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terça-feira, 3 de maio de 2016

SETOR NAVAL AFUNDA

Incertezas: No Rio, o estaleiro Brasa sente os efeitos da falta de novas encomendas. No resto do Brasil, especialistas lembram que um fracasso no processo de recuperação judicial da Sete Brasil pode piorar de vez números do setor - Márcia Foletto / Agência O Globo

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RIO - A euforia da indústria naval no Brasil durou pouco. O setor, que há cinco anos comemorava encomendas bilionárias, hoje sofre com a falta de novos projetos. Nos 36 estaleiros em funcionamento no Brasil, não há construções novas no horizonte, o que está levando muitas empresas a fecharem as portas. Entre as que se mantêm em operação, o trabalho se restringe à conclusão de projetos antigos, e a saída tem sido buscar outras opções de negócios, como o segmento de reparo de embarcações. O marasmo no setor é resultado da combinação entre a crise na Petrobras, decorrente dos escândalos de corrupção e da queda nos preços do petróleo, e da derrocada da Sete Brasil, empresa criada para intermediar a construção de sondas do pré-sal.

Quase 45 mil demitidos em pouco mais de um ano

O cenário de crise se reflete em demissões. Do fim de 2014 até fevereiro deste ano, quase 45 mil trabalhadores perderam seus empregos. O número, de acordo com o Sinaval, associação que reúne as companhias do setor, passou de 82.472 para 37.747, uma redução de 54%. Nem no auge o setor alcançou as previsões de 2011 — de cem mil vagas —, quando a política de conteúdo nacional ganhava força e prometia dar novo impulso a uma indústria que foi à bancarrota nos anos 1980.
Mas o fundo do poço pode não ter chegado, dizem empresários e especialistas. O temor é que um fracasso no processo de recuperação judicial da Sete Brasil — um projeto de US$ 27 bilhões entre encomendas e investimento do setor — possa dar fim aos 20 mil empregos existentes ao longo da cadeia de fornecedores. E enterrar de vez os novos estaleiros, voltados para a fabricação de sondas, como o Enseada Paraguaçu, em Maragogipe, na Bahia, que já demitiu 7.275 trabalhadores. Situação semelhante ocorre com o Jurong Aracruz, no Espírito Santo, que está em construção, além do Brasfels, em Angra dos Reis, que cortou cinco mil, e do estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Sem receber recursos desde 2014, estes empreendimentos vivem hoje em compasso de espera.
Edson Rocha, coordenador da Confederação Nacional dos Metalúrgicos e membro do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante, diz que o cenário é reflexo da paralisação do setor de óleo e gás e de problemas de gestão:

— Muitos estaleiros tiveram problemas comerciais e não conseguiram dar continuidade às obras. Mas a paralisia no setor afetou a todos. A Transpetro (subsidiária da Petrobras) reduziu suas encomendas de 49 embarcações para 24, afetando estaleiros médios. A Sete Brasil não paga aos estaleiros, de grande porte, porque não consegue assinar os contratos com a Petrobras, que pisou no freio, reduzindo as encomendas de barcos de apoio. O ambiente político atrapalha tudo, e quem paga é o trabalhador.
O Sinaval critica a falta de continuidade dos projetos no Brasil. “A redução dos investimentos da Petrobras representa um menor número de campos de produtores a serem desenvolvidos, o que reduz a demanda por plataformas de produção, navios de apoio marítimo e navios petroleiros aliviadores", conclui o Sinaval.
A crise se reflete em todos os polos navais do país. Além do Rio de Janeiro, onde o quadro é de fechamentos em série de estaleiros e de falta de perspectivas no Brasa e no Inhaúma, Pernambuco é um dos epicentros da turbulência. Henrique Gomes, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do estado, destaca a redução das encomendas do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que cancelou seu contrato com a Sete Brasil para construir sete sondas e teve uma drástica redução nas encomendas feitas pela Transpetro. Segundo Gomes, o número de trabalhadores do EAS passou de 11 mil em 2009 para 3.800:
— Desde 2015, três mil foram demitidos. Não está sendo dada continuidade aos projetos por causa de Lava-Jato e da crise do petróleo. Muitas empresas que prestavam serviços ao setor naval foram fechando. Já são seis fechadas e duas em recuperação judicial.

CORTES GERAM PERDAS DE R$ 100 MILHÕES

Na Bahia, onde as obras do estaleiro Enseada do Paraguaçu foram paralisadas, o reflexo já foi contabilizado. Entre novembro de 2014 e fevereiro de 2016, o corte de vagas na região gerou perdas de R$ 100 milhões, fruto da redução da massa salarial, de acordo com dados do governo local. É o oposto do que se viu entre 2013 e 2015, quando foram gerados R$ 360 milhões em serviços executados para o estaleiro, com a contratação de 678 empresas. O PIB (Produto Interno Bruto) da cidade de Maragogipe, que cresceu de R$ 194 milhões, em 2010, para R$ 753 milhões em 2013, deve recuar em 2015 e 2016. E, segundo o Ministério do Trabalho, 3.588 vagas foram fechadas na cidade no ano passado.
— Hotéis, restaurantes e empresas fecharam suas portas — avaliou Vera Lúcia dos Santos, prefeita de Maragogipe, do PR.
Diferentemente do que ocorreu na Bahia, as obras de construção do estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo, ainda não foram paralisadas, já que estão 90% concluídas. A empresa, contratada para construir quatro sondas, está quase terminando a primeira delas com recursos próprios. Hoje, o Jurong tem 1.800 colaboradores. Mas, diz uma fonte, a continuidade vai depender do processo de recuperação judicial da Sete Brasil, que reduziu seu projeto de 28 para dez sondas.

