segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nem a ciência explica!!!

Futebol, imprevisível e apaixonante Mundial comprova que, num jogo de 90 minutos, a diferença entre uma vitória, uma derrota e um empate pode se resumir a um único lance de 30 segundos.

 

Brasil, primeiro colocado nas Eliminatórias Sul-Americanas e um dos favoritos para vencer a Copa do Mundo pela sexta vez, eliminado nas quartas de final. Com direito a falhas gritantes no setor mais confiável de sua equipe: a defesa. Logo ela, quem diria?

Uruguai, último classificado nas Eliminatórias Sul-Americanas, segue em frente, firme e forte, após um jogo épico contra Gana. Com direito a mão na bola e pênalti perdido nos últimos segundos da prorrogação.

Inacreditável.

Entre os europeus, Itália e França, campeã e vice-campeã em 2006, eliminadas vergonhosamente na primeira fase de 2010? No último lugar de seus respectivos grupos, diga-se de passagem. Quem poderia prever?

Muitos boleiros de plantão certamente dirão "Eu já sabia!", ou coisa parecida. Talvez. Ainda assim, resultados surpreendentes como estes deixam claro uma das características mais deliciosas do futebol: a sua imprevisibilidade. O ditado popular de que "o futebol é uma caixinha de surpresas" não é apenas um jargão aleatório. É uma verdade científica.

O jogo entre Itália e Eslováquia, que selou a eliminação da seleção Azzurra ainda na primeira fase, é talvez o exemplo mais perfeito disso. Surpreendente e imprevisível até o último minuto! Não só pelo fato de os atuais campeões do mundo terem sido eliminados por uma equipe de currículo muito inferior ao deles, mas por tudo que se passou dentro de campo durante a partida.

A Itália só precisava de um empate. Até os 28 minutos do segundo tempo, estava 1 a 0 para a Eslováquia. A Itália ia mal, mas bastava um golzinho e pronto, a Azzurra estaria garantida nas oitavas. Até que, aos 28 minutos, Vittek aproveita um cruzamento rasteiro e cutuca a bola para o fundo do gol italiano: 2 a 0 Eslováquia. O jogo parecia perdido. A Itália parecia vencida. O capitão Cannavaro já fazia aquela cara de "Como é que eu vou aparecer na Itália agora?".

Mas calma lá. Isso é futebol, e o jogo só termina quando o juiz apita. A entrada de Andrea Pirlo dá mais agilidade ao time italiano e a Azzurra desconta aos 35 minutos, com Di Natale: Itália 1, Eslováquia 2. Faltam ainda 10 minutos de jogo? Mais os acréscimos? E a Itália, novamente, só precisa de um gol para se classificar. Tudo pode acontecer.

Pouco depois, o atacante Quagliarella recebe um cruzamento na cara do gol e marca. Empate! Itália classificada! Não, ele estava impedido? Por meio corpo. Estivesse Quagliarella alguns centímetros mais atrás, o gol teria valido e a Itália talvez estivesse ainda lutando pelo título, em vez de assistindo à Alemanha dar show pela televisão.

E o jogo ainda nem acabou. Aos 44 do segundo tempo, Kopunek marca o terceiro para a Eslováquia. Detalhe: ele acabara de entrar em campo; foi seu primeiro toque na bola. Quem poderia prever?

Tudo acabado agora? Não. O juiz dá 5 minutos de acréscimo. Aos 47, Quagliarella marca um golaço para a Itália, encobrindo o goleiro com um chute de fora da área. Faltavam 3 minutos de jogo. Até daria para empatar. Mas não deu. Itália eliminada. França também.

Alguém poderia até prever essa derrota para a Eslováquia. Mas eliminação na primeira fase, em último lugar? Difícil.

A história do futebol está repleta de resultados inusitados como esse. Todos os esportes têm suas zebras, claro, mas no futebol elas parecem ser especialmente frequentes e espetaculares. Por alguns motivos. O primeiro deles é que, apesar de cada time ter 11 jogadores, de o campo ser enorme, de o gol também ser enorme (18 m²) e as partidas durarem 90 minutos, é incrivelmente difícil fazer a bola passar entre as traves. Os placares são tipicamente pequenos e apertados. A média de gols na Copa até agora mal passa de 2 por partida. No Brasileirão de 2009, foi de 2,8. Ou seja, há pouco espaço para erros.

Num jogo de 90 minutos, a diferença entre uma vitória, uma derrota e um empate pode se resumir a um único lance de 30 segundos. Uma falta, um pênalti, uma bola mal recuada, um impedimento não marcado, um pezinho à frente da linha dos zagueiros, uma Jabulani que muda de direção no último instante e engana o goleiro num chute bobo. Coisas do futebol, o único esporte em que se permite dizer: "jogou melhor, mas não ganhou".

Em outras modalidades esportivas, o time com o melhor elenco e as melhores estatísticas quase sempre é o vencedor. A imprevisibilidade fica mais restrita às partidas entre equipes equilibradas, como no caso da última final da NBA entre o Los Angeles Lakers e o Boston Celtics. Era difícil prever quem ganharia porque ambos eram muito bons. Coloque qualquer um deles em quadra contra um Minnesota Timberwolves da vida, porém, e as chances de uma zebra são quase nulas. Mesmo se Kobe Bryant e companhia derem uma bobeada no meio da partida, há muitas chances de se reverter uma situação. Muitas cestas, muitas substituições, muitos intervalos para repensar o jogo e montar uma nova estratégia com o técnico.

Outros esportes tendem a ser mais matemáticos do que o futebol e, portanto, mais previsíveis. No basquete, no vôlei, no futebol americano, quase todas as jogadas são ensaiadas. E há muita repetição. Num jogo de vôlei, por exemplo, a quantidade de coisas que um jogador pode fazer com a bola é relativamente limitada: ou ele recebe, ou levanta ou ataca.

No futebol, há mais liberdade, tanto do ponto de vista físico (campo de jogo) quanto criativo (opções de jogadas). Consequentemente, seus resultados são menos previsíveis. Quando o Kaká recebe uma bola no meio-campo, as opções de o que fazer com ela são praticamente infinitas, e mudam constantemente, segundo a segundo, a cada passo que ele dá para frente, para trás ou para os lados. E a cada passo de seus companheiros em campo também.

As regras e os árbitros da FIFA, por fim, dão uma pitada ainda maior de imprevisibilidade? E sofrimento? Ao jogo. No futebol americano, por exemplo, há vários árbitros em campo e cada jogada "suspeita" é revisada em vídeo. Se o juiz percebe que errou, pode reverter sua decisão sem problemas. Seria mais justo assim no futebol? Sem dúvida. Mas talvez, também, menos emocionante.

Se o gol da Inglaterra contra a Alemanha tivesse sido validado, a história do jogo teria sido completamente diferente. É provável que a Alemanha tivesse ganhado mesmo assim, pois mostrou um futebol mais eficiente. Mas vai saber? Quem poderia prever que o juiz Jorge Larrionda não enxergaria a bola quicando mais de 30 cm dentro do gol? Ninguém.

Coisas do futebol.

 

Fonte: Herton Escobar - O Estado de S.Paulo

 

Sds,

 

Carlinhos Mineiro

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