Repórter da Agência Brasil


Atrapalhado presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que conseguiu trocar o nome do estaleiro de Suape pelo concorrente Mauá, deveria anunciar oficialmente, depois do evento oficial com Dilma, ainda em Suape, a retomada do contrato para encomenda de 12 navios ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS). Acabou não fazendo. A promessa é que fosse divulgado um comunicado oficial, nesta tarde. Atualmente, o estaleiro está produzindo quatro embarcações simultaneamente. São mais três navios Suezmax do PROMEF - Dragão do Mar (em fase de edificação de megablocos), C-004 (em fase de montagem de blocos e pré-edificação) e C-005 (em fase de fabricação e montagem de blocos) – além da primeira plataforma de perfuração que será construída no Brasil. Encomendada pela Sete Brasil, a plataforma já recebeu 10 mil toneladas de chapas e 3,6 mil toneladas de perfis metálicos. Em março passado, houve o primeiro corte de chapas. Nesta segunda, com a presença da presidente da República Dilma Rousseff e dos seis mil colaboradores do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), entrou em operação o navio petroleiro Suezmax Zumbi dos Palmares. Segundo navio entregue pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), o petroleiro integra a frota da Petrobras Transporte (Transpetro) e faz parte do pacote de encomendas ao EAS para o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (PROMEF). A produção do Zumbi dos Palmares envolveu quase dois mil profissionais e utilizou mais de 21 mil toneladas de aço. Sua autonomia é de 20 mil milhas náuticas, o que significa que a embarcação poderia dar a volta ao mundo sem a necessidade de abastecer. O Zumbi dos Palmares zarpou do Cais de Acabamento do EAS totalmente testado e aprovado, de acordo com os padrões internacionais de qualidade da indústria naval mundial. Além dos dois primeiros navios Suezmax do PROMEF, o EAS já entregou o lower hull (parte inferior do casco) da plataforma de produção semissubmersível P-55, da Petrobras, totalizando três encomendas entregues e em absoluta conformidade com as exigências internacionais do setor. Com mais de 274 metros de comprimento e boca modelada (largura) de 48 metros, o Zumbi dos Palmares tem porte bruto de 157,7 mil toneladas e capacidade para transportar 1 milhão de barris, o que representa mais de 45% da produção diária de petróleo no País. Trata-se de uma embarcação, com a dimensão máxima para a passagem pelo Canal de Suez, que liga os mares Vermelho e Mediterrâneo.“Desde o lançamento do Estaleiro Atlântico Sul, estamos trabalhando forte e constantemente para aprimorar nossos processos e acabamentos e o Zumbi dos Palmares é mais um passo que demos neste sentido”, avalia o presidente do EAS, Otoniel Silva Reis. Para o executivo, este é um importante avanço para a indústria naval brasileira. “O EAS é, atualmente, o maior e mais moderno player de construção naval e offshore do Brasil e todas as nossas encomendas estão enquadradas nas exigências de conteúdo nacional. É um grande ganho para o País”, complementa Otoniel.
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A maior plataforma semissubmersível do país foi deslocada pelo canal de acesso ao Porto para o cais sul, onde continuará sendo construída até junho de 2013. |
A Transpetro poderá anunciar, nesta segunda-feira, acordo com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) em torno dos 16 navios petroleiros cujos contratos, no valor de R$ 5,3 bilhões, foram suspensos pela estatal. As negociações vêm evoluindo bem e as partes poderão chegar a um entendimento. Esse é um dos cenários possíveis. Outra hipótese é que a Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras, concorde
O Valor apurou que os acionistas do EAS - Camargo Corrêa e Queiroz Galvão - devem se reunir com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, para discutir o assunto. Segundo uma fonte próxima das negociações, as partes estão caminhando para fechar um acordo, mas a decisão final cabe à Transpetro. A empresa informou que passou o último mês negociando com o EAS e que ainda espera uma proposta final do estaleiro. Se a proposta for satisfatória, a Transpetro vai fechar um acordo. As exigências feitas pela estatal ao EAS, em maio, incluíam o fechamento de um acordo com um parceiro internacional e a apresentação de um plano de ação e de um cronograma confiável de construção. Além disso, o EAS tinha que entregar um projeto de engenharia que atendesse às especificações técnicas dos contratos. Em junho, o EAS anunciou parceria com a IHI Marine United, divisão de construção naval e offshore da Ishikawajima-Harima Heavy Industries. Os japoneses se tornaram peça-chave para a melhoria da produtividade do estaleiro. O plano de ação passa pela melhoria da gestão do estaleiro. Clientes e credores do EAS, como Petrobras e Banco do Brasil, têm visitado o estaleiro e há indicações de que a situação melhorou. Desde sua implantação, há cinco anos, ele enfrentou vários problemas com baixa produtividade, o que levou a atrasos na entrega dos navios da Transpetro e do início da construção de sondas de perfuração. Há, segundo o relato de fontes, avanços na construção do segundo navio, o Zumbi dos Palmares, previsto para ser entregue no primeiro semestre de 2013. Em relação à engenharia dos navios, o EAS tem uma proposta que precisa ser referendada pela Transpetro. O total da encomenda da Transpetro ao EAS é de 22 petroleiros em contratos que somam R$ 7 bilhões. Do primeiro ao sexto navio, o projeto continua a cargo da coreana Samsung, que deixou a sociedade do estaleiro em março. Mas o EAS tem a opção de contratar mais quatro embarcações (até o décimo navio) utilizando projeto da Samsung. A partir da 11ª embarcação, a idéia é cotar projetos no mercado. A IHI poderá participar. Fonte: Valor / Francisco Góes |
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Leandro Carvalho/Especial JA |