Em Rio Grande, o impacto na economia foi grande com a redução das atividades dos estaleiros QGI (Queiroz Galvão/Iesa), Rio Grande e EBR. Além da retração das encomendas da Petrobras, vários controladores de alguns desses estaleiros foram envolvidos nas investigações da Operação Lava-Jato. Nos últimos dois anos, houve redução de 13 mil postos de trabalho na região. Hoje, são apenas 7 mil empregados. O EBR está concluindo a construção de módulos de uma plataforma, e não tem novos projetos na mesa. O Rio Grande não tem projetos, segundo fontes, já que a construção de oito cascos para os navios-plataforma foram redirecionados para o exterior. Já o QGI, após a paralisação das atividades por meses, assinou aditivo ao contrato com a Petrobras em meados de 2015 para a construção e montagem de duas plataformas. Assim, espera gerar dois mil empregos até 2017, dando pouco alívio à região.
Para especialistas, vários fatores explicam a crise do setor. Um deles é o fato de a Petrobras estar direcionando parte das encomendas para a China. "A Petrobras anunciou que as encomendas de plataformas serão direcionadas para a licitação internacional de grandes integradores", disse o Sinaval. A estatal destacou que “avalia junto com parceiros a execução no exterior de parte do escopo das obras de plataformas com o objetivo de mitigar atrasos".

CRÍTICAS AO PROGRAMA DE CONTEÚDO LOCAL

Maurício Almeida, presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros e Técnicos da Construção Onshore, Offshore e Naval, que conta com 2.800 associados, critica a condução da política de conteúdo nacional:
— Foram criados polos navais pelo país por interesses políticos e não por razões técnicas. Foi uma desgraça anunciada. Pensou-se na criação de um setor somente num momento de pico e não na continuidade de demanda a longo prazo.
Miro Arantes, presidente do estaleiro Vard Promar, também critica a política de conteúdo nacional, que exige patamares a partir de 50%, em alguns casos. Atualmente, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) estuda a flexibilização das regras. Ao mesmo tempo, o órgão regulador pretende convocar audiências públicas sempre que uma petroleira alegar que não conseguiu atingir os índices exigidos, que são definidos em contrato no momento do leilão de blocos de petróleo.
— É preciso ter bom senso. De um lado, é uma temeridade não ter. Do outro, ter índices de 70% a 80% em alguns caso é exagero — disse Miro.
Marcelo Gomes, diretor executivo da Alvarez & Marsal, que conduz o processo de recuperação da Sete Brasil, destaca que as empresas do setor precisam passar por uma reestruturação. Um exemplo é o Estaleiro São Miguel, no Rio, que voltou a operar após uma reestruturação.
— O setor naval passa por forte momento de reestruturação por causa da crise da Petrobras e do novo patamar do preço do petróleo. As empresas precisam se reestruturar operacional e financeiramente para se adaptar à realidade. Ainda existem oportunidades no setor naval — disse.





sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

"Bomba-relógio"



“O Poder Judiciário não vale nada, o que vale é a relação entre as pessoas…”. (luiz inácio lulla da silva) 

Bomba-relógio – "Cada vez mais preocupado com os desdobramentos da Operação Lava-Jato, que interrompeu o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, o governo petista de Dilma Vana Rousseff começa recorrer à intimidação no afã de retardar a divulgação de notícias, quiçá impedir a veiculação das mesmas. Não faz muito tempo, a presidente da República disse preferir o ruído da democracia ao silêncio do totalitarismo. Tal declaração se deu na esteira do polêmico projeto de regulação da mídia, armadilha petista para implantar a censura no País.

Trata-se da covarde expropriação da Petroquímica Triunfo, manobra covarde e ilegal que com a anuência explícita de Dilma Rousseff e Luiz Inácio da Silva transferiu a empresa para o Grupo Odebrecht, por meio da Braskem, que detém o monopólio do setor petroquímico no País.
Depois de contatar a direção de jornalismo da emissora de televisão, a Presidência retornou o chamado para comunicar que a resposta, antecipada no rastro de ameaça velada, seria dada pela Petrobras, palco da manobra que beneficiou o grupo empresarial baiano, em detrimento dos direitos dos acionistas acintosamente prejudicados.

O que mostra que a cúpula petista está não apenas preocupada com a denúncia, que já está na Procuradoria da República e na escrivaninha do juiz federal Sérgio Moro, mas atenta ao que noticia o site, cujo editor foi responsável, juntamente com o empresário Hermes Magnus, por denunciar o esquema de corrupção que culminou na Operação Lava-Jato.

Na denúncia levada ao Ministério Público e à Justiça Federal do Paraná é grande o número de pessoas envolvidas na manobra que atropelou o direito incontestável dos sucessores do empresário Boris Gorentzvaig, já falecido, então acionista controlador da Petroquímica Triunfo.

Em reunião com o também empresário Auro Gorentzvaig, herdeiro direto de Boris, o então presidente Luiz Inácio da Silva, na presença de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e Petroquímica da Petrobras, desdenhou do Poder Judiciário. Na denúncia encaminhada ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ao juiz Sérgio Fernando Moro, responsável pela condução dos processos decorrentes da Lava-Jato, o empresário Auro Gorentzvaig transcreve as acintosas palavras de Lula: “O Poder Judiciário não vale nada, o que vale é a relação entre as pessoas…”.

