"Deus odeia tudo isso e quer destruir este mundo logo!"
- foi esta a frase que ouvi, assustado, em um terminal rodoviário esses dias. E não a ouvi de alguém que sussurrava a um amigo ao lado, mas de um daqueles "pregadores de rua", que gritava para todo mundo ouvir as asneiras que ele tirou não sei de onde.
Meu susto foi tão grande que custei a acreditar no que estava ouvindo. Tentei acreditar que ele estava falando, de algum modo, de algo que fizesse sentido real, algo que representasse o Deus misericordioso e cheio de amor que conheço. Mas meu queixo caiu quando notei que o camarada falava exatamente o que eu temia: Deus odeia o mundo e quer logo destruí-lo. Sou uma pessoa positiva, otimista, e ainda tentei me iludir. A explicação só poderia ser esta: o tal pregador deve nunca ter lido João 3.16! No entanto, me iludir não adiantou.
O homenzinho continuava a gritar, apresentando um deus cruel, assassino, opressor, tirano e, desculpem o peso da palavra, hipócrita. Entregar o seu único Filho por "amar o mundo de tal maneira" e depois mandar um porta-voz baixinho e sorridente gritar aos quatro cantos que odeia este mundo e quer destruí-lo o mais rápido possível é no mínimo esquisito, não? Ora, se Deus quisesse mesmo detonar este mundo hoje, o que o impediria, já que sua soberania é inegável?
Não consegui esquecer do sorriso cruel no canto da boca daquele pregador - sorriso que mais parecia uma cicatriz. Para aquele cara, a cruz foi em vão, o "está consumado" não consumou nada, o amor de Deus é restrito a um grupo de pessoas e Deus faz sim acepção de pessoas, a graça não existe e servimos ao senhor mais tirano e cruel que já existiu.
A graça não é uma farsa, o amor de Deus não é condicional e a cruz não foi uma brincadeira. Isto é o que eu penso, isto é o que eu vivo, e é isto que quero pregar.
Fonte: territoriosete.blogspot.com
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