sábado, 8 de março de 2014

Interrupção na Iesa Óleo e Gás preocupa Charqueadas

A decisão da Iesa Óleo e Gás de desmobilizar, de quinta-feira até a próxima segunda-feira, cerca de 500 funcionários que estavam operando na montagem de módulos de plataformas de petróleo na unidade de Charqueadas causou preocupação na comunidade local. Conforme o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Jorge Luiz de Carvalho, o não pagamento de fornecedores das áreas de alimentação e do transporte inviabilizou a continuidade das atividades.

Nesse contingente de funcionários estão incluídos empregados da Metasa, que é a contratada da Iesa para realizar a fabricação das estruturas metálicas dos módulos. O diretor da unidade de Charqueadas da Metasa, Douglas Roso, explica que os trabalhadores tiveram que parar, pois também utilizam o restaurante da Iesa, enquanto não sai a licença de operação do seu próprio estabelecimento. Já a Iesa, através da sua a área de comunicação, comentou que “como diversas outras empresas do mercado de óleo e gás brasileiro, a Iesa Óleo e Gás também está passando por dificuldades financeiras”. A nota prossegue: “a partir de segunda-feira, estamos começando a solucionar tais problemas. Além disso, estamos buscando uma parceria estratégica capaz de capitalizar nossa companhia ou mesmo o projeto dos módulos de Charqueadas”. O grupo negou que a paralisação atrapalhará o cronograma das obras dos módulos ou que existe risco de abandonar o empreendimento.

No entanto, o prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar de Abreu Souza, admite que o cenário implica cuidado. “Preocupa, porque a gente ainda não tem conhecimento da real situação”, admite. O dirigente terá uma audiência neste sábado com diretores da Petrobras, na Refap, em Canoas, para detalhar o tema. A planta de Charqueadas está produzindo módulos de compressão para plataformas replicantes que serão instaladas na área do pré-sal. As estruturas foram encomendadas pela Tupi BV, que tem como acionistas a Petrobras, o BG Group e a Petrogal. O contrato dos 32 módulos é de US$ 911,3 milhões e o investimento na unidade de produção da Iesa é de cerca de R$ 100 milhões.

O foco agora, de acordo com o prefeito, é que os módulos continuem sendo construídos em Charqueadas, de preferência pela Iesa, mas se não for possível, que sejam desenvolvidos por uma eventual sucessora. Souza argumenta que, como o destinatário final é a Petrobras, direta ou indiretamente a estatal poderá resolver o imbróglio. O dirigente acrescenta que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gilmar Sossella (PDT), deverá estar presente no encontro de sábado.

Segundo fontes do segmento de petróleo e gás, a Iesa sofre com problemas de fluxo de caixa que envolvem inclusive a sua controladora: a Inepar. Além disso, essas fontes afirmam que a Petrobras tem atrasado, de maneira generalizada, o repasse de valores aos seus contratados. Contudo, como essas companhias não desejam indispor-se contra a principal demandante do setor, não manifestam publicamente esse descontentamento.

Em entrevista concedida em dezembro para o Jornal do Comércio (JC), o presidente da Iesa Óleo e Gás, Valdir Lima Carreiro, informou que as primeiras encomendas da unidade deverão ser entregues no dia 19 de julho de 2014, como está previsto no contrato. As últimas deverão ser finalizadas até 2017.

Em nota, a Petrobras informou que está acompanhando as ações da Iesa para a retomada dos trabalhos em Charqueadas, incluindo não só os trabalhadores, mas também os fornecedores de materiais, equipamentos e serviços. “A Petrobras esclarece que está em dia com as suas obrigações contratuais e que os pagamentos de seus compromissos reconhecidos com a contratada Iesa foram realizados de acordo com a legislação vigente e com os prazos estabelecidos contratualmente”, disse a estatal.

Sindicato reclama de condições de trabalho

Especificamente quanto à atividade em Charqueadas, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Jorge Luiz de Carvalho, acusa que a Iesa não recolhe fundo de garantia e já atrasou o pagamento de funcionários. “É a empresa mais irregular que vimos em nossa região”, reclama o dirigente. Carvalho diz que foi feito contato com a diretoria da Petrobras para abordar o assunto e foi informado que, devido ao contrato vigente, momentaneamente, não há nada o que fazer. Porém, a estatal estaria procurando alguma brecha legal para substituir a companhia.

Carvalho aponta que o trabalho na planta está atrasado e teme que ocorra a desativação do complexo e o desenvolvimento da montagem dos módulos em outro local. “O que nos aflige é que já temos aqui uma Jacuí 1 (termelétrica a carvão inacabada) abandonada”, ressalta. O sindicalista sustenta que o governo do Estado precisa “entrar em campo” para discutir a questão.

Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Jefferson Klein (Portos e Navios)

 

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