Auro também relata no documento que a intimidade entre Lula e Costa, marcada pela submissão do ex-diretor da Petrobras, era nauseante. Em dado trecho do encontro, que ocorreu no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, onde à época funcionava provisoriamente a Presidência da República, Paulo Roberto acatou uma determinação de Lula com a seguinte frase: “Presidente, sua ordem é uma determinação…”.

Em determinado trecho da denúncia, que será uma bomba de efeito devastador caso as autoridades dispensem a devida atenção ao escândalo, o empresário confirma o que já é voz corrente. “Todos os empresários do setor, incluindo eu, sabiam que Paulo Roberto Costa funcionava como operador de Lula dentro da Petrobras”, escreveu Auro Gorentzvaig.

Auro Gorentzvaig, que ao lado do irmão, Caio Gorentzvaig, há muito luta na Justiça para reaver aquilo que lhe é devido, não poupa os artífices da trama e mostra sua invejável dose de coragem. “Os participantes da transação são: Paulo Roberto Costa, Dilma Vana Rousseff, José Sérgio Gabrielli de Azevedo e Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma no documento.

“No mesmo período, como demonstrou a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, coincidentemente Paulo Roberto Costa recebeu US$ 23 milhões de propina em bancos na Suíça. O pagamento foi feito pela Odebrecht, sendo o diretor de plantas industriais da empresa o senhor Rogério Santos de Araújo”, destacou o empresário e um dos sucessores de Boris Gorentzvaig."

A denuncia foi feita ao MP e afirma que a operação contava com o conhecimento da presidência da república.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Delator diz que doou para deputados do PT e do PSDB no RS

O executivo Augusto Ribeiro Mendonça, da Setal Engenharia, Construções e Perfurações, afirmou em seu depoimento à Justiça Federal que fez doações e também pediu contribuição à construtora Engevix para dois candidatos a deputado do Rio Grande do Sul do PT e do PSDB que ajudaram na instalação de estaleiros no Estado - que constroem embarcações e unidades para plataformas da Petrobras -, Henrique Fontana e Adilson Troca.
"O que eu havia colocado para o Gerson (Almada, executivo da Engevix) é que como nós, que temos estaleiro no Rio Grande do Sul, precisávamos apoiar deputados que eram identificados com a essa causa e que auxiliaram, em muito, a nossa instalação no Estado. Um era do PT, Henrique Fontana, e outro era do PSDB, Adilson Troca", afirmou Mendonça, em depoimento ontem no processo penal que envolve a Engevix.
Questionado por um advogado se ele lembrava o valor que foi doado às campanhas, ele afirmou que a Setal contribuiu com "aproximadamente R$ 150 mil. "Não lembro direito, entre R$ 100 mil e R$ 150 mil."
Segundo a Justiça Eleitoral, Fontana e Troca receberam, nas campanhas de 2014, R$ 50 mil e R$ 60 mil, respectivamente, da Toyo Setal (formada pela empresa do delator).
Sem propina e acerto
O delator afirmou, porém, que os valores doados para os dois candidatos não foram feitos em troca de contratos vencidos por acerto ou pagamentos de propina, como no caso das obras das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, alvo central da Operação Lava Jato.
"Só queria deixar claro que esse assunto não tem absolutamente nada a ver com o tema que estamos discutindo aqui", afirmou o delator, ao ser ouvido pelo juiz federal Sérgio Moro. "É uma atividade que não tem nada a ver com Diretoria de Abastecimento da Petrobras, aonde nunca discutimos em 'clube', nunca houve esse acerto. Porém, são atividades extremamente importantes para a indústria e que tem um apoio do governo e da Petrobras e da ANP (Agência Nacional do Petróleo) em nível de conteúdo local", explicou ele.
Mendonça afirma ter ligado pessoalmente para o executivo da Engevix, réu da Lava Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa - preso desde o dia 14 de novembro de 2014 - para pedir doação aos dois parlamentares.
"Esse é um tema muito discutido e delicado. Houve discussões de leis no Congresso, quando se discutiu partilha, e a contribuição de parlamentares nessa discussão sempre foi muito importante", justificou Mendonça.
Tanto o Setal, como parte da Toyo Setal, como a Engevix têm estaleiros no Rio Grande do Sul. A primeira é uma das donas do estaleiro EBR, que constrói módulos da plataforma P-74, em São José do Norte. A Engevix opera o estaleiro EGR.
A defesa do executivo da Engevix nega qualquer irregularidade em contratos da Petrobras. A tese da defesa é de que a empresa foi vítima de achaques por parte dos ex-diretores que recebiam propina de 1% a 3% nos contratos de obras da estatal petrolífera, segundo denúncias da Lava Jato.
O deputado Fontana nega ter recebido recursos do doleiro Alberto Youssef, mas confirma ter recebeu sim recursos da empresa Toyo Setal para sua campanha. "A contribuição desta empresa se deu de forma absolutamente legal, com emissão de recibo eleitoral e faz parte da prestação de contas da nossa campanha - publicada no site do Tribunal Regional Eleitoral. Por este e por tantos outros motivos, Fontana segue reafirmando a necessidade da reforma política e defendendo que o financiamento de campanhas eleitorais deva ser com recursos públicos ou de pessoas físicas. Para esta doação, o deputado conversou diretamente com representante da empresa e jamais teve contato com esta face ilegal do financiamento através do doleiro", diz nota divulgada nesta quarta-feira.
O deputado Adilson Troca também divulgou nota e diz que todos os recursos recebidos para sua campanha foram declarados e suas contas, aprovadas pelos órgãos competentes. "Tenho orgulho de ter participado ativamente de todo o processo que resultou na criação do Polo Naval. Desde 2010 lutamos pelo estaleiro EBR. Empreendimento que desde seu lançamento poderia gerar até 5 mil empregos", diz a nota.
  

