho)
Camarotes na P-55 instalados na Bacia de
Campos (Foto: Divulgação/MPT)
Fonte: G1

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Sinaval defende modelo mais dinâmico para construção de plataformas



O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) alerta para necessidade planejamento do setor para a construção de plataformas de produção de petróleo nos próximos 15 anos. O debate sugerido visa atender à expectativa de contratação de 31 plataformas de produção até 2020 e outras 41, de 2021 até 2030, conforme expectativas do setor. Segundo o Sinaval, a maior parte dessas entregas ocorrerá até 2025. Atualmente, 16 unidades estão em construção no Brasil.

O presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, defende um modelo de negócios com ações que possibilitem a construção local de um estoque de cascos de plataformas. "Queremos uma base de construção de cascos para, quando abrir a licitação de cascos, logo em seguida, comece a licitação das plataformas”, disse Rocha, durante coletiva na última quarta-feira (13), na Marintec South America 2014 (11ª Navalshore).

A proposta é dar mais agilidade à produção, aumentando a produtividade nos estaleiros e permitindo maior tempo para capacitar a indústria. "Uma das soluções são projetos padronizados de sistemas de produção. No Brasil já temos projeto modelo de plataforma que são as replicantes em construção no Rio de Grande do Sul”, explicou. 

De acordo com Rocha, o índice de conteúdo local dos navios petroleiros é da ordem de 65%. No caso das plataformas, as compras no Brasil são de 55%, enquanto os barcos de apoio chegam a ter 65% (PSV de 4.000, 4.500 e 5.000). Já os PLSV têm percentual de 45% no Brasil e podem chegar a 55%. Ele explicou que só existem dois fabricantes no mundo de lançadores de cabo, o que equivale a quase 55% dos PLSV.

O Sinaval ressaltou que a construção das plataformas exige participação dos fornecedores e empenho dos estaleiros. O pleito junto à Petrobras e demais empresas, segundo Rocha, é de encomendas grandes para viabilizar o aumento dos percentuais. Atualmente, falta escala para fabricação de alguns produtos no Brasil, como motores, bombas e guinchos. “Tudo que é possível ser fabricado no Brasil, está sendo comprado no país. Estamos importando aquilo que realmente não têm no Brasil e não têm prazo para ser entregue”, afirma Rocha.

Fonte: Portos e Navios

sábado, 1 de março de 2014

ANP interdita plataforma inclinada na Bacia de Campos (SS-53)


Inquérito vai apurar causas do acidente. Segundo a agência, não há risco de vazamento de petróleo. Unidade é operada pela Petrobras.

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Marinha interditaram nesta sexta-feira a plataforma SS-53, operada pela Petrobras na Bacia de Campos, que afundou parcialmente com uma inclinação de 3,5 graus na madrugada. A estrutura já foi estabilizada. A paralisação do funcionamento da embarcação vai ser mantida "até que sejam reestabelecidas as condições regulamentares de segurança operacional", de acordo com comunicado distribuído pela ANP.
No momento do acidente, era realizado um serviço para iniciar a extração de óleo de um poço no Campo de Marlim, na Bacia de Campos, mas não há risco de vazamento ou indícios de poluição no mar, de acordo com a ANP. Havia 113 funcionários a bordo da plataforma. Ninguém ficou ferido. Chegaram a ser resgatados 77 deles para que fosse realizado o trabalho de estabilização pelos 36 trabalhadores que permaneceram a bordo
Uma equipe de inspetores navais e auditores técnicos foi enviada para acompanhar as investigações e as medidas de segurança em andamento, de acordo com a agência reguladora. Também foram deslocados pela Marinha um navio de patrulha oceânica e um helicóptero. Foi aberto um inquérito administrativo para apurar as causas do acidente.
Já se sabe que houve um alagamento em um dos tanques da embarcação. Segundo a estatal, uma válvula do sistema de lastro, o mecanismo que nivela o grau de submersão da embarcação, falhou. De acordo com a Noble, a empresa proprietária da plataforma, o problema na estabilização da plataforma começou por volta de 1 hora desta sexta-feira.
Na opinião do presidente do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense e representante dos trabalhadores no conselho de administração, José Maria Rangel, a inclinação chegou ao “limite do perigo”. Mas não houve risco de afundar, segundo a Petrobras. “A inclinação chegou ao limite do perigo, porque se inclinasse mais do que isso o helicóptero não conseguiria pousar no heliponto e muito menos o guindaste operar. Foi um incidente grave”, disse Rangel.
A SS-53, batizada Noble Paul Wolf, é uma sonda submersível. A Noble ganha 428 mil dólares por dia de serviço prestado para a Petrobras. De acordo com o site do Ibama, possui posicionamento dinâmico para perfuração, “completação” (a preparação do poço para produção) e intervenção em poços de petróleo. Nesse tipo de posicionamento, não há ligação física da plataforma com o fundo do mar, exceto pelos equipamentos de perfuração.
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense informou que os trabalhadores que estavam na plataforma foram levados para um hotel flutuante na região. Como a plataforma é uma embarcação estrangeira, com bandeira da Libéria, a maioria dos operários é de origem estrangeira. Há apenas um ou dois funcionários da Petrobras na unidade, supervisionando os trabalhos, disse o sindicato, por meio da assessoria de imprensa.
O problema ocorre em meio a recentes notícias de que a Petrobras poderia enfrentar novas paralisações em suas plataformas de produção na Bacia de Campos caso não resolvesse questões de segurança, conforme noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo.
No início da semana, a Petrobras informou que órgãos de fiscalização haviam auditado diversas plataformas da empresa, apontando não conformidades e pontos de melhoria das condições operacionais, que segundo a estatal, têm recebido adequado tratamento.

Fonte: Veja

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