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Dilma sabe que economia precisa de empreiteiras da Lava Jato

Presidente Dilma Rousseff faz discurso na primeira reunião ministerial do segundo mandato
No discurso de abertura da primeira reunião ministerial de sua nova equipe, a presidente afirmou que "ser capaz de combater a corrupção não pode significar a destruição de empresas privadas também"

São Paulo - Dilma Rousseff reconheceu publicamente pela primeira vez que não se deve permitir a ruína de grandes empreiteiras brasileiras citadas no escândalo de propina que tem a Petrobras como protagonista, mostrando estar ciente de que isso prejudicaria ainda mais a combalida economia brasileira.
No discurso de abertura da primeira reunião ministerial de sua nova equipe, a presidente afirmou que "ser capaz de combater a corrupção não pode significar a destruição de empresas privadas também". "As empresas têm de ser preservadas, as pessoas que foram culpadas é que têm que ser punidas, não as empresas", enfatizou.
Dilma já tinha mencionado o escândalo da Petrobras publicamente em outras ocasiões importantes recentes, como em sua diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 18 de dezembro último, e no discurso de posse no Congresso Nacional, em 1º de janeiro.
Nos dois momentos anteriores, porém, a presidente ignorou qualquer menção às companhias privadas denunciadas pelo Ministério Público Federal, entre elas as maiores empreiteiras do país, tendo optado por defender enfaticamente apenas a Petrobras: o nome da estatal foi repetido à exaustão, oito e nove vezes, respectivamente.
No discurso desta terça-feira, a Petrobras foi citada seis vezes e as empresas privadas, duas. Foi um evidente sinal de entendimento, pela presidente, de que não basta apenas recuperar a estatal, cujos contratos com sobrepreço teriam abastecido por muitos anos os bolsos de ex-funcionários, executivos de fornecedoras e políticos.
As seis grandes empreiteiras citadas na denúncia feita em meados de dezembro pelo Ministério Público e aceita pela Justiça estão envolvidas em grandes empreendimentos no Brasil, como sócias ou responsáveis pelas obras.
OAS, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Mendes Júnior, Engevix e Galvão Engenharia têm presença em aeroportos, rodovias e grandes hidrelétricas, para citar apenas alguns exemplos.
São projetos que representaram uma das principais apostas do primeiro mandato de Dilma e que continuarão sendo estratégicos para elevar os investimentos e movimentar a economia.
Mas o que mudou do fim do ano para cá que justifique um afago de Dilma às empresas privadas? No começo de janeiro, a OAS deixou de pagar juros sobre títulos de dívida no exterior, o que motivou as principais agências de classificação de risco a piorarem a nota de crédito do grupo.
Desde então, Moody's e Standard & Poor's têm reduzido os ratings de grandes construtoras no Brasil, e não apenas daquelas citadas na Lava Jato.
Isso significa, na prática, que vai ficar mais caro para essas companhias financiarem suas operações. Algumas delas negociam a venda de ativos para aliviar a pressão sobre sua solvência.
Um eventual colapso das empresas privadas citadas na Lava Jato representaria, portanto, a possível paralisação de obras fundamentais de infraestrutura e com potencial de deixar dezenas de milhares de brasileiros sem emprego.
Dilma, claro, quer evitar que isso aconteça. Ela sabe que enfrenta um segundo mandato repleto de desafios, com a inflação acima do teto da meta mesmo com a elevação da taxa básica de juro Selic, aumento das apostas de recessão da economia em 2015 e piora do mercado de trabalho.
O governo já indicou que vê como saída acordos de leniência caso sejam propostos pelas empresas acusadas dentro da Lava Jato, como disse recentemente à Reuters o ministro da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams.
Para ele, um acordo de leniência é bom para a empresa, por evitar o risco de que ela feche as portas, e "fortalece o processo de recuperação de patrimônio" desviado.
A discussão aqui não é se deveria haver menor concentração de negócios nas mãos de uma dezena de empreiteiras de grande porte no Brasil.
É claro que seria mais proveitoso para o país ter um número maior delas, mas o fato é que são poucas as que hoje têm musculatura financeira para participar de empreendimentos que exijam investimentos vultosos, uma realidade construída ao longo de décadas e que não se muda repentinamente.
Fonte: EXAME.com

"Curiosidade" - “Sexo é a coisa mais natural do mundo”, museu do sexo será construído em BH

   
Lar da maior região de prostituição do país, Belo Horizonte pode se preparar para ter também um museu dedicado ao sexo. A responsável pelo projeto é ninguém menos do que a presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) e ex-candidata a “dePUTAda” (como ela dizia), Cida Vieira.
Inspirado do museu do sexo de Amsterdã, o  museu de BH já tem até slogan definido, “sexo é a coisa mais natural do mundo”. Cida buscará agora, patrocínio e o apoio da Belotur. A intenção é promover o lançamento de um museu virtual de imediato, e em breve começar a adequação do espaço físico, que exite e fica na Rua Guaicurus, a maior região de prostituição do país.
“O museu vai ajudar a quebrar o estigma do trabalho das prostitutas na sociedade mineira, que é falsa moralista. Convive com a Guaicurus desde sempre e nunca nos assumiu. Agora, as profissionais do sexo vão sair do armário” declarou Cida ao jornal Estado de Minas.
Cida Vieira é fortemente atuante em favor das prostitutas mineiras, além de promover aulas de inglês e espanhol durante a Copa, ela também é responsável por ajudar aos profissionais do sexo associados a Aprosmig a terem máquinas de cartão de crédito.
http://www.museudosexo.com.br/

sábado, 31 de janeiro de 2015

Dilma precisa explicar o que sabia sobre Petrobras, diz FT

Publicação diz que tempo para Dilma defender presidente e diretores da Petrobras já passou.


Financial Times diz que Dilma tem que ser mais firme com a corrupção na Petrobras Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters


Em artigo publicado neste sábado, o jornal britânico Financial Times afirma que a presidente Dilma Rousseff precisa explicar o que sabia sobre a corrupção na Petrobras e que já passou o tempo de ser indulgente com os diretores da empresa.
"Embora ela não tenha sido acusada diretamente de envolvimento, como conselheira durante grande parte do tempo em questão, ela (Dilma) precisa explicar o que sabia e quando soube", afirma o editorial.
"A Lava-Jato deve pedir a cabeça da presidente e dos diretores. Dilma Rousseff está defendendo eles. O tempo para esta indulgência já passou", completa.
Nesta semana, as ações da empresa despencaram após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014 com dois meses de atraso e sem descontar as perdas causadas por desvios de corrupção. Na sexta-feira, elas atingiram seu menor valor em 11 anos.
O texto do diário britânico também diz que Dilma precisa apoiar a investigação e traça um paralelo entre o escândalo na Petrobras e o mensalão. O mensalão "levou a condenações de políticos sêniores - algo inédito no Brasil. Com a Petrobras, no entanto, a resposta precisa ser mais rápida e mais firme".
O artigo afirma também que, apesar de o dinheiro, supostamente, não ter sido usado por políticos para enriquecimento pessoal, a escala de desvios aumentou com o PT - e atribui à corrupção ao "desejo de poder" do partido. O dinheiro desviado, segundo as investigações, teria sido usado em campanhas da sigla e de partidos aliados.
O jornal diz que as consequências da desvalorização da Petrobras vão além da empresa. "Tem importância sistêmica para a economia brasileira e ameaça derrubar o governo. A Petrobras é muito grande para fracassar. Mas também é muito corrupta para seguir desta maneira."

domingo, 11 de janeiro de 2015

Punições e dívidas de empreiteiras podem provocar crise no sistema financeiro do País

As empresas de engenharia estão comendo o pão que o diabo amassou. Com seus nomes manchados pela crise, elas estão sendo punidas duplamente pela Petrobrás.Além das 23 grandes empresas suspensas preliminarmente e impedidas de fazer novos negócios com a estatal, um número ainda maior está sendo punido por não receber bilhões de reais em aditivos represados pela companhia. A Petrobrás, por sua vez, usa um sofisma: “se os aditivos não estão aprovados, não há dívida. Na verdade, como se sabe, todos os aditivos estão amontoados na gaveta do diretor de engenharia, que não os aprova. Ou porque não tem tempo para resolver tudo a tempo e a hora ou porque está orientado a não resolver.

As consequências serão extremamente danosas não só para as empresas de engenharia, que já estão vivendo graves dificuldades financeiras e arrastando pequenos e médios fornecedores para o fundo do poço. Serão piores para muitos bancos estatais e privados que têm mais de R$ 130 bilhões alavancados com estas companhias. A quebra dessas empresas vai arrastar o sistema financeiro para uma séria crise.

A IESA, a OAS e a Engevix são as que estão nas piores situações. A IESA já está em recuperação judicial e com pouquíssimas chances de sobreviver pelo volume das dívidas. A pá de cal foi a decisão da Petrobrás em suspendê-la por prazo indeterminado. A OAS e a Engevix, também suspensas, têm outras atividades de engenharia que não são ligadas apenas ao mercado de petróleo e gás. Mas suas operações estão comprometidas pelo não recebimento das dívidas não pagas pela Petrobrás.
A OAS está demitindo, vendendo ativos, às voltas com compromissos financeiros internacionais não cumpridos e sendo obrigada praticamente a deixar os investimentos aeroportuários de Guarulhos por conta desses problemas. O mesmo problema é enfrentado pela UTC com o aeroporto de Viracopos, em Campinas. A Engevix está estudando a venda seus investimentos em aeroportos, hidrelétricas e estaleiro.
A crise parece não ter fim. De um lado, um posicionamento de cautela das empresas diante de tanta confusão. De outro, a apreensão em relação ao futuro dos projetos da indústria no País. Enquanto isso, a maioria das companhias vão seguindo o conselho do velho marinheiro inspirado na canção de Paulinho da Viola: “…durante o nevoeiro, leve o barco devagar”. A dificuldade está na falta de esperança de encontrar um porto seguro.
À boca pequena, o mercado só vê esperanças na substituição da presidente da Petrobrás e de toda sua diretoria. A própria Graça Foster sabe que ela fará melhor se sair do que se ficar e já admitiu ter pedido para sair, mas a presidente Dilma Rousseff só admitiu, até agora, mudar o Conselho de Administração da Estatal.
Nem todas 23 empresas punidas receberam a comunicação oficial de que estão proibidas de assinarem contratos com a Petrobrás. Uma comissão de funcionários da própria Petrobrás é que está responsável por fazer as análises e estabelecer o prazo de punição para essas companhias. Seja qual for, ela terá efeito para todas as empresas dos grupos econômicos.
A estatal informa que ainda está fazendo os comunicados. Algumas das empresas punidas ainda fazem obras para a Petrobrás. No mercado, comenta-se que se a Petrobrás realmente acredita que essas empresas são inidôneas, por que mantém seus contratos em andamento? Por que a estatal não se preocupou em manter a coerência de sua decisão?
Neste momento, há algumas obras paradas esperando soluções imediatas, como o término da obra do SNOX, da Refinaria Abreu e Lima, que estava sob a responsabilidade da Alumini. A empresa parou o trabalho e reclama na justiça o recebimento de R$ 1,2 bilhão. Um imbróglio difícil de resolver. Sem o SNOX, nada de diesel zero de enxofre, base da busca por combustíveis não poluentes.
Vejam as obras que precisam ter prosseguimento e que estão paradas:
1- Montagem de 24 módulos dos FPSOs replicantes que estavam a cargo da IESA. Com a suspensão das empresas, onde eles serão feitos e quem ficará responsável? O contrato será relicitado. O caminho mais óbvio é entregar essas montagens para quem está sendo eficiente;
2- SNOX, o filtro, o coração da Refinaria Abreu e Lima, que é capaz de produzir o diesel sem enxofre, uma das principais razões para se construir a RNEST;
3- UFN III – Unidade de Fertilizantes Nitrogenados de Três Lagoas. Obra que estava a cargo do consórcio da Galvão Engenharia e de uma empresa Chinesa, a Sinopec, que não foi incluída na lista das empresas suspensas;
4- A Interligação da tancagem do Comperj, que estava a cargo do Consórcio Jaraguá-Egesa;
5- A construção e montagem do Flare, da Torre de Resfriamento e do prédio administrativo do Comperj, que estava a cargo da Fidens;
6- Complemento da Unidade de Coque da RNEST, também sob a responsabilidade da Fidens;
São muitos problemas para serem resolvidos. Sem uma equipe de confiança da Petrobrás, capaz de honrar os compromissos assumidos, sem perseguir as empresas escolhidas para executar as suas obras, não há solução à vista. É preciso bom senso e calma para se resolverem os problemas. E o que está se vendo neste momento é que estes dois preceitos não estão existindo. Pressionados pela comissão que investiga internamente o problema, ninguém tem e nem quer ter autonomia para nada. Enquanto a estatal não souber o que ela quer exatamente, a crise só vai piorar com o tempo.
Fonte: Petronoticias

Os estádios da Copa que mais sugaram dinheiro público

Torcedor com a camisa de Garrincha acompanha a estreia do Brasil na Copa do Mundo em jogo contra a Croácia, na Arena CorinthiansAs obras nos estádios da Copa do Mundo não atraíram o interesse de investidores privados como o governo federal imaginava.


Apenas 611,6 milhões de reais (ou 7,2% do total) destinados aos empreendimentos vieram da iniciativa privada. É o que mostra a última atualização da Matriz de Responsabilidades do evento, publicada em 24 de dezembro. 
No total, 8,3 bilhões de reais foram despejados nas construções e reformas das arenas que foram palco dos 64 jogos do mundial. 
Os governos estaduais e municipais das cidades-sede foram os responsáveis pela maior parte dos investimentos. Juntos, eles desembolsaram R$ 3,9 bilhões com os estádios. Os outros R$ 3,8 bilhões foram custeados com financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 
Apenas 3 estádios tiveram investimentos privados. 
O estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF), é o exemplo mais contundente disso. A arena mais cara do Mundial recebeu recursos apenas do poder público local - por meio da Terracap (agência imobiliária pública controlada pelo Distrito Federal e pela União).
Estádio Mané Garrincha, em Brasília
O custo de todas as obras relacionadas com o Mundial superou  os 27 bilhões de reais. Apenas 15% deste montante foi pago pela iniciativa privada. 
Seleção brasileira de futebol em jogo da Copa do Mundo 2014
Fonte: EXAME.com

sábado, 18 de outubro de 2014

Dilma admite desvio da Petrobras e fará o possível para ressarcir

É a primeira vez que a presidente, candidata à reeleição, admite desvio de dinheiro público da empresa estatal.


Petrobras

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou na tarde deste sábado (18) que houve desvio de recursos na Petrobras e que pretende fazer o possível para ressarcir os danos causados aos cofres públicos.
"Eu farei todo o meu possível para ressarcir o país. Se houve desvio de dinheiro público, nós queremos ele de volta. [...] Houve [desvio], viu!", disse Dilma.
A declaração foi feita durante coletiva no Palácio do Planalto, quando a presidente foi questionada sobre quais medidas administrativas poderia tomar em relação às denúncias de corrupção envolvendo a estatal. Dilma não detalhou que tipo de desvio houve tampouco o montante.
Tanto o doleiro Alberto Yousseff quanto o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa revelaram em depoimentos à Justiça Federal e ao Ministério Público Federal, com quem firmaram um acordo de delação premiada, que contratos da Petrobras eram superfaturados para pagar propina a partidos, políticos e financiar a campanha eleitoral de 2010.
Dilma deixou claro que é preciso esperar a conclusão da ação judicial para saber exatamente quanto deverá ser ressarcido. "Daqui para frente, a não ser que eu seja informada pelo Ministério Público ou pelo juiz, eu não tenho medida nenhuma a tomar. Não é o presidente quem processa. Eu tomarei todas as medidas para ressarcir tudo e todos. Mas ninguém sabe hoje ainda o que deve ser ressarcido. A chamada delação premiada onde tem os dados mais importantes não foi entregue a nós. Até eu pedi. Pedi tanto para o Ministério Público quanto ao ministro do Supremo, que disseram ser sigiloso", disse.
Os dois delatores apontaram beneficiários do esquema tanto na base de apoio à Dilma (PT, PMDB e PP), quanto no PSDB, partido de seu principal adversário na corrida presidencial, Aécio Neves.
"Eu não acho que alguém no Brasil tenha a primazia da bandeira da ética. Até o retrospecto do PSDB não lhe dá essa condição. Acho que não dá a partido nenhum. Todos os integrantes de partido, qualquer um, que tenham cometido crime, delito, malfeito têm de pagar por isso", disse Dilma.
A presidente criticou ainda os vazamentos seletivos em relação às revelações dos delatores do esquema. "Eu não vou aqui comemorar nada. Só acho que o pau que bate em Chico, bate em Francisco. Essa é uma lei".
Processo
Neste sábado, Dilma disse também que se sentiu desrespeitada pelo adversário Aécio Neves (PSDB) quando ele a chamou de "leviana".
"Quando começa a discussão, o candidato adversário não gosta muito. Ele parte para algumas atitudes um tanto quanto desrespeitosas. Foram desrespeitosas comigo, foram desrespeitosas com a Luciana Genro. Ele pode inclusive querer processar, mas quem deveria processa-lo somos nós", disse a presidente, durante coletiva no Palácio do Planalto.
Dilma se referia à decisão da campanha do tucano de processá-la por injúria e difamação por conta de uma inserção que circulou neste sábado. No vídeo, a campanha de Dilma diz que Aécio tem mostrado dificuldade em respeitar as mulheres e mostra imagens de dois debates nos quais o candidato chamou de leviana Luciana e Dilma. "Você acha que um candidato a presidente pode agir dessa maneira?", diz o locutor na inserção.
Dilma reclamou da postura do concorrente. "A nós duas ele chamou de leviana, coisa que não se faz. Não é uma fala correta para mulheres. Eu lamento muito. Eu tenho que discutir, eu não tenho só propostas genéricas", afirmou. "Você, chamada de leviana, se sentiria o que?", completou, ao ser questionada se sentiu desrespeitada.
Crítica
A presidente também criticou a política de desenvolvimento da indústria naval proposta por Aécio Neves. Ela disse que o adversário ao mesmo tempo que promete reforçar o setor diz, em seu programa de governo, que pretende racionalizar as exigências da política de conteúdo local, que visa produzir equipamentos, bens e serviços para o setor.
Dilma disse que até 2018 a Petrobras deverá investir US$ 100 bilhões na indústria naval e que um dos principais orgulhos da gestão dela como ministra no governo Lula (2003-2010) e como presidente foi ter ajudado a "ressuscitar" o setor. Para Dilma, o que Aécio propõe é "estarrecedor".
Fonte: O tempo / Folha Press

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

PBH não apresenta auditoria obrigatória em obra de viaduto

Certificação da Qualidade do Projeto, exigida pela ABNT, revisa cálculos do projeto de estrutura.


SADASDSADDAS
Desabamento. Na imagem, pilar afundado entre o bloco que se rompeu, supostamente por falta de aço

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) exige que os projetos de estruturas de concreto sejam revisados. Para isso, deve ser contratado um profissional habilitado, de uma empresa diferente da projetista da obra, que faça a avaliação conhecida como Certificação da Qualidade do Projeto (CQP), segundo a NBR 6118. A suspeita é que a obra do viaduto Batalha dos Guararapes, na avenida Pedro I, em Venda Nova, não passou por essa verificação. Se ela tivesse sido feita, afirmam especialistas, o erro de cálculo que aparentemente derrubou o elevado, em 3 de julho, matando duas pessoas, poderia ter sido detectado, evitando a tragédia.
Fontes ouvidas pela reportagem confirmam que a perícia deve mesmo apontar o erro de cálculo no projeto, como aventado pela Cowan, construtora responsável pela obra, como a causa do desabamento. O Instituto de Criminalística da Polícia Civil, no entanto, afirmou que ainda está finalizando o laudo. As investigações devem ser concluídas na próxima semana.

O diretor da Consol, Maurício de Lana, informou que não houve a verificação. A empresa fez o projeto executivo do Batalha dos Guararapes e de outros dez elevados na avenida Pedro I. Conforme fontes ligadas ao caso, apesar de a prefeitura ter dito que a certificação foi feita, não apresentou o documento nem o engenheiro responsável.

Outra informação obtida por O TEMPO é que a construtora Cowan possui um certificado de qualidade ISO (International Organization for Standardization) ou Padronização que a obrigaria a realizar obras apenas com CQP. A Prefeitura de Belo Horizonte e a Cowan foram procuradas, desde a noite da última quarta-feira, mas não deram nenhum retorno.

“Toda obra tem que ser verificada na fase de projeto. É obrigatório desde 2003 pela ABNT. Isso é feito para saber se há conformidade, se a estrutura é segura, confiável e durável. Se der algum problema na obra, a primeira pergunta é: o projeto foi verificado?”, explicou o engenheiro de estruturas, consultor e verificador de projetos José Celso da Cunha, membro da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece).

“O controle de qualidade, que reduziria os riscos praticamente a zero, é algo, muitas vezes, ignorado no Brasil, permitindo desastres como o do viaduto. Uma verificação teria apontado o erro antes de a obra começar. A falta de 90% de aço no bloco (como sugere a Cowan) estava muito fácil de perceber”, avaliou o engenheiro Nelson Araújo Lima, especialista em acidentes estruturais e ex-diretor da Divisão de Estruturas da Secretaria Municipal de Obras do Rio de Janeiro.

Como é. Ao fazer a avaliação de conformidade do projeto, o engenheiro responsável verifica a qualidade da estrutura e do projeto. “Você vê se as cargas estão previstas, se as plantas estão corretas, se as estrutura foi bem projetada, de acordo com as condições de segurança e qualidade. A verificação se atenta a algumas vertentes, entre elas, a de que a estrutura jamais vai atingir status de ruptura”, destacou José Cunha.

A certificação é um dos custos mais baixos de uma obra. Segundo Cunha, o preço do CQP chega a 10% do orçamento total. No caso do Guararapes, que custou R$ 15 milhões, ela ficaria em cerca de R$ 1,5 milhão.
Citado
Norma. A Cowan contratou um perito particular para avaliar a queda e convocou uma coletiva de imprensa para anunciar o resultado. Mesmo com perguntas sobre a revisão do projeto, o CQP não foi citado. 
O que diz a Norma Técnica Brasileira (NBR) 6118
Estabelece os requisitos para o projeto de estruturas de concreto simples, armado e protendido (com ferros que agem sob tensão).

O capítulo 5 trata da avaliação de conformidade do projeto, conhecida na engenharia por certificação de qualidade (CQP). Ela deve ser feita antes da fase de construção e, de preferência, simultaneamente com a fase de projeto. Deve ser realizada por profissional habilitado, independente e diferente do projetista. A avaliação deve ser requerida pelo contratante e registrada em documento específico, que acompanhará a documentação do projeto.

Conforme o engenheiro José Celso Cunha, em linhas gerais, a norma estabelece que a verificação tem que checar três vertentes: segurança em serviço (como o peso ao qual a estrutura é submetida), segurança na ruptura (se não vai atingir condições de ruptura) e durabilidade da estrutura (sobrevida de 50 anos).




quarta-feira, 9 de julho de 2014

FILME DE TERROR - Mineirão: de reduto da glória do futebol nacional a palco do vexame

     
No melhor estilo filme de terror, Brasil foi massacrado no Mineirão e Capa do Super ganhou destaque na NBC

Estádio viveu extremos em menos de um ano; local ficará para sempre marcado pela pior derrota brasileira em Copas

Em 2013, o Mineirão foi o palco das glórias conquistadas pelo futebol brasileiro. Foi lá que a América reverenciou o Atlético, campeão da Libertadores pela primeira vez em sua história. Um time que contou com a maestria de Ronaldinho e a fé inabalável da torcida. Foi também no Gigante da Pampulha que o futebol brasileiro se rendeu ao Cruzeiro, tricampeão nacional de forma incontestável e com quatro rodadas de antecedência. Um prêmio a Marcelo Oliveira e seus comandados que souberam deixar de lado individualidades para ser um grupo.
Pouco menos de um ano depois, a benção que reinava absoluta sobre a capital mineira, o reduto dos campeões incontestáveis, foi quebrada pela maldição de uma tragédia escrita com tons de melancolia e apatia. O até então baluarte do futebol nacional mudou de nome, virou “Minerazo”. O Gigante da Pampulha presenciou o maior vexame brasileiro em Copas do Mundo, uma goleada por 7 a 1 para a Alemanha que nenhum amante do futebol esquecerá jamais.
Em seus pouco mais de 48 anos de história, o Mineirão, um dos palcos mais tradicionais do vitorioso futebol brasileiro, debutava em Copas. Justamente na partida mais importante de sua trajetória de glórias, o estádio e seus mais de 58 mil presentes vieram a nocaute. Uma perplexidade que o local jamais presenciou. No mesmo tapete onde desfilaram Dirceu Lopes, Tostão, Nelinho, Piazza, Reinaldo, Dadá, Ronaldo, Ronaldinho e tantos outros craques, uma hecatombe.
Belo Horizonte parece mesmo estar fadada a histórias impressionantes em Copas do Mundo. Em 1950, os azarões Estados Unidos derrubaram os ingleses, inventores do futebol, dentro do Independência. O Mineirão não podia fugir desta sina. Só que ninguém esperava que o dia 8 de julho de 2014 terminaria assim.
CURIOSIDADE
A última vez que a seleção brasileira havia perdido em casa em jogos oficiais foi em 1975. Pela Copa América, o Brasil foi derrotada pelo Peru por 1 a 0, justamente no Mineirão.
OUTRA MARCA NEGATIVA
Com goleada no Mineirão, Brasil tem sua pior defesa em 20 Copas
Com 11 gols sofridos até o momento, seleção brasileira já superou as piores marcas, estabelecidas em 1938 e 1998.
Os sete gols que o Brasil sofreu para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, nesta terça-feira, estabeleceram uma série de recordes negativos na história da seleção. Além de ser a maior goleada em uma semifinal de Mundial e a pior derrota da equipe canarinho em 100 anos, a vitória germânica faz com que o Brasil tenha o seu pior desempenho defensivo em todas as Copas do Mundo.
No entanto, a marca de 11 gols ainda não é definitiva. Mesmo com o vexame dado em Belo Horizonte, o Brasil ainda tem de entrar em campo mais uma vez neste Mundial, para decidir o terceiro lugar, contra o perdedor do confronto entre Holanda e Argentina. Caso tome gol no sábado, o Brasil vai chegar à marca de 100 gols sofridos na história da Copa do Mundo.
Até agora são 99 gols em 103 jogos.

 

Fonte: O Tempo

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